A Prefeitura de Porto Velho, por meio da Defesa Civil Municipal, segue realizando diariamente o monitoramento no rio Madeira, que entrou em cota de alerta chegando a medir 4,5 metros na segunda-feira (17). Os moradores das comunidades ribeirinhas devem ficar atentos quanto aos riscos de animais predadores e desbarrancamentos em locais de riscos.
Na última semana, o prefeito Hildon Chaves encaminhou ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um documento solicitando providências para prevenção e enfrentamento à possível crise hídrica em Porto Velho. Com base no que for informado, estratégias serão adotadas pelo município, visando enfrentar a estiagem e uma possível escassez de água, se for necessário.
O Município se adianta com a necessidade de planejamento antecipado, com a autorização para o transporte de combustível e outros produtos, seja por meio fluvial ou por rodovias, para que sejam organizadamente estocados, buscando-se mitigar problemas com a seca emergencial e iminente, em decorrência de extrema estiagem que poderá afetar sobremaneira o rio Madeira, prejudicando a navegação, geração de energia, acesso à água, alimentos e medicamentos.
O coordenador da Defesa Civil, Elias Ribeiro, inclusive, já tinha alertado que em virtude da redução das chuvas na cabeceira do rio, a tendência seria de recuo das águas, também devido ao início do período de estiagem conhecido como verão amazônico. A tendência para os próximos dias é de que o nível do rio Madeira diminua ainda mais, caso seja mantida a previsão dos institutos meteorológicos e da Agência Nacional de Águas (ANA).
“Segundo as previsões meteorológicas, a crise hídrica pode desencadear uma série de prejuízos econômicos e sociais, com a possibilidade em uma crise no abastecimento de combustíveis e mantimentos, que chegam até a capital via fluvial, pelo rio Madeira”, disse Elias.
Censipam
O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) realizará evento, com a presença de vários representantes de diversos órgãos estatais, para tratarem de temas relacionados à pré seca 2024, com análise e prognósticos hidro meteorológicos. É necessário que seja com urgência efetivado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico ato de revisão para reconsideração do entendimento de inexistência de crise hídrica. O Censipam prevê que o verão amazônico de 2024 deve registrar recordes de seca e calor em Rondônia.
As reuniões da Sala de Crise da Região Norte têm caráter preventivo, para que a Defesa Civil de cada município afetado possa programar melhor a sua atuação. Em casos de emergência, a população pode acionar o órgão pelos telefones 199 (Nacional), (69) 98473-2112 (contato local) ou ainda chamar uma equipe do Corpo de Bombeiros pelo 193.
“A gente fica sem entender o que acontece com a natureza, sabe? Tem que botar nas mãos de Deus. Dá uma tristeza ver as coisas se acabando… o rio Madeira tinha praias lindas, com gaivotas colocando ovo na areia, peixe na beira. Hoje não tem nada nada nada. Tá tudo virando tipo um deserto, com água muito quente, clima muito quente”. É dessa maneira que o prático José Maria Nogueira, 51, define o que aconteceu recentemente com o rio Madeira.
O Madeira é um dos principais rios do Brasil e o mais longo e importante afluente do rio Amazonas. Sua bacia hidrográfica é enorme, com 125 milhões de hectares, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O Madeira banha três países: Brasil, Bolívia e Peru e, além da importância socioambiental, possui imensa relevância econômica, pois possibilita a pesca, o transporte hidroviário e o plantio de diversos produtos em suas margens. Ele possui mais de 1,3 mil quilômetros navegáveis, fazendo dele um grande canal de integração e comércio do Norte do Brasil.