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Abstinência sexual: entenda a estratégia da ministra Damares para combater a gravidez na adolescência
A chefe do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos defende que escolas orientem a não fazer sexo

No Brasil, segundo Damares, meninos perdem a virgindade aos 12 anos e as meninas, aos 13 anos. Evitar a gravidez precoce é importante a nível de política pública porque o cenário está associado à desigualdade social
MARCEL HARTMANN
Modelo de abstinência sexual defendido por Damares já é aplicado no Chile.
BRASÍLIA – Uma nota técnica do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), produzida para orientar a campanha de prevenção da gravidez na adolescência que o governo vai lançar, afirma que o início precoce da vida sexual leva a “comportamentos antissociais ou delinquentes” e “afastamento dos pais, escola e fé”, entre outras consequências.
A campanha de mobilização faz parte da política da ministra Damares Alves, titular do MMFDH, de incentivo à abstinência sexual entre a população mais jovem.
A declaração feita pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) ao jornal Gazeta do Povo ilustra a nova política pública do governo federal para combater a gravidez precoce na adolescência e as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs): orientar jovens, nas escolas brasileiras, a não fazer sexo.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) considera adolescente quem tem entre 10 e 20 anos. O Brasil teve queda nas taxas de gravidez de jovens na última década, mas a média é uma das maiores da América Latina.
No Brasil, segundo Damares, meninos perdem a virgindade aos 12 anos e as meninas, aos 13 anos. Evitar a gravidez precoce é importante a nível de política pública porque o cenário está associado à desigualdade social – pais jovens costumam ter educação e salários mais baixos.
O governo cita estudos chilenos e experiências dos Estados Unidos para sustentar a eficácia da medida. Entidades médicas, no entanto, afirmam que os estudos são irrisórios e que as experiências mundiais mostram que incentivar adolescentes à abstinência os deixa sem conhecimento para se protegerem após o início da vida sexual.
O que dizem Damares e seu ministério?
Ainda não foram divulgados os detalhes sobre a política pública – sabe-se que as ações começarão em 3 de fevereiro nas redes sociais. Damares, a segunda ministra mais popular do governo Jair Bolsonaro, atrás apenas de Sergio Moro, já declarou que a elaboração é feita ao lado dos Ministérios da Saúde e da Educação, mas as áreas não falam sobre o assunto.
Em dezembro, o MMFDH organizou um seminário na Camara dos Deputados, financiado com dinheiro público, com entusiastas da abstinência sexual. Na entrada do evento, cartazes alardeavam que a camisinha não protege contra o HIV (isso não é verdade).
Em entrevista à Rádio Gaúcha, a ministra reforçou que o governo seguirá oferecendo outros métodos contraceptivos, mas também lembrará aos jovens a possibilidade de retardar o início da vida sexual. Ela afirma que o Brasil é o quarto país com mais casos de casamento infantil, atrás de Índia, Bangladesh e Nigéria.
— Vamos continuar apresentando o anticoncepcional, a camisinha, os métodos de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis. A gente só quer conversar com o adolescente, porque não se conversa sobre isso, queremos acrescentar um diálogo — explicou.
Damares defende que a forma mais eficaz de evitar a gravidez precoce é não ter a relação e que “a gente vai poder falar no Brasil de alma gêmea”. Para a ministra, incentivar a abstinência sexual não é desestimular o uso de camisinha e de outros métodos contraceptivos.
— O que está aí não está dando muito certo. Temos que trazer o novo. E o que é o novo que tenho agora? Vamos conversar com adolescentes para retardar o início da relação sexual — pontuou Damares à Rádio Gaúcha.
Questionado por GaúchaZH nesta sexta-feira (24), o Ministério da Família diz, em nota, que o governo brasileiro “até o momento, ignorou o adiamento da iniciação sexual” e que a proposta “não se trata de uma intervenção do Estado à liberdade do jovem brasileiro”.
“A proposta é oferecer informações integrais aos adolescentes para que possam avaliar com responsabilidade as consequências sociais, econômicas e psicológicas de suas escolhas para o seu projeto de vida. Portanto, não ofende em qualquer nível o direito à liberdade do indivíduo. O intuito da iniciativa é exatamente o contrário: ampliar os direitos de crianças e adolescentes com enfoque na valorização da pessoa humana, fortalecimento da saúde emocional e conscientização sobre os impactos decorrentes da vida sexual”, diz o texto da pasta.
O que diz o Ministério da Saúde?
O Ministério da Saúde não respondeu como irá implementar a política de incentivo à abstinência sexual. Hoje, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza nove métodos contraceptivos, incluindo diferentes tipos de anticoncepcional injetável, pílula (incluindo a do dia seguinte), diafragma, DIU e preservativo.
A pasta reconhece que os casos de gravidez estão caindo no Brasil ao longo da última década, mas ressalta que, em 2018, foram registrados quase 456 mil partos com mães de até 19 anos – o equivalente a 15% do total de bebês vivos no ano.
“Isso por si só aponta a necessidade de manutenção dos esforços até então conduzidos, e a inclusão de novas abordagens complementares”, afirmou a pasta, em nota.
O Ministério da Saúde informou a GaúchaZH que, em 2019, foram distribuídas quase 470 milhões de camisinhas masculinas, 40% a mais do que em 2018, e 10,7 milhões de preservativos femininos, 569% a mais do que no ano anterior. No entanto, apesar de questionado, não informou se a ação será reforçada ou enfraquecida em 2020.
De 2008 até o ano passado, o governo distribuía a caderneta do adolescente, um folheto que trazia informações sobre sexo seguro e puberdade, ação elogiada pela Sociedade Brasileira de Pediatria. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, mandou o documento ser recolhido por mostrar “imagens que não caem bem para meninos e meninas de nove anos” – o documento era focado em estudantes de 10 a 19 anos. O recolhimento foi criticado por especialistas.
O Ministério da Saúde nega que o programa tenha sido terminado e afirma que a política está em “elaboração técnica” para atender às diferentes faixas etárias, incluindo menores de 14 anos e adolescentes entre 15 e 17.
O que diz o Ministério da Educação?
Hoje, escolas abordam a educação sexual seguindo os preceitos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Questionado sobre como implementará na prática a política nas escolas, o Ministério da Educação (MEC) informou na sexta-feira que ainda não está definida a participação da pasta na política pública, mas destacou que a educação sexual é um tema transversal e que Estados têm liberdade na hora de abordar os assuntos.
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Bombeiros encerram buscas por diarista desaparecido no Rio Purus, no Acre
Paulo do Graça foi visto pela última vez em uma canoa; embarcação foi encontrada abandonada, mas vítima não foi localizada.

A comunidade local, que acompanha o caso com apreensão, lamenta o desaparecimento de Paulo, conhecido por sua dedicação ao trabalho e simpatia. Foto: cedida
O Corpo de Bombeiros encerrou as buscas pelo corpo de Paulo do Graça, diarista que desapareceu nas águas do Rio Purus, em Sena Madureira, no Acre, na última segunda-feira (24). As operações, que incluíram buscas subaquáticas e superficiais, não obtiveram sucesso em localizar a vítima.
De acordo com relatos de moradores, Paulo foi visto pela última vez saindo do porto da comunidade Silêncio em uma canoa. No dia seguinte, o barco foi encontrado abandonado nas proximidades do seringal Regeneração, aumentando as preocupações sobre o seu paradeiro.
As equipes de resgate trabalharam por dias na região, mas as condições do rio e a falta de pistas concretas dificultaram as operações. A comunidade local, que acompanha o caso com apreensão, lamenta o desaparecimento de Paulo, conhecido por sua dedicação ao trabalho e simpatia.
O Corpo de Bombeiros informou que, por enquanto, as buscas estão suspensas, mas podem ser retomadas caso novas informações surjam. Enquanto isso, familiares e amigos aguardam por respostas sobre o destino do diarista.
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Juiz da execução penal pode mandar monitorar conversa de advogado e preso
As conversas gravadas mostram que a advogada mencionou que “quem a enviou foi o pessoal de fora”, com referências à organização criminosa, e que ela usou códigos e mensagens cifradas

A defesa impetrou Habeas Corpus para sustentar que o juiz da execução penal não tem competência para autorizar as escutas e que elas representam prova ilegal por violarem as prerrogativas da advocacia. Foto: internet
O juiz da execução penal é competente para iniciar procedimentos de ofício, ou a pedido de autoridades como o Ministério Público, sempre que houver interesse na manutenção da segurança e da ordem no estabelecimento prisional.
Com esse entendimento, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou provimento a recurso em Habeas Corpus ajuizado por uma advogada que teve suas conversas com um preso monitoradas pela Justiça de Goiás.
As escutas foram feitas no parlatório da unidade prisional, a pedido do MP, por indícios de que as atividades do preso, membro de uma organização criminosa, estavam sendo facilitadas pela advogada.
A defesa impetrou Habeas Corpus para sustentar que o juiz da execução penal não tem competência para autorizar as escutas e que elas representam prova ilegal por violarem as prerrogativas da advocacia relacionadas ao sigilo entre advogado e cliente.
Juiz da execução penal é competente
No entanto, a relatora do recurso, ministra Daniela Teixeira, observou que o Tribunal de Justiça de Goiás identificou motivos suficientes para justificar o monitoramento das conversas entre advogada e preso.
Isso porque ela não possuía vínculo formal com ele, como procuração para atuar em seu nome nos processos. E não foi designada pela família do detento.
As conversas gravadas mostram que a advogada mencionou que “quem a enviou foi o pessoal de fora”, com referências à organização criminosa, e que ela usou códigos e mensagens cifradas.
“A inviolabilidade do sigilo profissional pode ser mitigada em situações excepcionais, como quando há indícios da prática de crimes por parte do advogado”, explicou a ministra Daniela ao citar a jurisprudência do STJ sobre o tema.
Além disso, ela apontou que o juízo da execução penal é competente para iniciar procedimentos de ofício, ou a pedido de autoridades como o MP, sempre que houver interesse na manutenção da segurança e da ordem no estabelecimento prisional.
“No caso em questão, o pedido do Gaeco foi motivado por indícios de que as atividades de um dos presos, líder da organização criminosa, estavam sendo facilitadas pela advogada”, concluiu ela. A votação foi unânime.
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Briga generalizada entre menores viraliza nas redes durante festa de Carnaval em Cobija
Confronto ocorreu na Praça do Estudante durante tradicional jogo com balões e água; vídeos mostram momento de descontrole

O vídeo, no entanto, continua a viralizar, gerando debates sobre a segurança durante as festas de Carnaval e a necessidade de maior supervisão em eventos públicos que envolvem jovens. Foto: captada
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma briga descontrolada entre menores de idade durante as comemorações de Carnaval na Praça do Estudante, em Cobija, Bolívia, nesta segunda-feira. O confronto aconteceu enquanto os jovens participavam de um jogo tradicional boliviano que envolve balões e água, comum durante a festividade.
Nas imagens, é possível ver o momento em que a briga se inicia, com empurrões, socos e correria, deixando os espectadores em choque. Apesar da natureza lúdica da atividade, a situação rapidamente escalou para a violência, chamando a atenção de moradores e autoridades locais.
Até o momento, não há informações sobre feridos ou intervenção policial no local. O vídeo, no entanto, continua a viralizar, gerando debates sobre a segurança durante as festas de Carnaval e a necessidade de maior supervisão em eventos públicos que envolvem jovens. As celebrações, que costumam ser marcadas por alegria e diversão, foram manchadas pelo episódio de descontrole.
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