Acre

Tarauacá tem maior índice de insegurança alimentar do Acre, com 40,9% das famílias em risco, já Brasiléia tem pior índice do Alto Acre

Estudo do Ministério da Saúde revela que 2.616 domicílios no município não têm acesso regular a alimentos nutritivos; situação é crítica em 6 cidades acreanas

Como em outros municípios, a maioria das famílias em risco em Brasiléia tem crianças e adolescentes e é chefiada por mulheres. Foto: captada 

Um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde apontou Tarauacá como o município acreano com a maior taxa de insegurança alimentar, com 40,9% das famílias em situação de risco. Dos 6.399 domicílios avaliados na cidade, 2.616 enfrentam dificuldades para acesso regular a alimentos nutritivos.

Os dados foram constatados a partir de um questionário aplicado na atenção primária, chamado de “Triagem para Risco de Insegurança Alimentar”, usado para identificar famílias sem acesso regular e suficiente a alimentos nutritivos, e aplicado entre novembro de 2023 e maio de 2025.

Brasiléia tem 12,1% de domicílios em risco alimentar, pior índice do Alto Acre

Um domicílio é considerado em risco quando pelo menos um morador adulto responde positivamente às perguntas da triagem. Foto: Brasiléia/Arquivo

Dados do Ministério da Saúde divulgados mostram que Brasiléia apresenta o pior índice de insegurança alimentar entre os municípios do Alto Acre, com 12,1% de seus domicílios em situação de risco. De 6.272 residências avaliadas, 760 enfrentam dificuldades para acesso regular a alimentos nutritivos.

Comparativo no Alto Acre (ordem crescente de risco):
  • Xapuri: 6,0% (melhor índice da região)
  • Epitaciolândia: 8,1%
  • Assis Brasil: 8,8%
  • Brasiléia: 12,1% (pior índice)
Detalhes do estudo:
  • População de Brasiléia: 27.841 habitantes

  • Amostragem: 6.272 domicílios avaliados

  • Famílias em risco: 760

  • Metodologia: Triagem aplicada entre novembro/2023 e maio/2025

Situação por municípios (ordem de risco):

Fonte: Ministério da Saúde

Estudo do Ministério da Saúde revela que 760 famílias do município de Brasiléia não têm acesso regular a alimentos; Xapuri tem melhor indicador (6%) da região do alto acre. Foto: arquivo 

Metodologia e ações:

O estudo usou a Triagem para Risco de Insegurança Alimentar (TRIA), questionário aplicado na atenção primária para identificar famílias que necessitam de:

  • Acompanhamento das equipes de saúde
  • Encaminhamento para serviços sociais
  • Inclusão em políticas de segurança alimentar

Um domicílio é considerado em risco quando pelo menos um morador adulto responde positivamente às perguntas da triagem. Nesses casos, as equipes de Atenção Primária à Saúde avaliam o estado nutricional da família, encaminham para serviços de proteção social e orientam políticas e programas voltados à segurança alimentar.

No total, o Acre registrou 10.733 domicílios em risco de insegurança alimentar, o equivalente a 11,2% dos 95.514 domicílios avaliados. A triagem considera a proporção de domicílios em risco em relação ao total de famílias de cada município.

Além disso, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) define os níveis de insegurança alimentar:

  • Grave: quando pessoas ficam sem comida, podendo passar um ou mais dias sem se alimentar.
  • Moderada: quando há incerteza sobre a obtenção de alimentos, com necessidade de reduzir a qualidade e/ou quantidade do consumo.

O Ministério da Saúde recomenda que municípios com índices elevados fortaleçam a articulação entre saúde e assistência social e ampliem o acesso a programas como o Bolsa Família e mercados populares. Já os menores percentuais foram observados em Senador Guiomard (3,5%), Rio Branco (4,4%) e Sena Madureira (4,5%).

Perfil das famílias: Maioria das pessoas em risco é de mulheres pardas com filhos menores de 18 anos. O estudo alerta para o impacto da desnutrição no desenvolvimento infantil. Foto: captada 

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Publicado por
Marcus José