Acre

Rio Branco está entre as piores capitais do país em qualidade de vida, aponta ranking

Estudo do Índice de Progresso Social 2025 coloca capital acreana na 23ª posição entre 27; Curitiba lidera ranking enquanto Porto Velho ocupa a última colocação

Um novo levantamento do Índice de Progresso Social (IPS) 2025 expõe as profundas desigualdades regionais que ainda marcam o Brasil. Foto: internet 

A capital do Acre, Rio Branco, figura entre as cinco piores do país em qualidade de vida, segundo o Índice de Progresso Social (IPS) 2025. Com nota 62,29, a cidade ficou à frente apenas de Salvador, Maceió, Macapá e Porto Velho, esta última na última colocação, com apenas 57,25 pontos.

O levantamento, elaborado pela organização internacional Social Progress Imperative e divulgado no Brasil pela IPS Brasil, avalia o bem-estar da população com base em indicadores como segurança, saúde, educação e sustentabilidade ambiental.

Enquanto as regiões Sul e Centro-Oeste dominam o topo do ranking — com Curitiba (1º lugar, 69,89 pontos) e Campo Grande (2º, 69,63) —, as capitais do Norte e Nordeste enfrentam os maiores desafios. Entre os estados, São Paulo, Santa Catarina e Paraná lideram, enquanto Pará, Maranhão e Amapá apresentam os piores desempenhos.

O estudo destaca que, apesar de avanços pontuais, as desigualdades regionais seguem profundas, exigindo políticas públicas mais eficientes para melhorar condições básicas como moradia, acesso à saúde e oportunidades de emprego.

Cidades como Rio Branco, Porto Velho e Macapá continuam lutando para superar déficits históricos que as mantêm no fim do ranking de qualidade de vida. Foto: ilustrativa 

Apesar de reconhecer avanços pontuais em algumas localidades, o estudo alerta que o país precisa de políticas públicas mais eficientes para garantir condições básicas à população, como moradia digna, saneamento e acesso a serviços essenciais.

Destaques do relatório:
  • Disparidade gritante entre capitais do Norte/Nordeste e Sul/Sudeste
  • Melhoria lenta e desigual em indicadores fundamentais
  • Moradia aparece como um dos desafios mais urgentes
Especialistas cobram ações:

“Os números mostram que os avanços estão acontecendo, mas de forma desigual e insuficiente. Precisamos de políticas que considerem as particularidades regionais”, explica Ana Lúcia Silva, coordenadora do IPS Brasil.

O levantamento, elaborado pela organização internacional Social Progress Imperative e divulgado no Brasil pela IPS Brasil

O estudo, que avaliou 27 capitais, aponta que a falta de água tratada, coleta de esgoto e drenagem urbana compromete diretamente indicadores de saúde e bem-estar na cidade acreana.

Dados alarmantes:
  • Apenas 44,7% da população de Rio Branco tem acesso à rede de esgoto (SNIS 2023)

  • 27% dos domicílios sofrem com alagamentos periódicos

  • Doenças relacionadas à água contaminada respondem por 35% das internações pediátricas (DataSUS)

Impactos em cadeia:

Especialistas explicam que o déficit sanitário:

  • Reduz a produtividade econômica
  • Sobrecarrega o sistema público de saúde
  • Inviabiliza o desenvolvimento urbano sustentável

“Enquanto não resolvermos essa questão estrutural, continuaremos patinando em todos os outros indicadores sociais”, alerta o sanitarista Marcos Albuquerque, professor da UFAC.

Dados do Índice de Progresso Social 2025 revelam que precariedade no acesso a água tratada e esgoto coloca capital acreana entre as 5 piores do Brasil; problema afeta saúde e desenvolvimento local. Foto: cedida

Contexto nacional:

O problema não é exclusivo do Acre. Entre as 5 piores capitais no ranking (Porto Velho, Macapá, Maceió, Salvador e Rio Branco), todas têm coleta de esgoto abaixo de 60%. Enquanto isso, as bem classificadas como Curitiba (98% de cobertura) e São Paulo (95%) mostram como o saneamento é determinante para o progresso social.

Desigualdades regionais

Enquanto Curitiba (1º lugar, 69,89 pontos), Campo Grande (2º, 69,63) e Brasília (3º, 69,04) lideram o ranking, as regiões Norte e Nordeste concentram as piores colocações. Entre os Estados, São Paulo, Santa Catarina e Paraná tiveram os melhores desempenhos, enquanto Pará, Maranhão e Amapáfiguram nas últimas posições.

Desafios persistentes

Apesar de avanços pontuais em alguns indicadores, o relatório aponta que problemas como:

  • Falta de saneamento básico

  • Acesso limitado a serviços de saúde

  • Baixo desempenho educacional
    continuam impactando a qualidade de vida nas capitais com piores notas.

Especialistas destacam que o resultado reforça a necessidade de políticas públicas regionalizadas para reduzir as desigualdades entre as cidades brasileiras. A prefeitura de Rio Branco ainda não se pronunciou sobre os dados.

 

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Publicado por
Marcus José