A audiência pública realizada nesta quinta-feira, 11 de dezembro, pela Câmara Municipal de Brasiléia na sede da secretaria de cultura e esporte do município, ganhou um tom mais grave quando o vereador Jeso Batista (PL), de Epitaciolândia, relatou um caso que chocou os presentes: a morte de um bebê após a mãe, grávida e com dores de parto, receber alta do Hospital Regional do Alto Acre mesmo sem atendimento médico adequado.
Segundo o vereador, a gestante procurou o hospital pela manhã sentindo dores intensas. Não havia médico de plantão no momento e o atendimento foi realizado por uma enfermeira. Após ser examinada, a paciente recebeu alta e retornou para casa — apesar de continuar com dores.
Ao longo do dia, as dores se intensificaram. Já à noite, a mulher percebeu que não sentia mais a criança se mexer e voltou ao hospital. Foi então que a equipe constatou que o bebê havia morrido. Horas antes, pela manhã, o feto ainda se movimentava.
Para Jeso Batista, o episódio expõe de forma dura a falha na assistência:
“Essa criança estava pedindo socorro o dia inteiro. Se tivesse um médico, ou se o atendimento tivesse sido feito com responsabilidade, era possível identificar o risco. Isso é negligência”, denunciou o vereador durante sua fala.
A audiência pública reuniu autoridades do Acre, representantes do próprio Hospital Regional, e delegações de Xapuri, Assis Brasil, Epitaciolândia e Brasiléia. O encontro tinha como objetivo discutir a situação do hospital — e o relato de Jeso Batista acabou se tornando um símbolo das fragilidades estruturais que atingem a regional.
O caso levantou questionamentos sobre a ausência de médicos, a responsabilidade no atendimento, e a necessidade urgente de revisão dos protocolos de triagem e acompanhamento de gestantes na unidade.
A audiência terminou com a cobrança, por parte de vereadores e autoridades presentes, por esclarecimentos e providências imediatas, para que episódios como esse não se repitam.