Cotidiano

Acre lidera ranking nacional de maternidade precoce com 21,4% de mães adolescentes

Dados do IBGE revelam que uma em cada cinco partos no estado em 2023 foi de jovens até 19 anos; situação se mantém desde 2022

Com 29,9%, o Acre fica na frente apenas de Roraima e Maranhão (29%), Amazonas (28,5%) e Pará (27,6%). Foto: cedida 

O Acre permanece como o estado brasileiro com o maior índice de maternidade na adolescência, segundo o estudo “Estatísticas do Registro Civil 2023”, divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (16). Em 2023, 21,4% dos partos no estado foram de mães com até 19 anos – o equivalente a mais de 3 mil dos 14.147 nascidos vivos no período.

Os números alarmantes mostram que:

  • Uma em cada cinco mães acreanas era adolescente no momento do parto

  • O índice se manteve estável em relação a 2022 (3.198 casos)

  • O IBGE considera adolescentes mulheres entre 10 e 19 anos

O relatório aponta fatores estruturais por trás dos altos índices, incluindo:

  • Baixa escolaridade
  • Domicílio em área rural
  • Questões étnico-raciais

A repetição do primeiro lugar no ranking nacional acende um alerta sobre a necessidade de políticas públicas específicas para redução da gravidez precoce no estado, que segue como desafio persistente na saúde pública acreana.

O percentual dos dez estados que, proporcionalmente, estão entre os que mais têm mães até os 19 anos, considerando o parto no ano de 2023. Os 10 estados com maiores percentuais de mães até os 19 anos na data do parto.

Acre tem o maior percentual entre os estados brasileiros; números consideram nascimentos registrados em 2023

Em contrapartida, o estado acreano está entre os cinco com os menores percentuais de nascimentos cujas mães tinham 30 anos ou mais na ocasião do parto.

Com 29,9%, o Acre fica na frente apenas de Roraima e Maranhão (29%), Amazonas (28,5%) e Pará (27,6%).

Nascimentos no Brasil

Em 2023, 2.598.289 pessoas foram registradas em todo o Brasil, sendo que destes:

  • 2.523.267 nasceram no ano de 2023 e foram registradas, no máximo, até o primeiro trimestre de 2024; e
  • 75.022 (o correspondente a 2,9%), são de anos anteriores, sendo 31.069 somente na região Norte.

O estudo fala que houve uma redução de 12% no número de nascimentos, que corresponde a 345.212, em comparação com 2022.

“A redução da natalidade e da fecundidade no Brasil, sinalizada pelos últimos Censos Demográficos, somada, em alguma medida, aos efeitos da pandemia, são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no País nos últimos anos”, destaca o relatório.

No Acre, em contrapartida, foi registrado um aumento de 1,6% no número de nascimentos ocorridos no ano e registrados, sendo um dos nove estados que apresentaram aumento nesse período.

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Publicado por
Marcus José