A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) vai investigar a morte da missionária Lecilda Madeiro de Amorim, de 35 anos, que morreu com suspeita de dengue grave no último dia 25 de janeiro no Hospital Dr. Sansão Gomes, em Tarauacá, no interior do Acre.
Por meio de nota, a pasta confirmou que o caso já está em análise, mas não informou prazo para a conclusão.
A Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Tarauacá, a qual Lecilda integrava, manifestou pesar pela morte e ressaltou que ela foi um exemplo de fé, dedicação e amor ao próximo, e que deixa um legado de generosidade e serviço à comunidade.
“Neste momento de dor, expressamos nossos sentimentos à família e amigos, pedindo a Deus que conforte os corações de todos”, afirma o texto.
Se confirmada, é a primeira morte por complicações da doença desde dezembro de 2024, quando um menino de 9 anos morreu por dengue grave em Cruzeiro do Sul, e a segunda morte por quadro de dengue grave em menos de dois meses.
O menino Felipe Mota, de 9 anos, morreu com suspeita de dengue grave no Hospital do Juruá no dia 8 de dezembro, depois de ter sido levado pelos pais à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município três dias antes, atendido e liberado para seguir com o tratamento em casa.
No dia 7, o quadro de saúde do menino se agravou e a família foi para o pronto-socorro, onde ele foi atendido pelo médico pediatra Rondiney Brito. Em entrevista à Rede Amazônica Acre, o médico disse que a criança ainda chegou a ser entubada, mas não resistiu e morreu 8 horas após dar entrada no hospital.
O pediatra afirmou que os resultados dos exames feitos no hospital atestaram que o menino estava com dengue. “Foi uma dengue grave e evoluiu com episódios de sangramento, vomitou e nesse vômito veio sangue. Então, a gente classifica como uma dengue hemorrágica. O quadro evoluiu para uma dengue hemorrágica, a sorologia dele deu positiva para dengue, assim como do pai, da mãe e a irmã dele”, confirmou.
Com média de 841,3 casos para cada 100 mil habitantes, o Acre foi o 13º estado em incidência de dengue no Brasil em 2024 e o segundo maior da região Norte, ficando atrás apenas do Amapá, conforme os dados emitidos pelo Painel de Monitoramento das Arboviroses, atualizados até o último dia 27 de dezembro.
Segundo o Ministério da Saúde, a dengue parte de um grupo de doenças chamada de arboviroses. No Brasil, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti. Aspectos como a urbanização, o saneamento básico precário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do mosquito.
No ano passado, os casos prováveis da doença no estado totalizaram 7.409, sendo que destes, 4.025 foram confirmados, com uma vítima fatal, e 3.384 foram descartados. Em comparação com 2023, quando foram registradas 7.705 notificações por dengue, houve uma redução de 3,8%.
O coeficiente de incidência dos casos prováveis de dengue expressa o número de novas notificações de um determinado período. Confira abaixo como ficou a situação dos casos prováveis de dengue na região Norte em 2024, para cada 100 mil habitantes:
O mês que registrou o maior número de casos prováveis de dengue foi em dezembro, com 2.219 casos, seguido de janeiro e novembro. Já o mês com menos registros foi junho, com 94 casos. Em seguida, vem agosto e julho.