Por não pagar conta de luz, governo deixa produtores do Alto Acre a míngua

Seu Sabino não tem salário e paga do próprio bolso, a passagem para sair de sua casa localizada na zona rural

Alexandre Lima

O armazém da antiga Companhia de Armazéns Gerais e Entreposto do Acre – Cageacre, localizado em Brasiléia, está abandonado pelo Estado. O mesmo que foi inaugurado no início de 1970, deveria estar servindo os produtores da regional do Alto Acre, onde poderiam beneficiar o arroz, café, milho, entre outras produções do homem do campo.

Segundo a denuncia feita pelo atual gestor do posto, o senhor José Sabino da Silva, atual presidente da Capeb, o governo do Acre não paga a energia desde 2010. Por entender que o prédio não seria mais de sua responsabilidade, uma vez que o patrimônio é do INSS.

O enorme armazém, vem guardando de tudo um pouco. Veículos e móveis sucateados do Estado e Município, além de sacas de sementes abandonadas pelos gestores dos sindicatos rurais, como Rosildo e Carlota que deveriam ter sido distribuídos aos colonos a tempos atrás, se estragaram por não pagarem as taxas de armazenamento.

Sacos de sementes que eram pra ter sido distribuídos ao homem do campo, se estragaram no armazém pela negligencia de quem deveria ajudar – Foto: Alexandre Lima

Sabino está a frente do armazém a cerca de cinco anos e já não vê mais com bons olhos em ficar cuidando de um lugar que não tem apoio de quem deveria. “Ano passado eu fiz ofício ao gabinete do governador e nunca tivemos resposta…”, desabafa.

Diz ainda que os produtores de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri estão deixando de plantar café, arroz, feijão e outros, para trocar por pasto, pois já não estão tendo estimulo para continuar, a não ser para sua subsistência.

A última conta foi paga em 2010, no valor aproximadamente de R$ 2.383 reais. Desde então, se acredita que a dívida possa estar em cerca de R$ 50 mil reais, e pela falta do pagamento, a Eletrobrás fez o corte do fornecimento, deixando o prédio sem luz e as máquinas paradas.

A arrecadação feita pelo armazenamento não é suficiente para pagar sequer os funcionários necessários. Seu Sabino não tem salário e paga do próprio bolso, a passagem para sair de sua casa localizada na zona rural e voltar e pretende ficar à frente do armazém, somente até o final do ano e entregar.

Ouça a entrevista com o senhor Sabino abaixo.

Veja imagens do armazém que deveria ajudar os produtores do Alto Acre e maquinário parado por não serem entregues e por falta de energia.

Armazém se transformou quase num lugar mas assombrado – Foto: Alexandre Lima

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