
Testagem de pacientes com HIV é feita pela atenção primária — Foto: Divulgação/ Prefeitura de Guarujá
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que número de infectados pelo vírus aumentou de 188, em 2020, para 248 este ano.

Testagem de pacientes com HIV é feita pela atenção primária — Foto: Divulgação/ Prefeitura de Guarujá
O número de pessoas infectadas com o vírus do HIV no Acre aumentou mais de 51% entre 2020 e 2021. Ano passado, o estado detectou 188 novos casos e em 2021 esse número subiu para 284. O dado é do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) divulgados pelo setor de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre).
A cidade acreana com o maior número de casos registrados esse ano é Rio Branco. Sozinha a capital soma 236 infecções pelo HIV.
Nesta quarta-feira (1º) é celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids. O diagnostico e tratamento à doença é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.
Conforme os dados da Sesacre, o maior número de casos detectados no estado acreano foi registrado em 2018. Naquele ano, foram 293 novas infecções diagnosticadas.
Houve uma redução em 2019 (249 novos casos), em 2020 (188) e voltou a subir em 2021. Ao todo, entre 2015 e este ano a saúde atestou 1.633 pessoas com o vírus da Aids.

Desse total, a maioria das pessoas infectadas são de idades entre 20 e 34 anos, com 886 casos. A segunda faixa etária que aparece na lista é de 35 a 49 anos (467) e logo depois 50 a 64 anos (155).
Para a coordenadora técnica de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Sesacre, Suilany Souza, o aumento de novos casos está ligado à volta de testagem nas unidades de saúde dos municípios. Por conta da pandemia, ela explicou que essa testagem não estava sendo feita constantemente.
“As unidades voltaram a fazer testagem, começaram a realizar também aquelas ações de rua. Por exemplo, na Campanha de Julho Amarelo, que é a campanha de combate à hepatite, a da sífilis que foi em outubro, eles voltaram a fazer a testagem nas ruas, então, isso contribui com o aumento de notificações. Isso é bom, considerando que essa população estava aí e, por conta da pandemia, ninguém estava fazendo testagem nenhuma, então, eram pessoas que estavam infectadas e não sabiam do seu estado sorológico”, frisou.
Suilany contou que, desde julho, a Sesacre trabalha na descentralização do trabalho. A ideia é levar o tratamento do paciente para a atenção primária, como já é feito em outros estados brasileiros. Com isso, o paciente faz a testagem, acolhimento e pega o medicamento nas unidades de saúde dos municípios.
“Então, o paciente quando é detectado na fase inicial da infecção, quando são solicitados exames da carga viral e todos os exames que para fazer o manejo clínico para ele iniciar o tratamento na atenção primária, não precisa ficar aguardando a consulta no Serviço de Assistência Especializada (SAE) ou sair de seu município para fazer o tratamento”, complementou.
Para fazer este tratamento, a coordenadora falou que cada município, com exceção da capital, Rio Branco, já indicou uma unidade de saúde que vai servir como referência no tratamento. Após essa indicação, as equipes da Sesacre iniciaram, em julho, alguns treinamentos e ações para garantir o atendimento aos pacientes:
“Estamos trabalhando em várias linhas para darmos acesso ao paciente para que possa escolher a forma e como vai se sentir melhor para aderir ao tratamento. Então, hoje, pelo sistema do Ministério da Saúde, que é o Siclom [Sistema de Controle Logístico de Medicamentos], que libera a medicação do tratamento de HIV, onde estiver o Siclom e um farmacêutico operando vai poder, mediante prescrição médica, fazer a medicação sem precisar o paciente se deslocar para Rio Branco, largando a família e, muitas vezes, ficar passando necessidade”, acrescentou.
Conforme Suilany, este deslocamento até a capital para buscar a medicação é um dos principais causadores do abandono do tratamento. Dados do Sistema de Monitoramento Clínico de pessoas com HIV (SIMC) revelam que, atualmente, 382 pacientes abandonaram o tratamento no Acre.
A coordenadora cita outros motivos para o abandono.
“Os serviços deveriam fazer o acompanhamento desses pacientes e, no momento do abandono do tratamento, fazer esse resgate. Isso nunca foi feito, nem pelo serviço de atenção especializada, que deixou a desejar, e nem pelo município. Para o paciente não desenvolver a Aids, que é a doença, ele pode conviver com HIV durante anos, tem que fazer o tratamento. Se ele abandona, pode desenvolver a doença”, lamentou.
Esse é outro ponto que a Sesacre tenta alinhar com os municípios para tratar os pacientes. Ela afirmou que o acompanhamento e monitoramento dos pacientes devem ser garantidos pelo serviço que faz a testagem.
“Quando ele abandona o tratamento nem o serviço que cuidava dele faz a busca ativa para entender a dificuldade, se está tendo acesso à medicação e nem o próprio município. O município faz o teste, detecta o paciente, manda para o serviço especializado e por isso fica. Ele não faz o monitoramento e acompanhamento da sua população para o seu âmbito. Não acompanham”, finalizou.
Ellen Jady, estagiária sob supervisão de Janine Brasil.

Evento integra o Projeto Comprador e conta com apoio de parceiros
Nos dias 3 e 4 de novembro, o Sebrae realiza o encontro de negócios do Projeto Comprador, com foco em conectar talentos do Acre a novas oportunidades de mercado. O evento acontece no formato B2B (Business to Business) e conecta 14 lojistas do Sudeste e Nordeste diretamente aos artesãos acreanos.
O Projeto Comprador contou com uma fase anterior, de capacitação com duração de quatro meses, beneficiando mais de 100 artesãos de dez municípios acreanos, incluindo representantes das etnias indígenas Puyanawa, Shanenawa, Apuriã, Huni Kuin e Marubo.
De acordo com o analista do Sebrae no Acre, Aldemar Maciel, o projeto contou com uma metodologia específica desenvolvida para os artesãos. “As capacitações consistem na modelagem de negócios, gestão da produção, precificação e comercialização, preparando o artesão para fazer negócios com esses compradores”, explicou.

A líder indígena Eni Shanenawa destacou sua satisfação em participar da iniciativa para que as pessoas conheçam a ancestralidade do Povo Shanenawa. “Agradeço ao Sebrae por esse momento tão importante em que nós estamos aqui, como indígenas, para mostrar os nossos artesanatos. É de grande importância para nós que as pessoas levem nossos produtos para fora do estado, porque a sociedade vai ter esse conhecimento da importância do artesanato indígena e do artesanato acreano”, disse.
Pela primeira vez no Acre, a representante da Loja do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Adélia Borges, destacou as belezas da produção acreana. “Essa bioeconomia que a gente vê aqui é uma produção muito linda, cheia de significados culturais. Cada peça que vemos aqui é um trabalho enorme que o artesão faz. Nós somos uma loja em um museu importante e os produtos acreanos fazem um sucesso enorme, principalmente com os estrangeiros”, destacou.

O encontro conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Rio Branco, Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (SETE), Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ), Universidade Federal do Acre (Ufac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a GolLog.
A Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), deflagrou nesta quinta-feira, 4, a Operação “Desmonte 4”, ação que reforça o combate ao avanço e à estruturação de organizações criminosas no estado. A ofensiva contou com apoio estratégico da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diop) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), além da parceria da Draco da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJCMT).

Ao todo, 12 pessoas foram presas preventivamente, sendo 11 em Rio Branco-AC e uma em Várzea Grande-MT, esta última localizada com apoio das equipes especializadas mato-grossenses. As prisões atingem diretamente uma célula criminosa ligada à expansão territorial da facção criminosa.
Segundo as investigações, o grupo atuava na ampliação do domínio territorial, na realização de cadastros de novos integrantes, além de coordenar invasões em áreas da cidade e organizar a venda de drogas em pontos estratégicos de Rio Branco. As ações tinham como objetivo fortalecer a presença da facção e ampliar sua capacidade de atuação criminosa.
O delegado titular da Draco, Gustavo Henrique da Silva Neves, destacou que as prisões representam mais um importante passo na contenção do avanço da organização criminosa no estado. Segundo ele, o trabalho integrado entre as forças de segurança tem sido determinante para enfraquecer a atuação das facções.

Em coletiva de imprensa, o delegado Gustavo Neves destaca que a Operação Desmonte 4 representa mais um duro golpe contra o crime organizado no Acre. Foto: assessoria/ PCAC
“A Operação Desmonte 4 reflete o esforço contínuo das instituições de segurança pública em desarticular o crime organizado. O compartilhamento de informações e a atuação conjunta são fundamentais para impedir o avanço dessas organizações, que tentam expandir seu território e suas práticas ilícitas”, afirmou o delegado.
A Operação “Desmonte 4” integra as ações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Renorcrim), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A rede reúne delegados titulares de unidades especializadas em combate ao crime organizado em todo o país, promovendo o trabalho conjunto, a troca de informações e o desenvolvimento de estratégias de inteligência.
A atuação da Renorcrim, por meio da Diop/Senasp, tem como principal objetivo fortalecer o enfrentamento nacional e duradouro ao crime organizado, garantindo respostas rápidas e integradas às ações das facções criminosas, que têm atuação interestadual.


Vítima foi atacada por quatro criminosos, teve documentos e dinheiro roubados e acabou gravemente ferida
Um cidadão norte-americano, identificado como Joseph Thomas Fratantoni, de 43 anos, foi vítima de um assalto seguido de agressão na noite desta quarta-feira (3), no bairro Cidade Nova, no Segundo Distrito de Rio Branco. O homem havia acabado de chegar ao Brasil no mesmo dia, entrando pela fronteira do Acre.
Segundo informações, Joseph foi surpreendido por quatro homens que levaram cerca de R$ 1 mil, além de seu celular e passaporte. Após o roubo, os criminosos passaram a espancá-lo com pedras, chutes e ripas, causando cortes profundos na cabeça e fortes dores na região das costas e costelas. Em seguida, fugiram.

Mesmo ferido, o estrangeiro conseguiu correr até um hotel próximo para pedir socorro. Funcionários acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que realizou os primeiros atendimentos e o encaminhou ao Pronto Socorro de Rio Branco. Ele está estável.
A Polícia Militar fez buscas na região, mas nenhum suspeito foi encontrado. O caso segue em investigação.

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