TJAC apresenta em 11 municípios propostas para criação de grupos reflexivos para combater violência doméstica

Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Manoel Urbano, Senador Guiomard, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri são as 11 cidades acreanas visitadas até agora pela equipe da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (COMSIV) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), para apresentarem às Câmaras municipais propostas de projetos de Lei, para que cidades do interior do Acre institucionalizem ferramentas de combate à esses tipos de crimes, com a criação de grupos reflexivos com autores de violência doméstica.

Desde 2021 a equipe da Justiça tem viajado até as cidades com essa missão e, agora, nos dias 6 e 7 de junho, a juíza de Direito Andrea Brito, auxiliar da presidência do TJAC, e a coordenadora da Secretária de Projetos Sociais da Justiça, a servidora Regiane Verçosa, foram até Epitaciolândia e depois a Capixaba levarem as proposições e dialogarem com vereadores, vereadoras e autoridades locais sobre a importância de implementar grupos autorreflexivos e os danos causados pela violência doméstica no desenvolvimento social e humano.

Em Epitaciolândia o encontro debateu a necessidade estimular ações de proteção à mulher conduzidas pelas instituições públicas. Além disso, a juíza Andrea, que também é titular da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas da Comarca de Rio Branco (Vepma), esclareceu que o aumento de penas nesses casos, não basta, pois a pessoa pode voltar a cometer atos de violência contra outras mulheres que venha a se relacionar. Por isso, os grupos reflexivos são espaços para mostrar os machismos presentes na sociedade e tentar desconstruir práticas e condutas dessa natureza.

O vice-prefeito de Epitaciolândia, Antonio Soares, e o presidente da câmara de vereadores, Diojino Guimarães, destacaram a necessidade desse diálogo interinstitucional, diante dos dados de 2021 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontam o Acre como o lugar do Brasil com maior número de feminicídios. A intenção é que na próxima sessão a proposta de Projeto de Lei seja colocado para análise dos vereadores e vereadoras de Epitaciolândia.

Já em Capixaba a juíza de Direito Louise Kristina, titular da unidade Vara Única da Comarca, acompanhou o momento. Para a magistrada o avanço no enfrentamento a violência doméstica também se encontra em ações assim. “Nossa Comarca conta com extensa área rural, onde sabemos o quão é difícil oferecer a atenção devida à família que está envolvida no conflito doméstico e familiar contra a mulher. Certamente serão colhidos bons frutos, e assim conseguiremos avançar positivamente no enfrentamento da violência doméstica em nosso Estado e especialmente no município de Capixaba”.

O prefeito, Sérgio de Souza, e o presidente da Câmara de Capixaba, vereador Amilton Cunha também falaram da alegria de poder contribuir com a estruturação de medidas de proteção à mulher na cidade. “É uma grande satisfação receber a equipe do Tribunal de Justiça. Nós sabemos dos dados, dos índices altíssimos de violência contra a mulher e colocamos a Câmara Municipal de Capixaba à disposição para fomentar e ajudar nessa Lei”, comprometeu-se Cunha.

Propostas encaminhadas

No último dia 18 de maio, a prefeitura de Cruzeiro do Sul sancionou a Lei n.°916/2022, estabelecendo o Programa de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e Intrafamiliar e em Tarauacá e Assis Brasil o anteprojeto de Lei foi aprovado pela Câmara de vereadores e vereadoras, encaminhando para avaliação do Executivo da cidade.

Com esses resultados, obtidos através dessa provocação e diálogos interinstitucionais iniciados pela equipe do Judiciário acreano contribui-se com o combate à violência doméstica e familiar, evitando a reincidência e conscientizando autores de crimes dessa natureza.

Emnuelly Falqueto | Comunicação TJAC

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Publicado por
Assessoria TJ-AC