Brasil

Presidente do Panamá estaria disposto a dar asilo a Nicolás Maduro

“Tudo o que o Panamá tiver que fazer para ajudar a sair da crise na Venezuela, nós faremos”, afirmou Mulino.

O presidente lembrou que não é a primeira vez que o Panamá ajuda numa crise desta natureza, mencionando os casos do político e militar haitiano Raoul Cédras e do ex-presidente guatemalteco Jorge Serrano Elías.

O Presidente da República, José Raúl Mulino, manifestou que não descarta a concessão de asilo político ao governante venezuelano Nicolás Maduro, com o objetivo de ajudar a resolver a atual crise que o país sul-americano enfrenta.

“Se essa for a cota de contribuição, de sacrifício que o Panamá tem que fazer, colocando o nosso solo para que este homem [Maduro] e sua família deixem a Venezuela, o Panamá o faria”, declarou Mulino em entrevista ao  programa  da CNN.

O presidente indicou que já transmitiu essa possibilidade ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, através do Itamaraty, dada a proximidade de Lula com Maduro.

Mulino sublinhou que o Panamá poderia servir como território “para construir a ponte” e facilitar a transição da saída da Venezuela para um terceiro país. No entanto, reconheceu que “não creio que ele possa ficar no Panamá”, pois “seria muito difícil para mim” justificar isso à população.

O presidente lembrou que não é a primeira vez que o Panamá ajuda numa crise desta natureza, mencionando os casos do político e militar haitiano Raoul Cédras e do ex-presidente guatemalteco Jorge Serrano Elías.

“Tudo o que o Panamá tiver que fazer para ajudar a sair da crise na Venezuela, nós o faremos”, afirmou Mulino, acrescentando que, embora esta decisão possa gerar polêmica entre os panamenhos, é um sacrifício necessário. “Se o Panamá for o país de trânsito para o exílio permanente de Maduro e do seu clã, nós o faríamos”, concluiu, desde que a segurança seja garantida para evitar qualquer eventualidade no Panamá.

O presidente reiterou que não está promovendo estes esforços “para ganhar pontos ou méritos”, mas por uma razão histórica, destacando que a situação atual na Venezuela é semelhante à que o Panamá viveu em 1989.

Nas eleições de 28 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral proclamou Maduro como presidente para um novo mandato. Entretanto, a principal coligação da oposição, agrupada na Plataforma Democrática Unitária, denuncia uma “fraude”, afirmando ter “83,5%” das atas que demonstram a “vitória” do seu candidato.

O Governo do Panamá, que suspendeu as suas relações diplomáticas com a Venezuela, reconheceu o oposicionista González Urrutia como o presidente eleito da Venezuela.

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Marcus José