Cotidiano
Secretário diz que quer transformar o Acre em “lugar nocivo para o crime organizado”
Até o fim do ano serão investidos mais de R$ 24 milhões na pasta para “tirar a polícia das trevas”
Em entrevista concedida ao portal ContilNet no último fim de semana, o secretário de Segurança Pública do estado, o coronel Paulo Cézar, falou do trabalho que tem desenvolvido à frente da secretaria. O coronel afirmou que até o fim do ano serão investidos mais de R$ 24 milhões na pasta e que tem feito um grande esforço para “tirar a polícia das trevas”.
Além dos investimentos, o secretário celebrou a redução da maioria dos índices de violência no estado. Na entrevista, o coronel falou sobre diversos assuntos relacionados à segurança e não fugiu de nenhuma pergunta. Paulo Cézar diz que espera ao fim do governo ter tornado o Acre um “lugar nocivo ao crime organizado”.
EDUCAÇÃO X CRIMINALIDADE
“Na época do Binho existia uma estrutura, mas depois as pessoas que chegaram aqui não tinham uma compreensão exata do que é a segurança pública. A segurança pública é uma ciência que demorou para ser estudada aqui no Brasil, mas hoje já temos centros especializados, na academia muita gente já pesquisa segurança pública, com dados de diversas fontes. Para compreender o todo, você tem que analisar a população carcerária, a economia, o nível de educação. Por exemplo, o Acre tem proporcionalmente a maior população carcerária do país e tem a maior taxa de abandono escolar, 87% da nossa população carcerária não tem ensino o fundamental, abandonou a escola, e esse dado é fundamental. Então o que é preciso combater? É o crime no meio da rua ou criar condições pra que o aluno se mantenha na escola? Quando a gente fala de buscar as causas, é exatamente isso, porque pra o jovem poder ficar na escola você tem que ver as condições da família, porque pode ser a família esteja doente, sem emprego. Nós temos gerações perdidas, porque a verdade é essa, nua e crua, que pra ser resgatada é necessário um esforço muito grande, mas nós temos também gerações que amanhã podem tá sendo levadas para o crime caso o estado não mude a forma de pensar segurança. Não só segurança que a gente denomina de prevenção secundária, que é aquela feita pela polícia, mas também de prevenção primária, que é aquela que é realizada pela sociedade civil organizada, pela igreja, pela família e pela escola. Que não passa efetivamente pelo sistema convencional de segurança mas influencia de forma drástica em relação aos resultados. São essas questões que a gente tá trabalhando”.
ACRE PELA VIDA
“Tem um programa chamado Acre Pela Vida, que o decreto já foi publicado e ele trabalha exatamente isso. Tem o eixo repressivo que não podemos abandonar, mas ele tem o seu arcabouço basicamente nessa prevenção primária, porque se não a gente não vai virar esse jogo. Desde 2009 o Acre começou a integrar a estatística de maior população carcerária do país, até então o Mato Grosso do Sul era o maior, por conta do Paraguai, principal portal logístico da entrada da droga e da arma no país. A partir dali, sobretudo em 2011, o estado passou a adotar uma política principalmente pautada na repressão. Os indicadores de educação do Acre de 2010 são bem diferentes dos de agora. A segurança pública é responsabilidade de todos, então quando a sociedade falha na formação do cidadão, o resultado dessa falha termina na segurança. Então o Acre Pela Vida vai atuar em parceria com o Tribunal de Justiça, que tem projetos na área da família, principalmente da mulher e também dos adolescentes, e em parceria com a Secretaria de Pequenos Negócios, no sentido de potencializar ações e mexer com a economia local. A gente tá propondo de forma diferenciada, mas sem deixar de fazer repressão, porque esses resultados que nós alcançamos agora, da redução dos índices de violência, é efeito sobretudo da repressão.
PRESÍDIOS
“Nós encontramos os presídios onde os agentes penitenciários não podiam entrar dentro do pavilhão, todas as regras eram ditadas por custodiados. Até a distribuição por cela quem definiam eram eles. As facções, que são as grandes organizações criminosas do Brasil, continuam comandando o crime de dentro do presídio, então é preciso ter uma organização mínima dentro das penitenciárias, porque senão você vai ter um comércio paralelo dentro do presídio sem nenhum controle do estado, você vai ter toda uma rede de comunicação dentro do presídio que vai levar a organização do crime para a rua. Essa ação por mais que pareça contraditória, é fundamental. Se você não organiza o presídio você não consegue reduzir o crime nas ruas”.
REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA
“O Ceará ficou em primeiro lugar nessa redução porque já tem uma política antiga e houve investimento da União, que estabeleceu o estado como um laboratório nacional de produção de software numa parceria com a Secretaria de Segurança do Ceará. O Acre não recebeu nada disso e é o segundo que mais reduziu os números de violência, então eu questiono quando alguns jornais creditam esse redução dos números da violência exclusivamente a um acordo entre facções, porque quando esse índices aumentam os responsáveis são somente o estado, mas quando há redução não é dado o créditado ao pode público. Hoje nós temos policiamento privilegiando, no bom sentido, as áreas onde temos os maiores indicadores de criminalidade e no passado não era assim. É um discurso muito fácil e que desprestigia a capacidade de gestão do Estado brasileiro”.
INTEGRAÇÃO
“A aproximação das forças é fundamental, estamos discutindo agora uma grande operação com todas as forças policiais. Mas a integração é um processo, assim como o casamento, primeiro se namora, depois vem as outras fases até chegar ao casamento. Existem alguns documentos que regulam o processo de integração, e nós estamos revendo a composição das regionais em razão dessa perda muito grande de efetivo. Nós tínhamos diversas regionais e o patrimônio requer guarda, então nós tiramos também boa parte do nosso efetivo pra cuidar do patrimônio, quando deveria estar na rua servindo o cidadão. Então nós estamos revendo a nossa estrutura orgânica no sentido de garantir mais homens na rua”.
FRONTEIRAS
“Sem sombra de dúvidas que a responsabilidade não só alfandegária mas também sobre as próprias fronteiras são da União, isso é fato. Os insumos no crime passam efetivamente pela importação ilegal de produtos de outros países. O Brasil não é um produtor de entorpecente, não é um grande produtor de armas, as armas utilizadas pelo crime não são nacionais. O Acre tá ao lado da região do planeta que mais produz entorpecentes. Nós temos um problema, e o texto constitucional define a competência da União em relação a polícia de fronteira pois envolve a soberania do país. Agora o estado não pode simplesmente fechar os olhos pra isso e não fazer nada, então nós criamos um grupo de policiamento de fronteira que já começou a operar. Nós buscamos a União, simplesmente não apontamos o dedo, e fizemos essa parceira no sentido de garantir a logística, combustível e diárias para os nossos policiais. Buscamos também junto ao Ministério trazer três bases de enfrentamento de crimes de fronteira com efetivo e logística híbrida, através da Força Nacional, talvez com o apoio até de uma aeronave. Estamos fazendo ainda uma tratativa pra estabelecer uma instalação de uma força tarefa de combate ao narco negócio aqui na região. Nós saímos do zero para uma condição de operação muito rápida”.
FUTURO
“Nós queremos alcançar os resultados que planejamos, que é ter indicadores aceitáveis pela sociedade. Ninguém vai zerar o crime, o Acre está numa posição geográfica favorável ao crime, e o que nós queremos é tornar o estado do Acre nocivo para o crime organizado. Só assim nós vamos ter uma redução sistemática dos indicadores. Por outro lado a sociedade civil organizada e o Estado através de seus órgão de prevenção social tem um papel gigantesco nessa operação, que é de resgatar três gerações perdidas e evitar que uma geração que está em formação também se enverede pelo crime. Esse é o nosso objetivo, volto a repetir, o nosso grande objetivo é transformar o estado, através de uma gestão responsável, organizada, voltada para a tecnologia, informação e integração”.
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Menina de 9 anos pede cadeira de rodas para a avó em cartinha para o Papai Noel em Rio Branco: ‘Vai ficar muito feliz’
Maria Diana abriu mão de ganhar patins para poder ajudar a avó que chegou a cair quatro vezes. Pedido foi atendido pelo programa Papai Noel dos Correios, com direito ao brinquedo para ela e aos irmãos

Por ser alfabetizada, a criança, que mora com os pais e os irmãos de 8 e 12 anos, teve a iniciativa de escrever a carta sozinha. Foto: captada
“Meu sonho era ganhar um patins, mas abro mão do meu presente e peço uma cadeira de rodas para minha avó, pois ela cuida de mim e dos meus dois irmãos”.
O trecho acima foi retirado da cartinha de Maria Diana Ribeiro da Rocha, de 9 anos, enviada ao Papai Noel dos Correios. O bom velhinho, então, atendeu ao pedido da criança e fez a entrega tanto da cadeira de rodas para a avó como dos patins para a menina na última quarta-feira (12), no bairro Cidade Nova, no Segundo Distrito de Rio Branco.
Diana viu o anuncio da Campanha Papai Noel dos Correios enquanto a avó Carmosa Fernandes de Oliveira, de 52 anos, assistia o jornal. Por ser alfabetizada, a criança, que mora com os pais e os irmãos de 8 e 12 anos, teve a iniciativa de escrever a carta sozinha.
A pedido de dona Carmosa, um primo da menina fez a entrega pessoalmente na agência do órgão. Contudo, a avó não imaginava o conteúdo da carta da menina que passa a manhã aos cuidados dela, que mora ao lado.
A reportagem, a pequena Diana disse que é de ‘saltar o coração’ o sentimento em receber o presente em dose dupla.
“Estou muito feliz em ver o meu sonho e o da minha avó realizados. Quis fazer essa surpresa porque sabia que ela ia ficar emocionada, ela não sabia de nada. Agora, com meu patins, vou andar para cima e para baixo”, celebrou.

Sinceridade de Diana chamou a atenção de um grupo de amigos que doaram a cadeira de rodas para a avó, além dos patins à criança. Foto: captada
‘É o que me movimenta’
Carmosa é goiana, mora no Acre há 35 anos e trabalhava como empregada doméstica quando precisou passar pelo procedimento de amputação da perna direita em 2013 após desenvolver trombose.
Ela disse que recebeu o presente com surpresa e gratidão, uma vez que já chegou a cair cerca de quatro vezes na cadeira que utilizava para se deslocar e que estava danificada. Em uma dessas quedas, Carmosa bateu a cabeça na parede.
“Não esperava essa atitude da Diana que é uma criança. Só tenho a agradecer a Deus. Com a nova cadeira de rodas, vou ser muito mais feliz. Sou muito grata por esse presente que veio da minha neta e que foi possível através dessas pessoas maravilhosas. A cadeira é minha perna que falta”, garantiu.
A avó de Diana sobrevive por conta do Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma renda assistencial do governo a pessoas com deficiência que não têm meios de se sustentar. Ela havia comprado sua cadeira de rodas em 2020 com a ajuda de parentes.
“A cadeira é o que me movimenta. Mesmo nessa situação, eu limpo casa, faço comida, dou banho nos meus netos e até consigo rastelar [limpar] meu quintal. Essa cadeira de rodas nova vai me ajudar bastante, pois é muito importante para mim, sem ela eu não faria nada”, finalizou agradecida pelo presente.
A mãe de Diana, Nair Oliveira da Mota, de 30 anos, disse que ela não imaginava que a cartinha da menina fosse ser respondida.
“É uma menina atenciosa e muito carinhosa. Nesta semana, o rapaz dos Correios veio até aqui perguntar qual a numeração que ela calçava. Foi quando ela ficou muito feliz e ansiosa”, afirmou emocionada.

Avó Carmosa e neta Diana se emocionaram com entrega de presentes em Rio Branco. Foto: Captada
‘Transformar lágrimas em sorrisos’
A sinceridade da criança que está concluindo o ensino fundamental na escola Madre Hildebranda da Prá, no bairro Cidade Nova, chamou a atenção da dentista Railda dos Santos Alexandre Oliveira que resolveu doar a cadeira de rodas para a avó e o tão sonhado patins para Diana.
A madrinha, que cresceu vendo o costume dos pais de ajudar, disse que busca colocar em prática, por onde passa, os ensinamentos sobre altruísmo que recebeu.
A maior prova disto, segundo Railda, foi a mobilização em torno desta ação, uma vez que a dentista formou um grupo de nove amigos para realizar o sonho da Diana, da avó e dos demais netos.
“Quando vi a carta, fiquei sem palavras para a mentalidade da Diana. Poder ajudá-las não tem preço, sobretudo por transformar lágrimas em sorrisos e impactar vidas. Carinho, amor, solidariedade, caridade, é uma mistura de todos os sentimentos, sabendo que ainda há esperança nesse mundo”, afirmou.
Na ocasião, o irmão mais novo de Diana que também escreveu uma cartinha ao bom velhinho, teve a correspondência selecionada por um outro padrinho e acabou ganhando uma bola de futebol. Já o governo contribuiu com outros presentes avulsos, um deles ainda foi entregue à prima de Maria Diana.

Entrega foi feita por meio da campanha Papai Noel dos Correios, em Rio Branco. Foto: captada
Papai Noel dos Correios
De acordo com a subcoordenadora da campanha, Tatiane Castro, mais de 1,3 mil cartinhas já foram escolhidas no Acre este ano e os presentes começaram a ser entregues na última segunda-feira (15) em escolas selecionadas pelos Correios, com previsão de finalização no dia 22 de dezembro.
As crianças que tiveram cartas escolhidas serão chamadas para retirar o presente na agência localizada na Avenida Epaminondas Jácome, no centro da capital.
Somente em 2024, quando o projeto completou 35 anos, foram 2,5 mil cartas adotadas no estado e cerca de 350 mil em todo o país.
“Esse projeto é muito especial. Todo ano uma cartinha chama a nossa atenção. Nesse ano foi a da Diana, que abriu mão do sonho dela pela necessidade da avó. Tudo isso acabou ganhando nosso coração. Através da madrinha, realizamos o son
Leia abaixo a íntegra da cartinha de Diana:
✉️🎅“Meu sonho era ganhar um patins, mas eu abro mão do meu presente e peço uma cadeira de roda para minha avó, pois ela cuida de mim e dos meus dois irmãos enquanto meu pai e minha mãe trabalham para comprar comida para nós. A cadeira da minha avó está velhinha, e ela senta na cama esperando arrumar, eu tenho muita dó. Eu estudo para comprar, mas eu sou uma criança e não posso comprar. Eu sei que ela vai ficar muito feliz, pois ela não sabe que estou escrevendo essa carta para ela.”
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Professor e diretor de escola estadual em Tarauacá são afastados por suspeita de assédio a alunas
Caso foi revelado após vazamento de conversas entre os profissionais; Secretaria de Educação confirmou afastamento e abriu processo administrativo

Um professor e um diretor de uma escola estadual de Tarauacá, no interior do Acre, foram afastados por suspeita de assédio sexual a alunas. Foto: captada
Um professor e um diretor de uma escola estadual de Tarauacá, no interior do Acre, foram afastados de suas funções por suspeita de assédio sexual a alunas. O afastamento foi confirmado pela Secretaria Estadual de Educação (SEE) na última quinta-feira, dia 18, após o vazamento de conversas no WhatsApp entre os dois em que aparentemente discutiam estratégias para se aproximar de estudantes.
Nas mensagens, às quais a reportagem teve acesso, o diretor pede ao professor contatos de alunas, dizendo: “Você é cheio delas”. O professor responde que vai “agilizar” e menciona o nome de uma aluna. Em seguida, o diretor questiona: “Também quero, só depende de ser sigiloso e ela queira. Você tocou no assunto com ela?”. Em outro trecho, o diretor comenta: “Verdade, e elas precisam de algo, aí que a gente entra”.
A SEE afirmou, em nota, que as mensagens representam “conduta incompatível com o exercício da função” e que os servidores responderão a processo administrativo disciplinar (PAD). A pasta também informou que está em diálogo com as famílias das possíveis vítimas, oferecendo acolhimento e medidas de proteção previstas em lei.

O caso veio a público após o vazamento de conversas no WhatsApp entre os dois profissionais nas quais eles aparentam falar sobre encontros com estudantes. Foto: captada
O caso está sob investigação interna e pode ter desdobramentos nas esferas penal e cível, dependendo do resultado das apurações. A secretaria reforçou o compromisso com a integridade dos estudantes e a rigorosa apuração de denúncias envolvendo profissionais da educação.
Veja abaixo os trechos das conversas:

Conversas entre professor e diretor levaram ao afastamento deles por suspeita de assédio a alunas. Foto: Reprodução

Suposta discussão de professor e diretor sobre táticas para despertar interesse de alunas. Foto: Reprodução

Suposta conversa de professor e diretor cita estudante que terminou ensino médio em escola de Tarauacá. Foto: Reprodução
Nota da SEE
A Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) informa que, acerca da denúncia envolvendo possível conduta incompatível com o exercício da função por parte de um profissional da rede estadual de ensino.
A SEE já adotou as providências administrativas cabíveis, incluindo o afastamento preventivo do servidor de suas atividades, como medida de proteção à comunidade escolar, e a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para a devida apuração dos fatos, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
Paralelamente, a gestão está em diálogo com as famílias envolvidas, prestando o acolhimento necessário e adotando todas as medidas de proteção previstas na legislação vigente.
Aberson Carvalho de Sousa
Secretário de Educação e Cultura do Acre
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Campeonato Acreano Absoluto terá 35 nadadores na disputa

Foto Maycon Cacau: Joaquin Assaf disputa o Absoluto com objetivo de baixar suas marcas
A temporada de 2025 da natação acreana será fechada neste sábado, 20, a partir das 8 horas, na piscina da AABB, com a disputa do Campeonato Acreano Absoluto. A competição vai reunir 35 nadadores.
“Vamos ter boas disputas. Tivemos poucas competições em piscina custa nesta temporada e fecharemos 2025 com um grande evento”, disse o presidente da Federação Aquática do Estado do Acre (FAEA), professor Ricardo Sampaio.
Fernando Weber é atração
Fernando Weber, atleta do Fluminense, será uma das atrações do Acreano Absoluto. O nadador passa férias em Rio Branco e vai disputar 4 provas.


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