Por Iryá Rodrigues, G1 AC — Rio Branco
A defesa do tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Josemar Farias, preso durante a Operação Sicário, da Polícia Civil do Acre, disse que ele fazia contato com membros de facções criminosas para pegar informações para efetuar prisões.
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O advogado do tenente, que preferiu não ter o nome revelado, informou que o policial justificou à polícia todos as ligações que foram interceptadas. A defesa afirmou que as ligações eram feitas para que o tenente obtivesse informações que não podiam ser dadas pessoalmente.
“Ele já justificou as conversas telefônicas. Toda polícia trabalha com informantes. Então, ele precisava conversar com alguém para efetuar algumas prisões. Não há nenhum crime nisso aí. Todas as conversas tiveram êxito nas prisões. Não há nenhuma ilegalidade com relação a isso”, afirmou o advogado.
A defesa informou ainda que fez um pedido, “informalmente”, junto à autoridade policial para que a prisão preventiva fosse revogada. Segundo o advogado, não há mais necessidade da manutenção da prisão. Por isso, a defesa ainda não pediu habeas corpus.
“Estamos aguardando a revogação da prisão preventiva, haja vista que não tem mais critério, objetivo ou subjetivo para que ela perdure. Então, estamos aguardando que a autoridade policial, delegado que requereu, informe ao juízo que não há mais necessidade. Isso porque todas as interceptações telefônicas já foram devidamente esclarecidas”, disse o advogado.
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“A força-tarefa não vai fazer qualquer tipo de manifestação a respeito de substituição de medida cautelar, uma vez que as investigações se aprofundaram e que há necessidade de outros desdobramentos. Portanto, eventual soltura nesse momento seria prejudicial”, afirmou o delegado.
A Operação Sicário, deflagrada no dia 27 de dezembro, prendeu 18 pessoas, sendo 12 em Rio Branco e seis nas cidades de Acrelândia, Plácido de Castro e Cruzeiro do Sul. Durante a ação, a Polícia Civil também apreendeu livros de contabilidade que eram usados por uma organização criminosa, além de armas e drogas.
Ao todo, a operação cumpriu 22 mandados de busca e apreensão e 23 de prisão contra membros de facções criminosas. O foco da operação é o combate de facções criminosas para coibir crimes praticados pelo grupo como o tráfico de drogas, execuções e até crimes contra a própria administração pública como corrupção.
As investigações levaram cerca de sete meses e contaram com o apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Acre (MP-AC).