O vereador Rosildo Cassiano Corrêa foi condenado por violência doméstica e ameaças à sua ex-namorada, e apesar disso, assumiu a vaga de vereador por meio de uma liminar
A posse, realizada dia (1º), marcada por confrontos políticos e abandono do plenário. Rosildo assumiu o cargo mesmo após uma condenação judicial pela Vara de Proteção à Mulher e Execuções Penais de Cruzeiro do Sul. Foto: captada
Juruá Comunicação
A vereadora Cleide Silva protocolou, nesta sexta-feira (3), um pedido de anulação da posse da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Walter, no interior do Acre. O documento questiona a legitimidade da cerimônia que empossou Rosildo Cassiano Corrêa (PSD), como presidente da Casa, em meio a denúncias de irregularidades e protestos.
A vereadora justificou seu pedido, afirmando que “a posse ilícita do vereador Rosildo Cassiano Corrêa e também a anulação da mesa diretora da Câmara Municipal é necessária, tendo em vista a expressa proibição legal de pessoas com seus direitos políticos suspensos tomarem posse”.
Ela também solicitou a atenção do Ministério Público, do TRE e da mesa diretora da Câmara para que sejam tomadas medidas cabíveis.
Rosildo Cassiano Corrêa foi condenado por violência doméstica e ameaças à sua ex-namorada, e apesar disso, assumiu a vaga de vereador por meio de uma liminar. A oposição pretende levar a situação à Justiça.
Entenda o caso
A posse, realizada na quarta-feira (1º), foi marcada por confrontos políticos e abandono do plenário. Rosildo assumiu o cargo mesmo após uma condenação judicial em outubro de 2024 pela Vara de Proteção à Mulher e Execuções Penais de Cruzeiro do Sul. Ele foi sentenciado a 3 meses e 15 dias de prisão em regime aberto por violência doméstica e ameaça contra sua ex-namorada, que era menor de idade na época dos fatos.
A candidatura de Rosildo foi registrada devido a uma falha do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que não identificou a condenação em tempo hábil. Apesar disso, ele enfrenta o risco de cassação, já que a regularidade de sua candidatura ainda pode ser questionada judicialmente.
O clima tenso durante a sessão ficou evidente quando Cleide Silva, responsável por conduzir os trabalhos como a segunda mais velha e alfabetizada, recusou-se a dar posse a Rosildo, alegando que sua situação judicial tornava o ato ilegítimo. A recusa gerou debates acalorados e levou o vereador Radí Telles, o mais velho da Casa, a assumir a condução e declarar Rosildo empossado, mesmo sob forte oposição.
Diante do impasse, os vereadores Alcielio Silva e Racildo Camely, da chapa concorrente, deixaram o plenário em protesto.
“Foi uma manobra articulada pelo prefeito e pelo presidente anterior para garantir a vitória de Rosildo. É uma afronta à democracia e às decisões judiciais”, declarou uma fonte que pediu anonimato.
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