Motivo da agressão seria reportagem sobre denúncia de servidores fantasmas em Porto Walter
O presidente do PT do município de Porto Walter, Luís Carlos Ferreira da Silva, conhecido por “Carlos Padeiro”, é suspeito de agredir fisicamente o jornalista Jorge Natal durante uma reportagem que ele fazia para o site Folha do Acre, na tarde de segunda-feira (5).
A motivação para o crime seria por causa de uma reportagem que denunciou cinco funcionários fantasmas, inclusive o autor das agressões. A Polícia Militar (PM) foi acionada imediatamente, mas o petista conseguiu fugir em uma motocicleta. O caso foi registrado na delegacia da cidade.
O jornalista colhia informações sobre candidatos a prefeito e vice-prefeito, que participariam de uma sabatina em uma emissora local. A Polícia Civil acompanha o caso, mas até o momento da vinculação dessa reportagem o agressor ainda não havia sido localizado pela PM, que está a sua procura.
A agressão aconteceu no bairro Santa Luzia, um dos mais distantes do centro da cidade. O dirigente, que já monitorava a rotina da vítima, aproximou-se sorrateiramente, inclusive trajando um uniforme do Instituto Federal do Acre (Ifac), o que não despertou a desconfiança da vítima, posto que ele não conhecia o agressor.
“Ele se aproximou sem demostrar nenhuma suspeita e já muito próximo, após me perguntar se eu era jornalista, desferiu um golpe que me levou ao chão. Em seguida, desferiu vários chutes e só foi contido devido a intercessão dos moradores”, declarou o jornalista, afirmando que o criminoso contou com cúmplice.
Antes de fugir, Carlos Padeiro teria ainda proferido a frase: “Agora só faltam dois”, numa ameaça velada ao vereador e autor das denúncias, Rosildo Cassiano (PSD), e ao diretor da Rádio Ocidental, Alan Almeida.
A reportagem da Folha do Acre tentou contato com Luís Carlos através do número 999xxxx92, mas as ligações não foram atendidas.
O motivo da agressão
A agressão teria sido motivada porque, há cerca de uma semana, o jornalista veiculou uma matéria sobre a denúncia do vereador, fato amplamente noticiado em vários veículos de comunicação. Pessoas influentes do município, nomeadas pelo governo do Estado, não trabalhavam e ainda recebem décimo-terceiro salários.
Entre os servidores fantasmas, figuravam o nome do ex-prefeito petista Neuzarí Pinheiro, de dois filhos e uma irmã, além do presidente do PT.
Consta na matéria que os valores, em um ano e oito meses, tempo equivalente ao segundo mandato do governador Tião Viana (PT), ultrapassam as cifras de R$ 245 mil convertidos em benefícios para apadrinhados políticos.
Veja a reportagem:
Ex-prefeito, filhos e presidente do PT ganham sem trabalhar, denuncia vereador
