De acordo com o levantamento, a reserva ocupa atualmente a terceira posição no ranking das áreas protegidas que mais perderam floresta no Brasil. Foto: captada
Com aproximadamente 1 milhão de hectares, a Reserva Extrativista Chico Mendes no Acre tornou-se uma das áreas protegidas mais pressionadas pelo desmatamento no Brasil. A unidade de conservação, criada para proteger comunidades tradicionais que dependem do extrativismo e agricultura familiar, ocupa atualmente o terceiro lugar no ranking nacional de áreas protegidas mais desmatadas, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Imazon.
A Resex, que abrange sete municípios acreanos (Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Epitaciolândia, Rio Branco, Sena Madureira e Xapuri), tem sua paisagem original progressivamente substituída por pastagens, em claro contraste com o modelo de desenvolvimento sustentável previsto por lei. O estudo revela que a reserva foi a unidade de conservação mais pressionada por desmatamento em toda a Amazônia entre julho e setembro.
O ranking é liderado pela APA Triunfo do Xingu (PA), seguida pela APA do Tapajós (PA), com a Resex Chico Mendes em terceiro lugar.
A situação evidencia os desafios na proteção de áreas conservacionistas mesmo com status de proteção federal, especialmente diante da expansão de atividades como a pecuária na região amazônica. De acordo com o levantamento, a reserva ocupa atualmente a terceira posição no ranking das áreas protegidas que mais perderam floresta no Brasil.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Imazon apontou que a Resex Chico Mendes foi, entre julho e setembro, a unidade de conservação mais pressionada pelo desmatamento em toda a Amazônia. Foto: captada
A Reserva Extrativista Chico Mendes é uma unidade de conservação federal localizada no Acre, criada em 1990 para proteger a floresta e o modo de vida de populações tradicionais que vivem do extrativismo, como a extração de castanha e látex.
A reserva, com mais de 970 mil hectares, é um símbolo da luta de seringueiros e ativistas ambientais como Chico Mendes, que foi assassinado por defender a floresta. Apesar de sua importância, a reserva enfrenta ameaças como desmatamento e invasões, principalmente em sua área mais visível, segundo estudos recentes.