Sistema automatizado promete revolucionar comércio de frangos no Alto Acre

A Empresa Acreaves começa a investir em galpões manejados automaticamente por computadores, eliminando os riscos de prejuízos e elevando a renda de dezenas de produtores rurais que vivem da agricultura familiar.

Criadouros serão computadorizados para aumentar rendimento (Foto: Ubirajara Machado/MDA)

Localizada a 10 quilômetros de Brasiléia, na Estrada do Pacífico, a Acreaves, com a ajuda do Governo do Estado, instalou há quatro anos, 120 galpões onde produtores rurais manejam frangos que são abatidos e revendidos pela empresa. Esses galpões, por enquanto, ainda usam uma tecnologia considerada antiga.

O Ourides Monte é um dos pioneiros. A cada 40 dias, ele prepara um lote de animais pronto para o abate. No dia de nossa visita tinha 10.200 aves com 24 dias de nascidas. Mais 14 dias e ele estará repassando as aves para o abatedouro e recebendo o dinheiro pelo trabalho que teve no manejo dos frangos que segundo ele não é fácil. Mensalmente ele recebe em média R$ 3 mil livre.

A renda do produtor que for manejar o frango pode dobrar nos próximos meses. Novos e maiores galpões trazem a proposta de modernidade. Visitando as propriedades parece coisa do futuro. Enormes exaustores cuidam para que o ambiente interno não passe dos 26 graus.

No modelo antigo, o tratador precisa limpar o bebedouro e colocar a comida. Com o novo galpão, nada de esforço. Tudo é computadorizado. Um painel eletrônico garante o manejo na hora certa sem precisar do produtor. A tecnologia americana tem sensores por toda extensão do galpão que abre os exaustores na hora do forte calor. Faltou energia, os sensores enviam comandos para o computador, que abrem as cortinas para entrar ventilação até que o gerador comece a trabalhar. A comida e a água são servidas automaticamente sem desperdício. No mesmo galpão são alojadas até 24 mil aves.

Segundo Paulo Santoyo, sócio proprietário da Acreaves, a empresa vai construir 31 galpões como alta tecnologia, para produtores que vivem da agricultura familiar. Eles precisam financiar o investimento junto a um banco e a empresa é a intermediária. Na hora de pagar pelo serviço desconta o dinheiro do banco, para acabar com a história da inadimplência e evitar que o produtor fique com o nome sujo na praça.

Os frangos que vão para a engorda têm venda garantida. O projeto da Acreaves, com a ajuda do governo do Estado, abate diariamente 12 mil frangos, a maioria vendido nos mercados locais.

A empresa pretende ampliar a produção para conseguir atender todos os pedidos, por isso, mais gente produzindo e novas tecnologias.

Produção de indústria de beneficiamento de aves será impulsionada por novas tecnologias (Foto: Ubirajara Machado/MDA)

Produção de indústria de beneficiamento de aves será impulsionada por novas tecnologias (Foto: Ubirajara Machado/MDA)

Fábrica de embutidos – Durante nossa visita ao abatedouro, flagramos funcionários separando a carne dos ossos da coxa e sobre coxa, um trabalho que requer rapidez e cuidados. A carne será enviada para essa outra fábrica de embutidos do grupo. A Sabbor  usa essas máquinas para juntar a carne com condimentos formando uma pasta. Essa pasta virou lingüiça calabresa, que depois é defumada e embalada para o mercado. Mas a massa também vira salsicha, salsichão, mortadela e lingüiça. Mensalmente são 150 toneladas de produtos que saem da Sabbor para os supermercados, principalmente de Rio Branco, no entanto, a fábrica ainda não consegue atender metade dos pedidos.

A empresa quer reduzir os custos, ainda, esse mês, será inaugurada uma incubadora que custou dois milhões de reais. Atualmente os pintos que vão para os galpões dos produtores são comprados em Minas Gerais. São três dias de viagem, muitos morrem no caminho e outros não conseguem se desenvolver.

Com a incubadora, que fica próxima ao abatedouro, serão produzidos 500 mil pintos por mês.

A Acreaves também investiu na construção de uma fábrica de ração. A fábrica produz 50 mil quilos por dia. A matéria prima é comprada no Sul e Sudeste do Brasil. Os funcionários da fábrica misturam os micronutrientes de acordo com o tamanho dos frangos.

O trabalho nunca para. Juntando todas as empresas do grupo são mais de 400 empregos diretos gerados na região, sem contar os produtores rurais que descobriam no frango uma renda extra. O dinheiro que circula da criação e venda o frango tem mudado a economia da região.

Adailson Oliveira

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Publicado por
Alexandre Lima