Acre registra 176 partos de meninas menores de 15 anos em 2025, sendo 113 de apenas 14 anos

O município de Assis Brasil, na tríplice fronteira, apresenta situação especialmente crítica: possui taxa de 28,33 nascimentos por mil meninas entre 10 e 14 anos no período 2014-2023, índice 17 vezes superior à média brasileira.

Dados do Ministério da Saúde e IBGE mostram que maio concentrou maior número de nascimentos; Rio Branco lidera com 35 casos. Foto: captada 

Um levantamento do Ministério da Saúde em parceria com o IBGE revela que 176 adolescentes com menos de 15 anos deram à luz no Acre em 2025, sendo 113 delas com apenas 14 anos de idade. A maioria dos partos (103) ocorreu em unidades de saúde, mas 10 foram realizados em residências, evidenciando a permanência da gravidez precoce como realidade no estado.

Em 2024, houve redução, mas os números permaneceram elevados: 80 partos de meninas de até 14 anos, com 26 cesarianas e acompanhamento de 44 médicos e 36 enfermeiras ou parteiras. Assim como em 2025, maio liderou os registros, com 11 casos, seguido de janeiro e fevereiro, com 8 cada, além de agosto e novembro, com 6 registros.

Rio Branco concentrou o maior número de partos de adolescentes, com 35 casos, seguida por Tarauacá (22), Feijó (17), Cruzeiro do Sul e Sena Madureira (14 cada) e Jordão (12). Municípios como Assis Brasil e Mâncio Lima registraram 7 partos cada, enquanto Epitaciolândia somou 6, Rodrigues Alves teve 5, e Senador Guiomard, Capixaba e Brasileia contabilizaram 4 cada. Plácido de Castro, Acrelândia, Porto Walter e Porto Acre registraram 2 casos, e Bujari e Xapuri, 1 cada.

Perfil dos partos em 2025
  • Meninas de 14 anos: 113 casos
  • Local: 103 em unidades de saúde, 10 em residências
  • Mês com maior incidência: Maio (26 casos)
  • Tipo de parto: 29 cesarianas e 13 partos normais
  • Nascidos: 60 meninas e 53 meninos
Comparativo com 2024
  • 2024: 80 partos de meninas até 14 anos
  • Redução: Números permanecem elevados
  • Maio: Mês com maior incidência em ambos os anos
Distribuição por município
  • Rio Branco: 35 casos
  • Tarauacá: 22
  • Feijó: 17
  • Cruzeiro do Sul e Sena Madureira: 14 cada
  • Jordão: 12

Os números reforçam a necessidade de políticas públicas integradas de educação sexual e reprodutiva para adolescentes no Acre, onde a gravidez precoce segue como realidade preocupante, especialmente em municípios do interior com menor acesso a serviços de saúde e informação.

A Amazônia Legal registrou que 18,7% dos nascidos vivos em 2023 eram filhos de mães adolescentes, percentual acima da média nacional, apesar da redução de 7,1 pontos percentuais na última década. O município de Assis Brasil, no Acre, apresenta situação especialmente crítica: possui taxa de 28,33 nascimentos por mil meninas entre 10 e 14 anos no período 2014-2023, índice 17 vezes superior à média brasileira.

A Região Norte mantém a maior taxa de fecundidade do país (1,89 filho por mulher em 2022) e a menor idade média da maternidade (27 anos). O Acre, embora tenha reduzido significativamente sua taxa de fecundidade de 4,4 filhos por mulher em 2010 para 3,2 em 2022, permanece entre os estados com índices mais elevados do Brasil, ao lado do Amapá, refletindo desafios persistentes em saúde pública e desenvolvimento social na região.

Região Norte mantém maior fecundidade do país; Acre reduziu de 4,4 para 3,2 filhos por mulher desde 2010, mas segue entre os estados com índices mais elevados. Foto: captada 

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Marcus José