Recenseadores enfrentam dificuldades para aplicar questionários do Censo 2022 no Acre

Equipes relatam que moradores ficam desconfiados em receber os profissionais e responder os questionários. Coleta domiciliar do Censo 2022 começou em 1º de agosto.

Em campo desde 1º de agosto, os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) têm enfrentando algumas dificuldades para coleta domiciliar do Censo Demográfico 2022. O principal impasse que dificulta a aplicação dos questionários é a desconfiança dos moradores em receber os profissionais.

“Não são todas as pessoas que têm acesso à informação de que o IBGE e os recenseadores estão indo nas casas e, por conta disso, têm esse receio de serem enganadas, em receber uma pessoa com a índole duvidosa, mas estamos aqui para esclarecer todas as dúvidas”, destacou a recenseadora Carolina Cabral.

No Acre, cerca de 680 recenseadores estão nas ruas dos 22 municípios e devem visitar pelo menos 200 mil domicílios, em um período de três meses, ou seja, as ações seguem até o dia 31 de outubro.

Dos profissionais que atuam no estado acreano, 324 estão apenas na capital acreana, Rio Branco. A população terá que responder a dois questionários diferentes, um básico e o de amostra que no caso é apenas para uma parcela da população do Acre, cerca de 10%.

O levantamento do Censo 2022 realiza uma coleta de dados sobre a população brasileira e permite traçar um perfil socioeconômico do país, além de contar os habitantes do território nacional, identificar suas características e revelar como vivem os brasileiros. Dessa maneira, fica mais fácil, por exemplo, implementar políticas públicas.

No AC, 200 mil domicílios devem ser visitados durante o Censo 2022 — Foto: Alcinete Gadelha/g1 AC

Ao contrário dos que se recusam a responder, a autônoma Diuhly Silva já sabia do Censo e entende a importância da pesquisa. “Perguntou como a gente estava, fez a pesquisa dela, quantas pessoas moravam [na casa], se a água era encanada ou não era”, relembrou.

Atualmente, a população estimada do Acre é de mais de 900 mil habitantes. O chefe da unidade estadual do IBGE no Acre, Marco Fábio Esteve, destacou a importância da compreensão dos moradores para que o processo ocorra bem.

“É importante que a população receba o recenseador, que preste a informação para o Censo, que é de suma importância para o país. Não só para o país, é importante para a sociedade, academia e todos que utilizam de dados para formulação de pesquisa pública, estudo e todo tipo de prospecção de mercado. É de suma importância para tudo.

Saiba como identificar recenseadores — Foto: Reprodução/ IBGE

A última contagem da população brasileira foi em 2010. Por lei, o levantamento censitário deve ser realizado no país a cada dez anos e, portanto, deveria ter sido feito em 2020, mas foi adiado para o ano seguinte.

Em 2021, o Censo sofreu novo adiamento, por falta de orçamento. Após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal liberou os R$ 2,3 bilhões solicitados pelo IBGE.

A edição de 2022 do Censo Demográfico traz algumas novidades. Pela primeira vez, os moradores de territórios quilombolas, além das aldeias indígenas, serão contabilizados.

Segundo o IBGE, os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados ainda no final deste ano. Outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024.

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Publicado por
G1 Acre