Acre

Acre tem menor densidade de radiologistas do Brasil, com apenas 3,52 profissionais por 100 mil habitantes

Atlas da Radiologia 2025 revela “vazio assistencial” no estado; Distrito Federal tem índice sete vezes maior, apontando graves desigualdades regionais

O Acre possui 30 profissionais, sendo 23 na capital e apenas 7 no interior. Em toda a região Norte, há 882 radiologistas. Foto: captada 

O Acre possui a menor oferta de profissionais de radiologia entre todos os estados brasileiros, de acordo com o Atlas da Radiologia no Brasil 2025, estudo elaborado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Enquanto a média nacional é de 12,24 radiologistas por 100 mil habitantes, o estado registra apenas 3,52 profissionais para o mesmo número de pessoas.

Os dados, baseados em informações do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), revelam um cenário de extrema desigualdade regional. O Distrito Federal lidera o ranking com 25,61 radiologistas por 100 mil habitantes – mais que o dobro da média nacional e sete vezes superior ao índice acreano.

O estudo aponta para um “vazio assistencial” em grande parte do território acreano, onde a população enfrenta dificuldades para acesso a exames de imagem essenciais para diagnósticos médicos. A escassez desses profissionais especializados impacta diretamente na qualidade do atendimento em saúde no estado. O Acre possui 30 profissionais, sendo 23 na capital e apenas 7 no interior. Em toda a região Norte, há 882 radiologistas.

O CBR alerta que a desigualdade na distribuição de radiologistas pelo país compromete o acesso universal à saúde previsto na Constituição Federal, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, que concentram os menores índices de densidade profissional.

Um dos fatores que explicam essa lacuna é a ausência de programas de residência médica em radiologia e diagnóstico por imagem no estado, bem como de cursos de aperfeiçoamento reconhecidos pelo CBR, situação semelhante à de outros estados da Região Norte, como Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

O estudo destaca que essas disparidades refletem a concentração de profissionais e infraestrutura tecnológica em capitais e grandes centros urbanos, dificultando o acesso equitativo à radiologia em estados do Norte e Nordeste.

O levantamento reforça que políticas públicas de interiorização, ampliação da formação médica e investimentos em equipamentos são essenciais para reduzir desigualdades históricas e melhorar o atendimento especializado.

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Publicado por
Marcus José