Com os votos favoráveis de 367 deputados, 137 contrários e 7 abstenções, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, no domingo (17), o relatório pró-impeachment e autorizou o Senado Federal a julgar a presidente da República, Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade.
A sessão de votação durou cerca 6 horas, mas todo o processo de discussão e votação do impeachment, iniciada na sexta (15) consumiu quase 53 horas.
O deputado federal Major Rocha (PSDB-AC) foi o 131º a registrar o voto. Abraçado à bandeira do Acre, o parlamentar tucano destacou o compromisso com o Estado. “Eu voto em favor da minha família, pelo meu estado do Acre e do Brasil, eu voto sim pelo impeachment. Fora PT!”.
“O Impeachment é um remédio amargo, que provoca graves feridas, mas é a esperança de um Brasil melhor”, observou o pré-candidato a prefeito de Rio Branco, Francineudo Costa.
Renê Fontes, da JPSDB Acre, que esteve à frente das mobilizações pró-impeachment destacou a importância das ações populares. “Muitos falaram “não adianta ir pras ruas” ou “vocês estão perdendo tempo”, mas preferimos seguir motivados por um objetivo maior. As ruas pressionaram e a Presidente perdeu toda sua base aliada, o que levou a admissibilidade do impeachment”.
“O PSDB faz oposição desde o início do governo do PT em 2003 e manteve a coerência dando 100% dos seus votos ao impeachment”, analisou Francisco Nazareno, secretário-geral do PSDB em Rio Branco. A bancada federal do PSDB é composta por 52 deputados federais que votaram, em sua totalidade, pelo Sim.
O 342º, que garantiu a aprovação do relatório, foi registrado pelo deputado tucano Bruno Araújo (PSDB-PE). O momento de sua votação foi marcado por muita festa dos parlamentares, assim como de populares.
Em Rio Branco, as pessoas estavam concentradas em frente ao Palácio do Governo e comemoraram com aplausos, gritos e abraços o “voto da esperança”. Por toda cidade estouraram fogos de artifício.
Em Capixaba, o vereador Diego Paulistha (PSDB) promoveu uma carreata na cidade, logo após a definição do processo de impeachment. “Parabéns ao deputado Rocha pelo trabalho desenvolvido neste processo e a todo o PSDB pela união neste dia histórico”, destacou Diego.
No Senado
Agora, o parecer que recomenda a investigação contra a presidente Dilma Rousseff segue para o Senado Federal. Lá, será constituída uma comissão especial para decidir se convalida, ou não, o pedido de abertura de investigação. Se for aprovado por 41 senadores, a presidente será afastada do cargo e julgada pelo Senado. Uma eventual condenação, que depende do aval de 2/3 da Casa (54 senadores), tira Dilma do cargo e a torna inelegível por oito anos.
Após o recebimento do processo, a expectativa é que ainda nesta segunda ou na terça-feira (19), seja feita a leitura do texto no Plenário e já eleita a comissão especial que vai analisar se aceita ou não o pedido da Câmara para abrir processo de impeachment contra Dilma. O colegiado terá dez dias para apresentar um parecer, que será aprovado se tiver o apoio da maioria simples dos membros (22 senadores).
Se for aprovado na comissão, o texto ainda precisa ser votado em Plenário pelos 81 senadores, o que deve ocorrer até o fim da primeira quinzena de maio. É a fase de admissibilidade da denúncia. Se o Senado aprovar a abertura do processo, por maioria simples (41 senadores), a presidente Dilma Rousseff é afastada do cargo. Nesse caso, assume interinamente o vice-presidente, Michel Temer. (Assessoria com Agência Câmara)
