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Acre registra 1.318 mortes no trânsito entre 2013 e setembro de 2025, aponta MP-AC

Dados compilados pelo Ministério Público mostram que 2024 foi o ano mais letal da série histórica, com 137 óbitos; 2025 já contabiliza 69 vítimas fatais

A análise revela que a maioria dos sinistros fatais ocorreu em estradas ou rodovias estaduais, representando 66,64% dos casos (821 ocorrências), enquanto 33,36% aconteceram em vias federais (441 casos). Foto: captada 

O Acre acumulou 1.318 vítimas fatais em acidentes de trânsito entre janeiro de 2013 e setembro de 2025, segundo dados do painel de monitoramento do Ministério Público do Acre (MP-AC). O levantamento, que reúne informações do Detran/AC e da Polícia Civil, revela uma persistente crise de segurança viária no estado, com 2024 registrando o ano mais letal da série histórica, com 137 mortes em 127 sinistros.

A análise da série histórica mostra flutuações significativas:

  • 2017: menor índice (68 mortes)

  • 2024: pico da série (137 mortes)

  • 2025 (até setembro): 69 óbitos – segundo menor patamar para o período

Quando considerados apenas os primeiros nove meses de cada ano, 2025 apresenta 69 óbitos em 65 sinistros, superado positivamente apenas por 2017, que registrou 49 vítimas no mesmo período. Os números representam uma média de aproximadamente 100 mortes anuais no trânsito acreano ao longo dos últimos 12 anos.

Os dados evidenciam a necessidade de políticas públicas mais efetivas para reduzir a violência no trânsito no estado, que segue registrando centenas de vítimas fatais anualmente, com impactos devastadores para famílias e comunidades em todos os municípios acreanos.

A distribuição geográfica e por tipo de acidentes compilada pelo Ministério Público do Acre revela padrões significativos nos sinistros de trânsito que resultaram em 1.318 mortes entre 2013 e setembro de 2025. As estradas e rodovias estaduais respondem por 66,64% dos acidentes fatais (821 ocorrências), enquanto as vias federais concentram 33,36% (441 casos).

Distribuição por municípios:
  • Rio Branco: 44,49% (liderança absoluta)

  • Cruzeiro do Sul: 11,95%

  • Sena Madureira: 4,94%

  • Brasiléia: 4,15%

  • Senador Guiomard: 3,86%

A concentração reflete diretamente a densidade populacional e veicular nestas localidades, com municípios menores como Jordão, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo registrando menos de 0,2% dos casos cada.

Tipos de acidentes mais fatais:
  • Colisões frontais/laterais: 46,59%

  • Atropelamentos: 24,03%

  • Choques contra objetos fixos: 7,14%

  • Capotamentos: 6,57%

  • Tombamentos: 6,17%

Os dados indicam que colisões e atropelamentos respondem juntos por aproximadamente 70% de todas as mortes no trânsito acreano, apontando para a necessidade de políticas específicas de fiscalização e engenharia de tráfego nestas áreas.

O perfil das vítimas fatais é marcadamente masculino: 79,97% dos óbitos foram de homens, contra 20,03% de mulheres. Foto: arquivo 

O perfil das vítimas de acidentes de trânsito no Acre entre 2013 e setembro de 2025 revela padrões marcantes: 79,97% dos óbitos foram de homens, enquanto as mulheres representaram 20,03% do total de 1.318 mortes registradas no período.

Distribuição por dias da semana:
  • Domingo: 22,40% (o dia mais perigoso)

  • Sábado: 19,97%

  • Sexta-feira: 14,04%

  • Segunda-feira: 12,91%

  • Quarta-feira: 10,39%

  • Terça-feira: 10,15%

  • Quinta-feira: 10,06%

Distribuição por horários:
  • Noite: 31,98% (período mais crítico)

  • Tarde: 28,65%

  • Manhã: 21,65%

  • Madrugada: 13,23%

  • Indeterminado: 4,46%

Os dados revelam que os fins de semana concentram mais de 42% de todas as mortes no trânsito acreano, com domingos e sábados sendo os dias de maior risco. O período noturno, por sua vez, responde por quase um terço dos óbitos, indicando a necessidade de políticas específicas de fiscalização e conscientização voltadas para esses horários e dias de maior vulnerabilidade.

Por municípios, Rio Branco lidera com folga, respondendo por 44,49% dos sinistros, seguido por Cruzeiro do Sul (11,95%), Sena Madureira (4,94%), e Brasiléia (4,15%). Foto: captada 

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Publicado por
Marcus José