Acre
Acre se prepara para enfrentar a maior seca de sua história
Alexandre Lima e Marcus José – Especial Assis Brasil, Acre
As autoridades do Estado do Acre tem todo o motivo para se preocupar, principalmente na capital acreana, no tocante ao abastecimento de água nas residências, ao ponto do governador Sebastião Viana decretar estado de emergência.
A equipe do jornal oaltoacre.com esteve na cidade de Assis Brasil (Acre), distante 330km da capital, que faz divisa com os países da Bolívia e Peru, separados pelo Rio Acre. A missão seria para ver in-loco, a real situação que muitos propalaram nos últimos meses.
A pequena cidade de Assis Brasil que tem cerca de sete mil habitantes, na maioria ruralista, muitos vivem em parte da pesca através da Colônia de Pescadores Profissionais do Município de Assis Brasil Emílio de Souza (COPABEMES), já vem enfrentando problemas com a estiagem do Rio Acre.

Vice-presidente da colônia de pescadores de Assis Brasil, José Carlos dos Santos Cardoso: : preocupação – Foto: Alexandre Lima
Segundo o vice-presidente José Carlos dos Santos Cardoso, disse que já havia visto secas anteriores, mas, nunca como esta em 2016. “Estamos preocupados, e olha que ainda estamos em meados de julho. Tem os meses de agosto e setembro, quando verão é mais forte com pouca chuva e o rio seca mais ainda”, comentou.
“Nosso presidente está se reunindo com o pessoal do ICMBio para que pudessem ajudar de alguma forma, já que rio está seco demais para a pesca e alguns estão tendo que ir muito longe para poder fazer a pesca e sustentar suas famílias”, complementou.
Segundo alguns moradores e pescadores, já viram peixes morrendo devido a falta de oxigênio na água, além de espaço para nadar. Em alguns pontos onde o rio é muito largo e de difícil navegação no período do inverno amazônico, hoje se observa bancos de areia e até uma criança de 9 anos atravessa com água abaixo do joelho.

Moradores estão tendo dificuldades para navegar com canoas pequenas e populares atravessam o rio andando tranquilamente – Foto: Alexandre Lima
A navegação também está se torando perigosa, ficando apenas para os mais experientes e mesmo assim, tem que descer da canoa para poder passar em alguns pontos, fazendo com que a viajem fique longa e cansativa para quem mora na zona rural e às margens do rio Acre.
De cima da ponte que liga o Brasil ao Peru, é possível observar as praias já formadas e bancos de areias prestes a se formar no meio do rio. A situação de hoje, é contraditória ao que foi visto no início do ano de 2015, quando as cidades de Iñapari (Peru), parte de Assis Brasil (Acre/Brasil), cerca de 80% de Brasiléia, parte de Epitaciolândia, Xapuri e a capital, Rio Branco, enfrentaram a maior enchente da história até o momento.
O município de Brasiléia e Epitaciolândia que também recebe água do Rio Acre para abastecimento em suas residências, ainda não está sentido o efeito real devido os seus afluentes; igarapé Noáia, São Pedro, Banana, Bufeu e o rio Yaberija que faz a tríplice fronteira.

Colônia dos Pescadores de Assis Brasil já estão sentindo dificuldades na pesca – Foto: Alexandre Lima

Divisa entre o Acre/Brasil e Iñapari/Peru, mostra o quanto o rio Acre está seco – Foto: Alexandre Lima
- Vice-presidente da colônia de pescadores de Assis Brasil, José Carlos dos Santos Cardoso: : preocupação – Foto: Alexandre Lima
- Moradores estão tandem dificuldades para navegar com canoas pequenas e populares atravessam o rio andando tranquilamente – Foto: Alexandre Lima
- Foto: Alexandre Lima
- Colônia dos Pescadores de Assis Brasil já estão sentindo dificuldades na pesca – Foto: Alexandre Lima
- Foto: Alexandre Lima
- Foto: Alexandre Lima
- Bancos de areia estão se formando no meio do rio na tríplice fronteira – Foto: Alexandre Lima
- Imagem aérea mostra a realidade do Rio Acre em Assis Brasil – Foto: Alexandre Lima
- Divisa entre o Acre/Brasil e Iñapari/Peru, mostra o quanto o rio Acre está seco – Foto: Alexandre Lima
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Acre
Moradores fecham URAP em protesto contra troca de coordenador no Calafate

Foto: David Medeiros/ac24horas
Insatisfeitos com a substituição do coordenador da unidade, moradores da região do Calafate bloquearam o acesso à URAP Rosângela Pimentel, em Rio Branco, na manhã desta quinta-feira (15). O protesto, que impediu a entrada de pacientes e servidores, reivindica a permanência de Francisco, gestor anterior da unidade. Segundo os manifestantes, a mudança teve motivação política e desconsiderou a opinião da comunidade atendida.
A unidade atende também os bairros Ilson Ribeiro, Portal da Amazônia, Jequitibá e outros da regional. No local, um abaixo-assinado com mais de 3,5 mil assinaturas está sendo apresentada em forma de protesto. Devido ao bloqueio, uma fila consideravelmente grande se formou do lado de fora da unidade, com moradores que aguardavam atendimento e foram surpreendidos pelos portões fechados. Enfermeiros, médicos e demais servidores também não conseguiram acessar o local.

Foto: David Medeiros/ac24horas
“Trocaram o nosso gestor. Isso foi um acordo político. A gente não aceita porque o Francisco é uma pessoa maravilhosa. Ele cuida dos idosos, das crianças, dos deficientes, dos centros de recuperação. Está ali pra comunidade 24 horas”, afirmou Vilma Rocha, representante do bairro Ilson Ribeiro.
Segundo ela, o coordenador anterior tem atuação direta na URAP e auxilia até mesmo pacientes sem ficha. “Muitas vezes as pessoas chegam aqui de madrugada e não conseguem pegar ficha. Mas ele sempre dá um jeito de atender todo mundo”, completou.
Outra moradora, Cibele, secretária do bairro Portal da Amazônia, também se posicionou contra a troca. “Ele conhece a realidade de cada bairro. Quando a gente vem pra uma unidade de saúde, já vem debilitado, e ele trata a comunidade com amor. Tira do bolso dele quando precisa. E por que, na época da eleição, ninguém vem consultar a comunidade antes de fazer essas mudanças?”, questionou.
O presidente da região Aroeira, pastor Aroldo, reforçou que a manifestação não tem previsão de terminar. “Só vamos sair daqui quando um representante vier nos dar uma resposta. Se não tivermos essa resposta, vamos continuar segunda, terça, quarta, quinta… até o prefeito ouvir a nossa voz”, afirmou.
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Acre
Estado do Acre institui Comissão para apurar violações da ditadura militar

Foto: reprodução/internet
O Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (CEDHC) do Acre oficializou, por meio da Resolução nº 02, a criação da Comissão Estadual de Verdade e Memória (CEVEME), voltada ao reconhecimento e apuração de graves violações de direitos humanos ocorridas no estado durante o regime civil-militar brasileiro. A iniciativa se insere em um esforço mais amplo de reparação histórica e resgate da memória de vítimas da repressão entre 1964 e 1985. A resolução foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (15).
A medida leva em conta dispositivos constitucionais e legais que reconhecem os abusos cometidos por agentes estatais no período, como o artigo 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e as Leis Federais nº 9.140/1995 e 12.528/2011, que instituíram a Comissão Nacional da Verdade (CNV). Inspirada nas recomendações finais da CNV, a criação da CEVEME visa dar visibilidade aos episódios de perseguição política, prisões arbitrárias, torturas, execuções e outras formas de violência praticadas sob a chancela do regime autoritário.
A Comissão será composta por representantes de diversos setores da sociedade civil e instituições públicas, incluindo o Ministério Público Federal e Estadual, a Universidade Federal do Acre (Ufac), o Instituto Federal do Acre (Ifac), os Arquivos Públicos Estadual e Nacional, a Comissão de Anistia e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Familiares de vítimas também terão espaço garantido. A coordenação dos trabalhos será feita pelo próprio CEDHC, órgão deliberativo vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos.
Entre as atribuições da CEVEME estão a coleta de depoimentos de vítimas e familiares, a investigação sobre estruturas e agentes envolvidos nas violações, e a proposição de políticas públicas de reparação e não repetição. Também está prevista a realização de audiências públicas e a articulação de ações educativas e memoriais voltadas à preservação da história e à valorização dos direitos humanos.
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Acre
Estado convoca aprovados da seleção para brigadistas para curso de formação

Foto: Reprodução
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) do Acre divulgou nesta quinta-feira, 15, o resultado final do processo seletivo simplificado para a contratação de brigadistas comunitários que atuarão na prevenção e combate a incêndios florestais em Unidades de Conservação Estaduais. A lista contempla os classificados nos Testes de Aptidão Física (TAF) e de Habilidades no Uso de Ferramentas Agrícolas (THUFA), realizados no dia 7 de maio.
O processo seletivo, conduzido pela Comissão de Avaliação instituída pela Portaria nº 17/2025, selecionou candidatos para atuar em áreas prioritárias de conservação ambiental, como a Floresta Estadual do Antimary, a Área de Proteção Ambiental (APA) São Francisco, a APA Lago do Amapá, a Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Japiim Pentecostes e o Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório.
Os classificados estão agora convocados para participar do curso de formação de brigadas, que ocorrerá entre os dias 20 e 22 de maio, das 8h às 18h, em locais estratégicos próximos às respectivas unidades de conservação. As aulas teóricas e práticas serão ministradas por equipes técnicas especializadas, com foco em táticas de prevenção e controle de queimadas, uso de equipamentos de segurança e primeiros socorros.
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