Corpo de ciclista é levado à Suécia; namorado chora ao saber da morte

Translado de Johanna Charlotte, de 26 anos, ocorreu nesta quarta (23).
Ciclista sueco Emil Börner ainda não tem previsão de alta, diz hospital.

G1
Casal mantinha página onde postava fotos dos locais por onde passavam em viagem com bicicleta (Foto: Reprodução/Facebook)[/caption]

Após oito dias, o corpo da sueca Johanna Charlotte, de 26 anos, morta depois de ter sido atropelada por um carro na estrada de Epitaciolândia, interior do Acre, saiu do estado na madrugada desta quarta-feira (23). O sueco Emil Börner, de 25 anos, sobrevivente do acidente, que ainda se recupera no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), só recebeu a notícia da morte da namorada na manhã desta quarta (23), segundo o diretor-clínico da unidade, Giovanni Casseb.

De acordo com Casseb, a instituição conseguiu, ainda na terça-feira (22), um psicólogo que pudesse a notícia, tendo em vista o idioma. Börner, segundo o diretor-clínico, não consegue se lembrar de como o acidente aconteceu.

“Conseguimos um psicólogo ontem [terça-feira,23] mesmo e já conversamos com o sueco hoje. Ele ficou muito triste, chorou, não consegue entender e não lembra o que aconteceu. Ele está consciente, orientado, mas ainda não há previsão de alta”, diz Casseb.

O reconhecimento e liberação o corpo de Johanna foi feito pelos pais de Börner que estão em Rio Branco desde o domingo (20). O corpo da sueca foi transportado em voo na madrugada desta quarta até São Paulo (SP) e, de lá, segue até a Suécia, conforme informações da funerária responsável pelo serviço.

Em entrevista exclusiva ao G1, o pai do jovem sueco, Manfred Börner, de 57 anos, pediu Justiça. “Se uma pessoa comete um crime, ela tem que ser punida”, disse. A mãe dele, Maria Börner, de 53 anos, diz que sentia triste pela morte de Johanna, mas aliviada por encontrar o filho. “Em primeiro lugar, nos sentimos muito tristes pela morte da Johanna e também pelo estado que nosso filho se encontra, mas estamos felizes de encontrá-lo com vida”, falou na segunda-feira (21).

O casal de suecos Johanna Charlotte e Emil Börner viajava ao redor do mundo de bicicleta desde janeiro deste ano, quando foram atropelados na fronteira do Acre.

Acidente ocorreu na manhã desta terça-feira (15) na BR-317 (Foto: Alexandre Lima/Arquivo pessoal)

Entenda o caso
O casal de ciclistas sueco, Johanna Charlotte Eklöf, de 26 anos e Emil Börner, de 25, foi atropelado por um carro, na manhã do dia 15. A mulher morreu no local, enquanto Böner foi encaminhado com fraturas expostas e traumatismo craniano para o Hospital de Urgência e Emergência, em Rio Branco.

O casal fazia tour de bicicleta pelo mundo e mantinha um site em que compartilhava fotos dos locais que passava e histórias de pessoas que encontrava em suas viagens.

O delegado responsável pelo caso, Mardilson Vitorino disse ao G1 que o motorista que conduzia o carro que atropelou o casal estava a mais de 100 km/h. O motorista, José Ribamar Júnior, de 33 anos, prestou depoimento e foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A velocidade máxima permitida no local do acidente é de 80  km/h.

Em entrevista ao G1, um dia após o acidente, o motorista do carro José Ribamar Júnior  contou que saía de Brasileia e ia para Rio Branco sozinho no carro, quando os ciclistas apareceram na sua frente.

“Nem sei como estou vivo aqui para falar, foi tudo muito rápido. O casal estava embaixo de uma árvore, em um local onde nem eu, nem eles poderíamos nos visualizar. De repente, eles surgiram na minha frente. Essa cena vai ficar por muito tempo ainda na minha memória, nem consegui dormir ainda, tomei medicamentos para tentar me acalmar”, disse na ocasião.

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Publicado por
Alexandre Lima