Professora fica sem salário e colegas fazem ‘vaquinha’ para ajudá-la no AC

Vaquinha foi feita durante protesto de servidores em greve.
‘Só quero o que é meu’, diz professora; Educação admitiu erro.

G1

Professora Rosimari recebe dinheiro arrecado por colegas (Foto: Aline Nascimento/G1)

Durante a realização de mais um protesto pelas ruas do Centro de Rio Branco, os servidores da Educação fizeram uma ‘vaquinha’, na manhã desta quinta-feira (30), para ajudar a professora Rosimare Ferreira, de 35 anos, que trabalha em uma escola da zona rural do município de Epitaciolândia, distante 230 km da capital. Segundo a professora, a escola a qual presta serviço não aderiu ao movimento grevista, mas devido a um erro na folha de ponto ela ficou sem receber o salário. A professora diz ainda que foi maltratada quando procurou a Secretaria Estadual de Educação (SEE).

Contracheque mostra descontos no salário da
professora (Foto: Arquivo pessoal)

“Meu contracheque veio com R$ 3.891,19 de faltas sendo que minha escola não estava em greve, estou com o livro de ponto e tenho como comprovar que trabalhei os 30 dias. Eu procurei a folha de pagamento e me encaminharam para o setor de pessoal. Fui recebida por uma secretária que veio me dizer  que tinham perdido a minha lotação. Então, eu pedi para que ela olhasse em outro sistema e aí encontrou todos os pontos da escola que trabalho. Ela veio me pedir desculpas, mas desculpas não pagam contas”, relembra a docente.

Ainda segundo a professora, apenas o pagamento dela foi suspenso. Rosimari disse ainda foi maltratada quando foi à SEE buscar uma explicação sobre seu pagamento. “Fui ao gabinete do subsecretário, porque o secretário não estava, e ele não me recebeu e tive que pará-lo no corredor. Mostrei meu contracheque, o ofício da escola dizendo que eu não tinha faltado. Ele olhou para mim e disse que não podia, por causa de uma funcionária, abrir uma folha suplementar. Ele disse ainda que não tinha tempo para perder comigo. Ele me humilhou”, diz.

Servidores arrencadaram dinheiro para professora de Epitaciolândia (Foto: Aline Nascimento/G1)

Mãe de quatro filhos, a professora contou sua situação durante o protesto realizado na manhã desta quinta. Segundo ela, por causa do corte salarial está sem pagar a faculdade da filha e sem dinheiro para manter os outros três filhos pequenos. Os servidores arrecadaram quase R$ 400 para a colega de trabalho.

“Só quero o que é meu, o que tenho direito. Tenho dois contratos e só me encontraram por um deles, que é justamente o do financiamento da minha casa. Porque professor para ter alguma coisa é só se endividando. Eles precisam reconhecer a culpa deles e onde governo vai admitir sua culpa? “, questiona.

Por meio de nota, a SEE disse que houve uma “falha técnica, o que acabou acarretando desconto indevido nos vencimentos da professora Rosimare Ferreira da Silva no mês de julho”. Entretanto, a secretaria explicou que Silva possui dois contratos com o Estado. Em um deles ela é lotada na Escola de Ensino Médio Belo Porvir em Epitaciolândia. O outro é no Centro de Educação Permanente (CEDUP), em Brasileia, cargo no qual houve o desconto. A SEE afirmou ainda, que “o problema foi detectado e corrigido para a folha de agosto”.

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Publicado por
Alexandre Lima