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A misteriosa doença ligada a cigarros eletrônicos que já matou seis pessoas nos EUA
O primeiro relato da doença misteriosa surgiu em abril, no Estado de Illinois; logo, médicos de todo o país começaram a descrever pacientes com sintomas semelhantes, que incluem dificuldade de respirar, fadiga, tosse, febre alta, náusea e vômito.

Cigarro eletrônico surgiu como promessa de auxílio para quem deseja parar de fumar — Foto: Isabella Mendes/Pexels
Quando o jovem de 21 anos chegou ao hospital, ele sofria havia uma semana de dificuldade para respirar, dores abdominais, tosse, náusea e vômito. Com base no resultado de radiografias, recebeu inicialmente tratamento para pneumonia bacteriana.
Mas ele não respondia ao tratamento, e sua condição estava piorando. O paciente foi então entubado, com insuficiência respiratória. Esse recurso também não resolveu o problema, e ele precisou ser conectado a uma espécie de pulmão artificial durante sete dias.
Enquanto isso, os médicos realizavam testes para investigar a possibilidade de vários tipos de doenças, bactérias e vírus, mas não conseguiam determinar o que levou um jovem sem nenhum problema de saúde anterior a esse quadro. A única informação que tinham era que ele fumava diariamente cigarros eletrônicos com nicotina e THC (tetra-hidrocanabinol, componente psicoativo da maconha).
Apesar da gravidade do quadro, o jovem sobreviveu. Seu caso, relatado por médicos da Universidade de Utah na revista científica “The New England Journal of Medicine”, é um entre mais de 450 casos registrados em 33 Estados americanos nos últimos meses de uma grave e misteriosa doença pulmonar ligada ao uso de cigarros eletrônicos. Até agora, foram confirmadas seis mortes.
Os casos são investigados por especialistas do Centros de Controle e Prevenção de Doenças, agência de pesquisa em saúde pública ligada ao Departamento de Saúde (CDC), da Food and Drug Administration (FDA), agência do governo responsável pelo controle de medicamentos) e de departamentos de saúde estaduais.
Mas até agora não se sabe o que exatamente causa essa síndrome respiratória e se está ligada a um tipo específico de aparelho, substância ou ingrediente usado em cigarros eletrônicos. Enquanto buscam respostas, as autoridades dizem que os consumidores devem considerar a possibilidade de evitar o uso de cigarros eletrônicos.
Na quarta-feira (11), o governo do presidente Donald Trump anunciou que pretende proibir a venda da maioria dos cigarros eletrônicos que contêm sabor, em meio ao aumento do consumo entre adolescentes. A medida não afetaria produtos que não têm adição de sabor.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estuda a liberação da venda de cigarros eletrônicos, que é proibida desde 2009.
Vítimas jovens
O primeiro relato da doença misteriosa surgiu em abril, no Estado de Illinois. Logo, médicos de todo o país começaram a descrever pacientes com sintomas semelhantes, que incluem dificuldade de respirar, fadiga, tosse, febre alta, náusea e vômito.
Segundo a médica Jennifer Layden, epidemiologista-chefe do Departamento de Saúde Pública de Illinois que analisou 53 casos registrados em seu Estado e em Wisconsin, a maioria dos pacientes era jovem, com idade média de 19 anos, e não apresentava outros problemas de saúde. Quase todos necessitaram de hospitalização, mais da metade em unidades de terapia intensiva.
“Todos os pacientes tinham histórico de uso de cigarros eletrônicos e produtos relacionados no período de 90 dias antes do surgimento dos sintomas”, disse Layden em artigo na revista científica “The New England Journal of Medicine”.
Segundo relatos de médicos, radiografias dos pacientes afetados trazem resultados semelhantes a pneumonia bacteriana ou viral, mas testes posteriores não mostram infecção ou outra condição que explique a doença pulmonar. Alguns dos doentes apresentaram quadro de pneumonia lipoídica, que é resultado da aspiração de partículas oleosas para dentro dos pulmões.
As primeiras mortes foram registradas em Illinois e Oregon. Na semana passada, outras três mortes, em Indiana, Minnesota e no condado de Los Angeles, foram confirmadas. Nesta semana foi anunciada uma morte no Kansas.
“Apesar de ser necessária maior investigação para determinar que agente ou agentes foram responsáveis, há claramente uma epidemia que exige uma resposta urgente”, diz o médico David Christiani, da Universidade Harvard, em carta à “The New England Journal of Medicine”.
Investigação
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças lançaram investigação no início de agosto, com a participação da FDA e de autoridades de saúde e especialistas dos Estados afetados. “Estamos comprometidos em descobrir o que está deixando as pessoas doentes”, diz o diretor do CDC, Robert Redfield.
Segundo o comissário em exercício da FDA, Ned Sharpless, os laboratórios da agência já receberam para análise mais de 120 amostras de produtos e substâncias usados por doentes em todo o país, em um esforço para descobrir o que exatamente eles contêm.
Ainda não se sabe se a síndrome respiratória é resultado de alguma determinada toxina ou substância que foi parar nos produtos usados em cigarros eletrônicos ou se é simplesmente fruto do uso pesado desses aparelhos.
Há dezenas de tipos diferentes de cigarros eletrônicos e vaporizadores. Neles, nicotina, THC ou aromatizantes são misturados a um tipo de solvente ou óleo. Esse líquido serve como difusor da nicotina ou do THC, ao ser aquecido, transformado em vapor e inalado pelo usuário.
Essa solução líquida pode conter outros químicos para, por exemplo, alterar o sabor da mistura. Especialistas ressaltam que a mistura de vários ingredientes com os componentes primários e possíveis contaminantes podem resultar na produção de novos agentes, que podem ser tóxicos.
Uma das suspeitas é a de que os doentes tenham entrado em contato com produtos adulterados ilegalmente, com adição de químicos nocivos aos líquidos. O CDC ressalta que os cartuchos usados nos cigarros eletrônicos podem ter sido reutilizados com substâncias ilegais ou desconhecidas.
Entre as possibilidades investigadas está a de que a adulteração tenha se concentrado em produtos usados para inalação de THC. Segundo o CDC, muitos dos pacientes relataram uso de cigarros eletrônicos contendo produtos canabinoides, como CBD (canabidiol) e THC.
Só que outros doentes admitiram apenas o uso de produtos com nicotina – mas médicos alertam que alguns jovens podem relutar em admitir uso de maconha.
Acetato de vitamina E
Na semana passada, o Departamento de Saúde do Estado de Nova York, onde pelo menos 49 pessoas ficaram doentes, disse que um dos focos de sua investigação era a presença de “níveis muito altos” de acetato de vitamina E em quase todas as amostras de produtos que continham cannabis.
O acetato de vitamina E é um componente em forma de óleo da vitamina, comumente utilizado em cremes para pele e suplementos vitamínicos, mas que não é autorizado em produtos à base de maconha para uso em cigarros eletrônicos.
A FDA também revelou que o acetato de vitamina E foi encontrado na maioria das amostras com THC testadas em seus laboratórios, mas ressaltou que nenhuma substância até agora foi encontrada em todas as amostras.
“A identificação de qualquer componente presente nas amostras será uma peça do quebra-cabeças, mas não vai necessariamente responder às questões sobre o que está causando essas doenças”, disse um porta-voz da FDA.
O CDC lançou um alerta aos consumidores de cigarros eletrônicos e vaporizadores para quem comprem os produtos apenas de lojas e fabricantes confiáveis.
“Independentemente da investigação em curso, as pessoas que usam produtos relacionados a cigarros eletrônicos não devem comprar esses produtos na rua e não devem modificá-los ou adicionar qualquer substância que não seja prevista pelo fabricante”, alerta o CDC.
Uso crescente
Os cigarros eletrônicos e vaporizadores são populares nos Estados Unidos há mais de 15 anos. Eles surgiram como uma alternativa ao cigarro convencional e com a promessa de ajudar fumantes a abandonarem o vício.
Fabricantes e defensores do uso de cigarros eletrônicos ressaltam que são menos nocivos para os pulmões, já que não incluem as toxinas perigosas, muitas delas cancerígenas, provenientes da combustão do tabaco em cigarros comuns.
Mas o CDC afirma que as evidências científicas são “inconclusivas” sobre a eficácia desses produtos para ajudar a parar de fumar. Nesta semana, a FDA acusou a Juul Labs, popular fabricante de cigarros eletrônicos, de ter ilegalmente comercializado seus produtos como sendo uma alternativa menos nociva do que cigarros tradicionais.
Pesquisadores alertam também que ainda não se sabe quais os impactos à saúde do uso prolongado de cigarros eletrônicos. Especialistas afirmam que, apesar de conterem menos substâncias químicas tóxicas do que os cigarros convencionais, os cigarros eletrônicos podem expor usuários a substâncias que podem ter efeito prejudicial à saúde “incluindo partículas ultrafinas, metais pesados e compostos orgânicos voláteis e outros ingredientes nocivos”, resume o CDC.
Além disso, muitos consideram o processo regulatório desses produtos deficiente, e afirmam que é difícil saber que substâncias são adicionadas aos líquidos.
Além do uso para consumo de nicotina, os cigarros eletrônicos também são uma maneira popular de consumir maconha, que é legal em 33 Estados americanos – em alguns somente para uso medicinal, em outros também para uso recreativo.
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Cinco pessoas morrem em acidente de carro em Goiás; três eram PMs
Acidente aconteceu no município de Firminópolis (GO), na tarde desta quarta-feira (25)

Grave acidente envolveu dois veículos • Reprodução/Corpo de Bombeiros Militar de Goiás
Três policiais militares estão entre as cinco vítimas de um grave acidente, nesta quinta-feira (25), na GO-164, altura do km 397, no município de Firminópolis, Goiás. Os agentes estavam de folga no momento do acidente.
Segundo o CBMGO (Corpo de Bombeiros Militar de Goiás), dois veículos tiveram uma colisão frontal entre um automóvel de passeio e uma caminhonete, as vítimas do acidente ficaram presas nas ferragens. No carro de passeio estavam quatro pessoas, todas com ferimentos graves.
As mortes foram confirmadas no local pelo médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Na caminhonete, duas vítimas foram socorridas pelo Samu e encaminhadas para atendimento hospitalar, sendo posteriormente confirmado um óbito na unidade de saúde.
O Governo de Goiás confirmou a identidade dos três PMs que morreram:
- Robson Luiz Fortuna Filho – 31 anos;
- Renato da Silva Duarte – 32 anos;
- João Paulo Marim Guimarães – 32 anos.

Soldado Robson Luiz Fortuna Filho • Reprodução/Polícia Militar

Soldado Renato da Silva Duarte • Reprodução/Polícia Militar

Soldado João Paulo Marim Guimarães • Reprodução/Polícia Militar
O Governador Ronaldo Caiado também lamentou a morte dos agentes e das outras duas vítimas.
“Neste momento de dor, manifesto minha solidariedade a todos os familiares, amigos e irmãos de farda, estendendo também minhas condolências às famílias das outras vítimas atingidas por esse acidente”, escreveu Caiado.
As equipes do CBMGO atuaram no desencarceramento das vítimas, retirando os corpos das ferragens e encaminhando ao IML (Instituto Médico-Legal).
A PMR (Polícia Militar Rodoviária) assumiu a ocorrência, ficando responsável pelo controle do tráfego e pela adoção dos procedimentos legais necessários.
Fonte: CNN
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“Saidinha”: detento é preso por tentar estuprar idosa de 89 anos
Detento beneficiado com saída temporária invadiu casa de idosos, tentou estuprar mulher de 89 anos e brigou com homem de 90 em Lorena
Um homem de 43 anos foi preso em flagrante suspeito de invadir a casa e tentar estuprar uma das vítimas, uma idosa de 89 anos, na madrugada desta quinta-feira (25/12), no bairro Vila Nunes, em Lorena, no interior de São Paulo.
De acordo com o boletim de ocorrência, o infrator, que é um detento que estava em saída temporária, entrou, por volta das 2h30 na casa de um casal de idosos exigindo dinheiro das vítimas.
Ao tentar abusar sexualmente da mulher, o casal resistiu, entrando em luta corporal com o marido da idosa, de 90 anos, que afastou o bandido com golpes de muleta.
O suspeito acertou a mão do homem com uma tesoura e fugiu do local.
A Polícia Militar foi acionada e as vítimas foram levadas ao pronto-socorro.
Em buscas pelo região, o homem foi localizado e encaminhado à Delegacia de Lorena, onde permanece à disposição da Justiça.
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Dono de churrascaria mata borracheiro por causa de “música de louvor”
A troca de palavras rapidamente se transformou em agressão física. Durante o confronto, o suspeito sacou uma faca e desferiu vários golpes
Um desentendimento motivado pelo volume de músicas de louvor terminou de forma trágica na manhã do Dia de Natal, na zona leste de Manaus. O borracheiro Sidney da Silva Pereira, de 31 anos, foi morto a facadas após uma briga com um vizinho, supostamente incomodado com canções religiosas tocadas no local de trabalho da vítima.
Segundo testemunhas, Sidney estava em sua borracharia, no bairro Cidade Nova, por volta das 6h30, ouvindo músicas de louvor cristão em uma caixa de som. Irritado com o volume e com o conteúdo religioso das canções, o vizinho — identificado como dono de uma churrascaria da região e conhecido como “Gaúcho” — teria iniciado uma discussão, fazendo ofensas direcionadas à música e à prática religiosa da vítima.
A troca de palavras rapidamente se transformou em agressão física. Durante o confronto, o suspeito sacou uma faca e desferiu vários golpes contra o borracheiro. Gravemente ferido, Sidney foi socorrido e encaminhado ao Hospital e Pronto-Socorro Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Discussão e morte
Apesar do atendimento médico, Sidney não resistiu aos ferimentos e morreu no fim da tarde da quinta-feira (25), aumentando a comoção entre familiares, amigos e moradores da região.
De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, a ocorrência foi registrada inicialmente como tentativa de homicídio. Após a confirmação da morte, o caso passou a ser investigado como homicídio consumado, tendo como causa o óbito por ferimentos provocados por arma branca.
O crime está sendo investigado pelo 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP). O principal suspeito ainda não foi localizado. A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) pode assumir o inquérito para aprofundar as investigações, principalmente sobre a motivação ligada à intolerância e ao desentendimento causado pela música de louvor.
A polícia pede que qualquer informação que ajude a localizar o suspeito seja repassada de forma anônima pelo disque-denúncia 181.



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