Terceirizados denunciam fábrica de preservativos por atraso em rescisão

Mulheres trabalhavam na Natex, fábrica de preservativos em Xapuri, no AC.
Empresa terceirizada alega que ex-funcionárias ainda cumprem aviso prévio.

Com G1 AC

Ex-funcionária, 30 anos, diz que foi demitida em 9 de novembro, mas empresa alega que todas saíram da empresa apenas em dezembro e ainda cumprem aviso (Foto: Arquivo Pessoal)

Funcionárias que prestavam serviços na fábrica de preservativos Natex, no município de Xapuri, distante 188 quilômetros de Rio Branco, alegam que a empresa terceirizada, responsável pela contratação, não efetuou o pagamento de direitos trabalhistas ou indenização após a demissão das trabalhadoras com aviso prévio indenizado.

Todas alegam que foram demitidas sem justa causa no mês de novembro e não receberam explicações a respeito da saída da empresa. Somente uma delas diz ter recebido um documento informando que estava de aviso prévio, as outras duas dizem ter sido dispensadas sem nenhuma documentação.

Ao G1 , a empresa de serviços terceirizada disse que todas foram demitidas em dezembro de 2015 e ainda cumprem aviso prévio. Além disso, informaram que aguardam um repasse para que possam pagar a rescisão das ex-funcionárias. Segundo a empresa, todas devem ser pagas ainda em janeiro.

O governo informou que o contrato com a empresa é de 4 anos e que no final do ano passado foi necessário dispensar cinco pessoas.

“Fomos informados pelos próprios ex-funcionários que o pagamento de verbas rescisórias não havia sido feito e solicitamos que a empresa tomasse as devidas providências.Como sabemos que até agora isso não foi feito, o jurídico da Natex está estudando a possibilidade de reter esse valor do próximo pagamento da empresa e resolver tal pendência”.

‘Nos cobram nas ruas’

Uma das funcionárias, de 30 anos, que preferiu não se identificar, conta que foi demitida em 9 de novembro de 2015, mas foi informada que a empresa aguarda um repasse de dinheiro para pagar as funcionárias.

Mãe de dois filhos de 3 e 9 anos, a mulher diz que passa por necessidades e conta apenas com a ajuda dos pais para se manter. Esperando por uma resposta da empresa, ela conta que ao todo deveria receber ao menos R$ 6 mil.

“Estamos devendo cartão de crédito, as pessoas nos cobram nas ruas e dizemos que estamos esperando receber. Eles dizem que vão nos pagar na semana que vem, mas essa semana nunca chega. Não conseguimos mais nem ligar lá, quando atendem apenas dizem que não tem dinheiro. Não nos dão nenhum prazo e dizem que ainda estamos cumprindo o aviso prévio. Não sei o que fazer, tenho dois filhos e passo necessidade”, relata.

As outras duas ex-funcionárias, que também pediram para não serem identificadas, contam que foram demitidas no dia 5 de novembro de 2015 e desde então não conseguem mais contato com os responsáveis pela empresa terceirizada.

Uma das jovens, de 21 anos, conta que não recebeu nenhum documento comprovando que estava de aviso prévio. Ela diz que falta fraldas para o filho de um ano e que as contas estão acumuladas. Elas alegam ainda que a empresa não devolveu as carteiras de trabalho delas.

“Não temos nenhum documento, não nos deram nada. Já liguei procurando documentos comprovando minha demissão, mas dizem que está em Rio Branco e que devem mandar buscar, mas não resolvem. Há dois meses era para ter recebido a indenização, mas não pagam. Perguntei se tinham pelo menos uma previsão de quando sairia o dinheiro, mas não. Tenho uma filha de um ano e ela não tem fraldas e nem leite”, lamenta.

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Publicado por
Alexandre Lima