Única impressão reconhecida no documento que pretendia mudar resultado da eleição é a do ex-ministro da Justiça Anderson Torres
A Polícia Federal não conseguiu identificar as digitais encontradas na minuta de golpe, documento apreendido na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, em 12 de janeiro.
A única impressão digital confirmada é a do próprio Torres, preso preventivamente desde o dia 14 de janeiro por suposta omissão em relação aos atos extremistas que ocorreram seis dias antes e que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes.
O documento foi apreendido durante uma operação de busca e apreensão autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Torres ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal quando os atos extremistas ocorreram.
O documento, redigido em linguagem jurídica, propunha intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudança no resultado da eleição presidencial. Em depoimento à PF, na última quinta (16), Torres declarou que o documento era “lixo” e que seria destruído por não ter validade jurídica. Ele disse não lembrar a origem da minuta.
Embora tenha sido ouvido no TSE, o ex-ministro não quer depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Extreminas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O interrogatório dele foi agendado para 23 de março, mas, segundo os advogados, como Torres já deu a sua versão sobre os episódios de vandalismo em depoimento à Polícia Federal, ele não tem nada de novo a comentar sobre o caso.
“O peticionário vem informar que se manifesta contrariamente à sua condução para depoimento na Casa Legislativa, considerando-se que nada mais tem a acrescentar ao que já foi declarado à Polícia Judiciária, em ato que durou mais de 10 horas, e que, portanto, seria de todo inútil a sua oitiva”, diz o documento da defesa, que foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes.