Detran abriu quase 16 mil processos administrativos de suspensão de CNH desde 2010 no Acre (Foto: Divulgação/Ascom Detran-AC)
Com Iryá Rodrigues e Tácita Muniz, G1 AC, Rio Branco
Há 10 anos desde que entrou em vigor a Lei 11.705, que ficou conhecida como Lei Seca por reduzir a tolerância com motoristas que dirigem embriagados, o Acre já registrou mais de 22.776 mil autuações de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AC). A norma colocou o Brasil entre os países com legislação mais severa sobre o tema.
O levantamento abrange números de 2009 até maio deste ano. Além disso, o órgão abriu quase 16 mil (15.993) processos administrativos de suspensão de CNHs de motoristas flagrados dirigindo após o consumo de álcool ou que se recusaram a fazer o bafômetro.
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Esse ano, até maio, foram computadas 670 autuações, segundo o Detran. Um levantamento da reportagem, por meio da Lei de Acesso à Informação, somou mais de 1,7 milhão de autuações da Lei Seca com crescimento contínuo desde 2008 em todo país.
Com relação aos processos administrativos de suspensão instaurados, foram registrados 982 até junho deste ano. No ano passado, foram 2.330 processos e em 2016, o Detran abriu 3.810.
Em 2011, o Detran iniciou as operações do Álcool Zero. De lá até 2018 foram mais de 4 mil ações. O diretor-geral em exercício do órgão, Fábio Eduardo Ferreira, diz que a medida refletiu na redução de acidentes. Ele explica que três eixos são os pontos de ação do Detran: educação, engenharia e fiscalização.
“No ano passado, tivemos a maior redução de acidentes que ocorreu nos últimos 16 anos. Tivemos esse índice que nos mostra que as ações têm surtido efeito. Nossas ações são focadas no uso consciente do veículo. E, obviamente, é um meio educativo coercitivo, mas necessário”, diz .
Nos últimos 7 anos, o Acre registrou uma redução de 58% no número de acidentes com vítimas fatais. Em 2011, foram 181 vítimas do trânsito, já em 2017 esse número caiu para 76.
“A Álcool Zero teve um impacto muito grande com os números que tínhamos e percebemos uma redução gradativa de número de acidentes”, pontua Ferreira.
O diretor lembrou ainda que anunciar blitz em grupos de WhatsApp prejudica as ações de fiscalização. “Nós tivemos que nos moldar ao comportamento das pessoas na questão do uso de WhatsApp. As pessoas começaram a tentar burlar as ações e tivemos que adaptar os meios de fiscalização”, complementa.
Agora, as blitz são mais rápidas e efetivas. Ferreira destaca ainda que ao informar sobre as ações da segurança, a pessoa atrapalha o serviço de segurança.
“É um desserviço informar onde está tendo blitz, porque pode estar inibindo uma ação efetiva da Segurança Pública”, finaliza.