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Acre

Rota de ônibus ‘mais longa do mundo’ sai do Brasil e é pura adrenalina

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Em uma plataforma na rodoviária do Tietê, em São Paulo, passageiros aguardavam com muita expectativa na bagagem. Eles encarariam milhares de quilômetros de estrada em uma rota de ônibus que, orgulhosamente, se define como “a mais longa do mundo”.

Seis mil quilômetros separam o Rio de Janeiro de Lima, no Peru. A paradinha estratégica em São Paulo é apenas uma das 30 do roteiro, que demora cinco dias e atravessa paisagens que vão da neblina paulistana ao verde amazônico, passando pela Cordilheira dos Andes.

A Transacreana, com base em Rio Branco, é a responsável desde abril pela operação do trecho — que, no passado, entrou para o Guinness como a viagem de ônibus mais longa do mundo.

E Josué Ribeiro, de 40 anos, é um dos que assume o comando da cabine do ônibus. Sua experiência não poderia ser melhor para uma viagem cheia de surpresas.

Ex-técnico de enfermagem, ele abandonou a área da saúde há 16 anos, depois de fazer a vida “pilotando” ambulâncias. Agora, alterna 15 dias na estrada com 15 dias em casa, em Rio Branco.

Motorista mora no Acre e sai para viagem uma vez a cada 15 dias Imagem: Pietra Carvalho/UOL

A viagem, claro, não é feita sozinha. Josué e colegas se revezam em turnos de quatro horas, com três paradas mais longas por dia.

Fiz isso porque gosto de viajar, sempre gostei, mesmo quando trabalhava na saúde no Acre, as férias sempre foram de viagem de carro com a minha família.none

Antes de encarar a rota Rio — Lima, Josué já tinha começado a carreira internacional, mas de forma mais modesta. Ele ia de Rio Branco a Porto Maldonado, no Peru, em uma viagem de 530 km.

TransAcreana enfrentou desafios para liberar rota, mas começou a operar no início de abril Imagem: José Caminha/Secom.

Mal da altitude

Outros trechos, no entanto, não são capazes de preparar os profissionais para os desafios impostos pelas estradas que vão até Lima, construídas em serras que castigam os profissionais com o “mal da altitude”.

Cusco, no Peru, por onde o ônibus passa, fica mais de 3.300 metros acima do nível do mar, em meio aos Andes peruanos. O ar rarefeito, com menos oxigênio, causa sintomas desagradáveis como dor de cabeça, enjoo, dificuldade de respiração e fraqueza.

Nem a mulher de Josué, acostumada a viajar com ele, encara a rota. “Formei minha família já motorista e minha mulher gosta de viajar também, então quando está de férias ela viaja comigo. Só para o Peru que ela não vai, porque sente muita enxaqueca.”

Sempre tem dois motoristas na frente, caso quem estiver no volante passe mal, principalmente na parte da Cordilheira. Tem umas serras que estão a 4 ou 5 mil metros de altitude e às vezes dá náuseas, o pessoal fica tonto. Na primeira vez que fui, senti, mas não foi nada tão extremo. Vamos nos acostumando com o passar dos diasnone

Outro desafio, segundo o motorista, é a segurança nas estradas no Peru, cheias de pontos cegos pelo relevo acidentado. É preciso abusar das buzinas nas curvas para alertar quem vem do outro lado.

Apesar das dificuldades, as vantagens superam os perrengues, segundo o motorista.

Apaixonado pelas estradas, Josué entende bem por que os clientes escolhem viajar de ônibus, mesmo que o trecho de cinco dias seja muito mais cansativo do que as cinco horas de voo entre São Paulo e Lima.

A visão é única. Na primeira viagem nessa rota, teve cliente que faria a ida de ônibus e voltaria de avião, mas gostou tanto que decidiu retornar com a gente também. É satisfatório saber que as pessoas estão vendo coisas novas. Eles querem muito ver as serras, filmar a Cordilheira, a mudança da parte da Amazônia para a parte que já é deserto. É surrealnone

Rostos e sotaques

Diversidade não é só uma característica do que se vê pelas janelas, mas também dos passageiros que encaram o trecho. São peruanos que querem passar uma temporada no país onde nasceram ou voltar para a terra natal e brasileiros aventureiros, com mochila nas costas.

Parte dos peruanos que embarcava no Tietê em uma noite fria do fim de abril já era “veterana” desse tipo de viagem: eles costumavam embarcar com outra empresa, a Ormeño, que decretou falência em 2022.

Uma dessas clientes antigas, Vanessa esperava para começar sua última viagem para a terra natal.

Acompanhada dos dois filhos, de 9 e 4 anos, a mulher decidiu voltar de vez ao Peru após sete anos em São Paulo trabalhando como costureira e criando as crianças sozinha.

Vim com o pai deles, mas depois nos separamos e cada um tomou seu rumo. Meu ex-marido foi embora e fiquei sozinha. Demoramos para nos acostumar, por causa do idioma e tudo mais, mas pouco a pouco fomos nos adaptando. Depois, minha filha nasceu aqui e, apesar de ter dias e dias, eu gostei muito do Brasilnone

De mudança…

E não seria melhor ir de avião? Segundo ela, a empreitada rodoviária vale mais a pena do que a viagem de avião. E um motivo impera entre os viajantes.

Todos os passageiros peruanos ouvidos por Nossa destacam a possibilidade de embarcar com até 50 kg de bagagem no ônibus, um direito claramente aproveitado pelos viajantes, “estacionados” na fila de embarque e rodeados por malas e outros pacotes.

… a lembrancinhas

Sozinho na fila de embarque, Rolan Arquimedes Bardales também aguardava para voltar ao país em que nasceu, mas para uma temporada de apenas dois meses.

Há 18 anos em São Paulo, ele se diz “acostumado” à vida na capital paulista e montou uma bagagem lotada de lembrancinhas brasileiras para os parentes que deixou para trás, incluindo sete irmãos.

O reencontro de Bardales, que trabalha como operador de telemarketing em espanhol, acontece 12 anos após a última ida dele ao Peru — também de ônibus.

Paradinha para contemplar a Cordilheira dos Andes Imagem: Ricardo Preussler/Arquivo pessoal

Banho só nas paradas

Os perrengues à vista preocupam pouco os passageiros, já escaldados na arte de se virar dentro de um busão.

Já peguei ônibus que não tinha banheiro, não tinha água, não tinha wi-fi, então só de saber que tem tudo isso já é melhor
Vanessa

No segundo andar do ônibus da Transacreana, os passageiros têm um filtro de água. Já o banheiro fica no térreo e conta apenas com privada e uma pia pequena. Em uma das fileiras de leitos, alguns viajantes contam com cortinas que ajudam a isolar os assentos.

Para tomar banho, só nas paradas em postos de serviço. São três por dia, para higiene e refeições.

As paradas para almoço e jantar, de cerca de uma hora, são as recomendadas pela empresa para quem quiser usar o chuveiro. Já a primeira parada do dia, para o café da manhã, é a mais apressada — dura só 30 minutos.

“É cansativo, mas como o ônibus é novo, tem mais comodidade. Antes não tinha isso. Antigamente ele saía daqui fazendo escalas longas, tinha de trocar de ônibus. Mas indo direto é bem mais fácil”, dizia Rolan, pouco antes de embarcar em São Paulo.

Filho e pai no mochilão

Ricardo saiu de Porto Alegre na companhia do pai, já idoso, para aventura até Cusco Imagem: Pietra Carvalho/UOL

Em meio aos peruanos, que preencheram boa parte dos 43 assentos do ônibus, dois homens chamavam a atenção: um levava um mochilão nas costas e o outro, mais velho, parecia preparado para uma aventura, com direito a chapéu de pescador às 20 horas.

A jornada da dupla começou em Porto Alegre, onde pai e filho, moradores da capital gaúcha, alimentaram o sonho de pegar a linha de ônibus mais longa do mundo.

O empresário Ricardo Preussler, de 46 anos, conta que ele e o pai, de 72, tinham o plano de chegar a Bogotá, mas souberam apenas chegando ao Tietê sobre o fim de uma antiga linha que fazia este percurso.

Então, a gente vai fazer até Cusco, o que leva uns três dias e meio, e de Cuscovamos à Colômbia, também por estrada. A ideia é conhecer a parte terrestre, as paisagens. A gente já foi para a Patagônia de ônibus mas, dessa vez, podemos fazer a viagem aos pouquinhosnone

Ricardo Preussler e o pai vão a Cusco de ônibus e, de lá, partem para a Colômbia Imagem: Arquivo pessoal.

Ricardo conta com sua experiência em mochilões de meses por outros continentes para aguentar a empreitada.

“Estou acostumado a fazer mochilão, não muito de ônibus, mas de trem. Já fiz bastante na Ásia. O desconforto a gente sabe que vai ter um pouco, mas por outro lado vai conseguir ver paisagens, atravessar a Cordilheira dos Andes de ônibus. Via terrestre, dá para ver uma paisagem que de avião não é possível.”

Rota enfrentou barreiras

A Transacreana também enfrentou um percurso sinuoso até conseguir concretizar o sonho da rota. Primeiro, veio a pandemia, depois a burocracia para legalizar a viagem e, por último, as fortes chuvas que deixaram o Acre embaixo d’água, em março deste ano.

Guichês na Rodoviária do Tietê ofertam passagens internacionais de ônibus Imagem: Pietra Carvalho/UOL.

A empresa chamou até um especialista na rota, antes feita pela Ormeño, para cuidar dos negócios.

Hoje, as viagens da Transacreana saem quinzenalmente às quintas-feiras às 13 horas do Rio, com parada em São Paulo à noite, e previsão de chegada na terça-feira em Lima. O retorno de Lima ao Rio também ocorre às quintas-feiras.

A Transacreana pretende expandir, no futuro, a viagem para saídas toda semana. A passagem de ida, em preço promocional, custa R$ 1 mil.

E é a rota mais longa do mundo?

Saber exatamente qual a rota de ônibus mais longa do mundo não é tarefa fácil, uma vez que frequentemente novas rotas surgem e são extintas em cada país.

Um trajeto nada linear de Rio a Bogotá, com 14 mil quilômetros de extensão por vários estados e países e com inúmeras paradas, chegou a ser operado pela companhia peruana Ormeño, mas foi extinto com a falência da empresa, no ano passado.

Ela era considerada a mais longa viagem de ônibus, apesar de não ter figurado no livro dos recordes.

Já a rota Rio-Lima está no Guinness World Records desde 2016 (quando era operada pela Ormeño) como a mais longa rota de ônibus do mundo, com 6.200 quilômetros de extensão.

Com a falência da Ormeño, o mesmo trecho passou a ser operado agora pela Transacreana — que vai pleitear em julho o título no Guinness.

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Acre

Em evento nacional, governo do Estado apresenta o Acre como um destino turístico em ascensão para os amantes da observação de aves

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O estado do Acre está ganhando destaque no cenário nacional ao se posicionar como um destino turístico para a observação de aves, o birdwatching. Em um importante evento para observadores, o Avistar Brasil, a Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete) apresentou o potencial do Acre nesse segmento no evento que teve início na última sexta-feira, 17, e se encerra neste domingo, 19, em São Paulo (SP).

Secretário de Turismo e Empreendedorismo, Marcelo Messias (ao centro), ladeado pela diretora de turismo da Sete, Sirlânia Venturin, (à direita) e o coordenador de regionalização do turismo da Sete, Francismay Costa (à esquerda). Foto: Cedida

A presença da equipe da Sete no Encontro Brasileiro de Observadores de Aves tem proporcionado oportunidades de capacitação e troca de experiências com destinos que já atuam no segmento de birdwatching, durante as exposições e palestras nos três dias de evento.

Marcelo Messias, titular da pasta de Turismo e Empreendedorismo, ressaltou a importância da participação no Avistar Brasil para capacitar a equipe, buscar oportunidades e fortalecer o turismo de observação de aves no estado. “O Acre tem se destacado como um destino turístico, atraindo cada vez mais observadores de aves de todo o Brasil e também do exterior. Assim, a participação da Sete no Avistar Brasil reforça o compromisso do governo do Acre em fortalecer e promover o turismo de observação de aves na região”, destacou.

Capitão-de-colar-amarelo é um exemplo de ave endêmica do estado do Acre. Foto: Ricardo Plácido/Sema

Com uma rica biodiversidade e a presença de aves raras, o estado do Acre tem se consolidado como um ponto de referência para os amantes da observação de aves. No Acre são encontradas aproximadamente 720 espécies de aves, representando mais de 50% do total encontrado na Amazônia brasileira. Além disso, a região abriga 23 espécies endêmicas, ou seja, exclusivas do território acreano, segundo estudo do doutor em Ornitologia – ciência que estuda as aves – e professor da Universidade Federal do Acre (UFAC), Edson Guilherme.

Um espaço para amantes das aves

O jovem observador de aves, Rodrigo Pádula, de 12 anos, tem se destacado por sua dedicação e talento em registrar as aves, junto com sua mãe, Fernanda Brasil, no condomínio onde moram, em Rio Branco. O governador Gladson Cameli reconheceu o trabalho de Rodrigo com a publicação do livro “Aves do Condomínio Chácara Ipê” e ofereceu apoio para que ele participasse do Avistar Brasil. O jovem observador compartilhou sua experiência no evento:

“Nesse evento você consegue muito aprendizado, informação, tem muitas palestras legais e eu consegui divulgar o Acre para pessoas de toda a América do Sul e do mundo. A observação de aves é uma atividade que fomenta a preservação da natureza e valoriza nossas belezas naturais. E meu objetivo é tornar o nosso estado mais conhecido e fortalecer essa prática na nossa região. Quero convidar as pessoas do Acre a praticar o birdwatching, que é uma atividade que faz tão bem para nós e para as aves”, ressaltou o jovem Rodrigo.

Jovem observador de aves, Rodrigo Pádula, falou da importância do birdwatching para o estado do Acre. Foto: Cedida

Em momento emocionante na palestra Lajedo dos Beija-flores, da alagoana e referência na fotografia de aves, Ester Ramirez, os representantes acreanos foram aplaudidos após apresentação sobre a prática de birdwatching no Acre. “Eu achei muito legal que foi dado um espaço para o nosso estado. Nos aplaudiram, nos deixaram falar um pouco e trazer conhecimento para o resto do Brasil sobre o nosso estado que tem tantas belezas naturais”, lembrou Rodrigo.

“Eu, como mãe, fico muito feliz de ver o meu filho envolvido nesse tipo de atividade, porque é uma atividade que desperta o interesse e a interação com a natureza. A gente mora em uma região que tem muita riqueza natural, uma biodiversidade bem interessante e, além de tudo, desperta o interesse pela preservação natural do meio ambiente. Eu fico muito feliz de ver o Rodrigo tão interessado e tão envolvido na observação de aves. É uma atividade muito legal”, ressaltou a mãe e grande incentivadora do jovem observador, Fernanda Brasil.

Oportunidade de crescimento

Presente no evento, Sirlânia Venturin, diretora de Turismo da Sete, enfatizou a importância de aprender com destinos consolidados nesse nicho para a aplicação das experiências no Acre, além de ser uma ótima oportunidade de fomentar ainda mais o setor no estado.

Diretora de Turismo da Sete, Sirlânia Venturin (ao centro), e o jovem Rodrigo Pádula e o coordenador de Regionalização do Turismo, Francismay Costa. Foto: Cedida

“O turismo de observação de aves movimenta toda a cadeia do turismo, beneficia a comunidade local, a produção associada, a exemplo do artesanato, além de despertar o público para a educação ambiental. Com a biodiversidade que o estado tem, a incidência de aves raras, e o turismo de observação já acontecendo, podemos desenvolver projetos para essa atividade e fortalecer o segmento”, destacou.

Com potencial único para a observação de aves, o Acre está se consolidando como um destino imperdível para os apreciadores da natureza. Com a crescente demanda por experiências de turismo sustentável, “o Acre se apresenta como um destino promissor para os amantes da observação de aves, oferecendo uma experiência única e enriquecedora para os visitantes”, ressaltou Sirlânia.

Fonte: Governo AC

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No Dia Mundial de Doação de Leite Materno, governo incentiva a atitude no Acre

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O nascimento de um bebê é a realização de um sonho para uma mãe. E a amamentação é um elo de amor e cuidado. No entanto, essa não é a realidade para todos os bebês e mamães. Muitos recém-nascidos prematuros e de baixo peso precisam de leite humano doado para terem mais chances de recuperação e uma vida saudável, devido a muitos fatores.

Muitos recém-nascidos prematuros e de baixo peso precisam de leite humano doado para terem mais chances de recuperação e uma vida saudável, devido a muitos fatores. Foto: Luan Martins/Sesacre

Neste domingo, 19 de maio, celebra-se o Dia Mundial de Doação de Leite Materno. Para marcar a data, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), em parceria com o Ministério da Saúde, lança a Campanha Nacional de Doação de Leite Humano, com o tema “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho. Doe leite materno”. A iniciativa visa sensibilizar a sociedade sobre a importância da doação de leite humano, fundamental para a recuperação e desenvolvimento de recém-nascidos prematuros e de baixo peso.

A vontade de ajudar outros bebês e suas mães foi o que motivou Fabiula dos Santos, 31 anos, mãe da pequena Ísis Alice Ferreira, de nove meses, que teve a experiência de doar leite materno e compartilhou essa vivência. “Quando a Ísis nasceu, logo na maternidade, a minha produção de leite já foi grande. Quando eu cheguei em casa, havia muito leite e eu não sabia o que fazer. Foi quando conversei com a pediatra dela e perguntei se existia uma possibilidade de eu doar leite. Consegui o contato para doação, a enfermeira veio aqui em casa, trouxe os kits, me mostrou todos os procedimentos, para fazer a doação. Porque toda vez que eu tirava, não sabia o que fazer com o leite e acabava jogando fora. Eu achava um desperdício.”

Fabiula dos Santos, mãe da pequena Ísis Alice Ferreira, doadora de leite humano. Foto: Luan Martins/Sesacre

Fabiula soube que havia bebês prematuros na maternidade Bárbara Heliodora que precisavam de leite materno para sobreviver e que eram poucas as mamães que realizavam a doação. Observando essa necessidade, ela, que produz muito leite, doa sempre para o banco de leite. 

“Eu começo a falar e já vem o choro, espero conseguir falar, mas no momento em que eu entendi que eu ajudava outros nenês e quando eu soube também como que é a UTI Neonatal, isso mexeu muito comigo, porque entendi que eu entrego vida. Eu falo isso para as mães, que quando a gente passa a ser doadora, entregamos oportunidade de vida, porque eu sei que amamentar é desafiador. Quem amamenta sabe o tanto que é desafiador.”

“Eu quero incentivar você mamãe a doar vida. O leite materno é super importante”, disse Fabiula dos Santos. Foto: Cedida

Emocionada a mamãe da Ísis falou sobre a importância do ato de doar leite materno. “Para as mamães que não conseguem ou que não têm leite, ver que o seu bebê poderia estar com ela e não pode, e aí a gente sendo doadora, isso me deixa muito feliz e ao mesmo tempo emocionada, porque eu gostaria de estar ali com aquela mãe. Quando eu entregava os potes, eu ficava pensando, meu Deus, será que a mamãe não pode amamentar?”

Ela conclui com um apelo às mães: “Eu quero incentivar você mamãe a doar vida, o leite materno é super importante. Se você tem uma grande produção de leite, doe. Eu a quero incentivar a ser essa doadora de coração aberto, porque é muito gratificante ajudar outras mamães e ajudar os nenês neonatal que estão na maternidade e precisam de leite humano”.

Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano. Para doar, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação.

Banco de Leite da Maternidade Bárbara Heliodora

Inaugurado em dezembro de 2001, na Maternidade Bárbara Heliodora, o Centro de Referência Estadual em Banco de Leite Humano do Acre conta, atualmente, com sete mamães doadoras externas e doze mães internas (que ainda estão hospitalizadas).

Para garantir a qualidade do leite materno doado, a maternidade realiza um cuidadoso processo de pasteurização. Após a coleta, o leite é analisado quanto à presença de sujidades e sua acidez. Aprovado nessas etapas, passa pela pasteurização a 62,5°C durante 30 minutos, seguida de resfriamento. Após exame microbiológico, o leite é congelado e armazenado até sua utilização.

Ingrid Taveira, coordenadora do Banco de Leite Humano da Maternidade Bárbara Heliodora. Foto: Luan Martins/Sesacre

Ingrid Taveira, coordenadora do Banco de Leite Humano da Maternidade Bárbara Heliodora, enfatiza o papel da comunidade na doação de leite materno: “As mães que se prontificam a doar fazem toda a diferença para o nosso estoque. Estamos aqui para orientar, agendar visitas e garantir que o processo de doação seja seguro e eficiente”.

Banco de leite humano da Maternidade Bárbara Heliodora é o banco de leite de referência do Estado. Foto: Júnior Aguiar/Sesacre

A doação de leite materno é um gesto de solidariedade que pode salvar vidas de bebês com baixo peso, com menos de 1,5 kg. As mães interessadas em doar podem entrar em contato com o Banco de Leite Humano da Maternidade Bárbara Heliodora, para mais informações e orientações sobre o processo de doação.

Como doar leite materno?

Qualquer mulher que esteja amamentando pode se tornar uma doadora, desde que esteja saudável e não tome nenhum medicamento que interfira na amamentação.

Quanto mais leite é retirado da mama, seja para o seu bebê ou para doação, mais leite será produzido. Para doar e ter mais informações, basta entrar em contato no telefone 68 99281-6564 (para ligação convencional).

Fonte: Governo AC

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Inaugurado pelo governo do Estado, Serviço de Transplantes já atende pacientes em nova sede

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Entregue pelo governador do Acre, Gladson Cameli, na última terça-feira, 14, a nova sede do Serviço de Transplantes da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) já está funcionando normalmente. Com uma média de 900 atendimentos por mês, o serviço conquistou um grande avanço ao reunir, em um único lugar, a maior parte dos atendimentos que os pacientes transplantados ou com indicação de transplantes de rim, fígado ou córnea precisam.

Antes da melhoria, o serviço funcionava basicamente em uma sala, e os demais atendimentos em diferentes pontos da Fundhacre, o que implicava em uma longa jornada para os pacientes. Com a nova sede, o salto na melhoria do atendimento é comemorado por todos eles.

Paciente Débora Pereira aprovou a mudança. Foto: Agnes Cavalcante/Fundhacre

“Antes desse novo espaço, a gente fazia uma peregrinação pelo hospital, ia ali pra confirmar a consulta, dali entrava pra outro lado no salão, aí os exames já fazia ali, tudo em um lugar diferente. Agora, a gente chega e resolve tudo aqui. Então, pra mim tá perfeito, até porque a gente não precisa ficar se expondo, andando no hospital, então, fico muito mais tranquila”, destaca a jovem Débora Pereira, que tem apenas 20 anos e, há três, recebeu um novo fígado na Fundhacre.

Amazonito Barrozo recebeu um novo fígado em março de 2024. Foto: cedida

Outro paciente que aprovou a mudança foi Amazonito Barrozo, de 66 anos. “O lugar lá era muito apertado. Agora aqui está muito bom. É a primeira vez que eu estou vindo aqui [no novo prédio], mas a minha nota é 10 ou 1000. Está muito bacana mesmo, o prédio, muito espaçoso, atendimento maravilhoso”, avaliou o paciente, que recebeu um transplante de fígado no dia 6 de março de 2024.

Valéria Almeida coordena o Serviço de Transplantes na Fundhacre. Foto: Neto Lucena/Secom

A percepção dos pacientes é a mesma testemunhada diariamente pela coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre, Valéria Monteiro. “O serviço melhorou pra nós, servidores, mas principalmente para os pacientes. É a realização de um sonho que é comemorado todos os dias. Agora eles chegam, já são recebidos numa recepção própria para eles, ficam aqui na espera mais isolados do ambiente hospitalar, o que é muito importante porque eles são pacientes que tomam imunosupressores e precisam de um cuidado adicional, e a gente escuta só elogios todos os dias por essa mudança. Os pacientes relatam que gostaram muito”, reforça Valéria Monteiro.

O novo prédio conta com investimento superior a R$ 1,2 milhão. São recursos próprios do governo do Estado, por meio da Secretaria de Obras Públicas (Seop) e da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), além de recursos oriundos de emendas parlamentares dos então deputados federais Léo de Brito e Raimundo Angelim.

Para a presidente da Fundhacre, ter o novo prédio em funcionamento é um momento de muita alegria. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

A presidente da Fundhacre, Ana Beatriz Souza, reforça a alegria pela entrega: “É uma alegria imensa podermos entregar esse prédio ao lado do governador Gladson Cameli, e ver que os pacientes gostaram da melhoria é o que nos motiva a seguir trabalhando para fortalecer os serviços de saúde aqui na Fundhacre.

Fonte: Governo AC

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