Bento XVI entrará para a história como o “Papa do amor” e o “Papa do Deus Pequeno”, que fez do Reino de Deus e da Igreja a razão de sua vida e de seu ministério.
Da redação, com Contilnet
O bispo da Diócese de Rio Branco, Dom Joaquín Pertíñez divulgou nota agora há pouco sobre a renúncia do papa Bento XVI e revelou a perplexidade dos católicos acreanos diante do anúncio da autoridade religiosa. Segundo ele, a notícia foi recebida com tristeza ao mesmo tempo em que tornou admirável o desapego de Bento XVI ao poder deste mundo.
LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:
A todos os fiéis.
Rio Branco, 11 de fevereiro de 2013
A Diocese de Rio Branco recebeu com surpresa o anúncio feito pelo Santo Padre Bento XVI de sua renúncia à Sé de Pedro, no dia em que celebrávamos a memória de Nossa Senhora de Lourdes.
Ainda cheios de tristeza e consternados por essa notícia, totalmente inesperada para nós, ao mesmo tempo valorizamos sua integridade e coerência, nas razões apresentadas no seu comunicado, sinal de sua humildade e grandeza de alma.
Suas palavras nos deixam admirados pela sua liberdade: “Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando”.
Quando os reis e poderosos deste mundo procuram manter-se no poder, por todos os meios possíveis, o Vigário de Cristo nos fala em latim, para anunciar sua renúncia à Cátedra de Pedro.
No mundo em que vivemos não deixam de causar assombro essas simples e poucas palavras, pela sua novidade e forma de fazê-lo, pois parece um ato que não pertence mais ao nosso mundo. Lendo essas letras, vem à minha memória a passagem do Evangelho de Marcos 8,36: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida?”.
Bento XVI entrará para a história como o “Papa do amor” e o “Papa do Deus Pequeno”, que fez do Reino de Deus e da Igreja a razão de sua vida e de seu ministério.
Ele traduziu toda sua capacidade intelectual numa linguagem compreensível para todos. Suas encíclicas, homilias, catequeses e livros demonstram seu interesse por explicar a fé, de modo que possa ser vivida de forma íntegra, fazendo ver que a fé não é só sentimento, mas sobretudo, conhecimento de Deus.
É hora de agradecer a Bento XVI o trabalho que realizou nestes anos, através do seu ministério petrino, e de reconhecer a coragem que demonstrou ao apresentar sua renúncia pelo bem da Igreja.
Como filhos da Igreja, acolhamos suas razões e rezemos por ele, unidos em comunhão fraterna.
E continuemos confiantes na assistência do Espírito Santo, neste momento singular da vida da Igreja de Cristo.
Unidos na oração
Dom Joaquín Pertíñez
Bispo de Rio Branco