Piqueno Fortunato, preso por suspeita de estupro de vulnerável e outros crimes, terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir medidas cautelares
Em decisão publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 3 de junho, Fortunato foi afastado do cargo por 90 dias. Foto: captada
Pouco mais de um mês após ser preso sob acusação de estupro de vulnerável, violência psicológica e perseguição contra uma adolescente de 13 anos, o vereador afastado de Manoel Urbano (AC), Vanderley Sabino Fortunato, conhecido como Piqueno Fortunato (PP), foi liberado na quinta-feira (26) por decisão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).
A defesa do parlamentar conseguiu reverter a prisão por meio de um habeas corpus, alegando ilegalidade na detenção. A maioria dos desembargadores aceitou o argumento e substituiu a prisão por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e em dias de folga, além de proibições de contato com envolvidos no caso e de sair da comarca.
O advogado Robson Aguiar, que integra a defesa de Fortunato, comemorou a decisão, afirmando que a prisão deveria ser o último recurso. Ele destacou o histórico do vereador — “cidadão de bem, pai de família e o 2º mais votado da cidade” — e questionou as motivações políticas do processo. O caso continua em tramitação.
Piqueno Fortunato foi o segundo vereador mais votado de Manoel Urbano, com 7,49% dos votos válidos, o equivalente a 507 votos.
Conforme a polícia, a vítima procurou a polícia para relatar os abusos no dia 22 de maio junto à mãe. No dia seguinte, o parlamentar foi intimado e prestou depoimento. Ainda na delegacia, teve a prisão em flagrante decretada.
A vítima, que é amiga de uma filha de Fortunato, relatou que era perseguida e intimidada por ele. A situação evoluiu para a tentativa de estupro, segundo a vítima, quando ele tentou tocá-la no mesmo dia em que foi feita a denúncia.
“A situação passou do limite, tendo tentado, supostamente, passar a mão nas suas partes íntimas e impedi-la à força. Por isso, ela compareceu à delegacia, juntamente com a mãe, e relatou o fato à autoridade policial”, explicou o delegado Thiago Parente na época.