Wania Pinheiro e Agência Aleac
Com contestações polêmicas e um discurso que contradiz as últimos posicionamentos a respeito do desmatamento na Amazônia e o desequilíbrio do ecossistema, o pesquisador, metereologista e PhD Luiz Carlos Baldicero Molion segue no Acre realizando suas palestras sobre questões ambientais e práticas humanas.
Foi realizada uma palestra no plenário da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), com a temática: Amazônia, clima global e desenvolvimento regional, com o físico PHD em meteorologia pela Universidade de Wisconsin (USA) Luiz Carlos Molion.
O secretário de Produção e Agronegócio do Estado, Edvan Maciel, falou sobre a importância de se promover debates que desmistifiquem falsas ideias sobre o agronegócio e ajudem a alavancar a economia. “O Acre precisa avançar na economia e nós entendemos que a médio e curto prazo só temos uma opção, que são as atividades do setor primário, ou seja, a produção rural, e temos que encarar isso ou ficaremos fadados ao subdesenvolvimento para sempre. Assim teremos um estado melhor, usufruindo tudo de bom que tem a nos oferecer.”
Luiz Carlos Molion iniciou a palestra falando sobre a satisfação em retornar ao Acre após 25 anos depois de sua primeira visita ao Estado. Disse ainda que sua intenção é estimular as pessoas a refletirem sobre alguns assuntos polêmicos e que por muito tempo a região viveu dentro de uma filosofia retrógrada que travou seu desenvolvimento.
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Luiz Carlos Baldicero Molion é PhD em Meteorologia pela Universidade de Wisconsin, USA (1975), pós-doutor em Hidrologia de Florestas pelo Instituto de Hidrologia, Inglaterra (1983), e acadêmico do Instituto de Estudos Avançados de Berlin (Wissenschaftskolleg), Alemanha, desde 1989.
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“Por muito tempo plantaram ideias nesse Estado que prejudicaram seu desenvolvimento, mas ainda é tempo de modificar isso. É dito que o desmatamento da Amazônia pode interferir nas chuvas e causar impactos globais, e quem fala isso é nada mais nada menos que o Papa Francisco. Quero mostrar a vocês que nada disso possui base cientifica sólida. Quero fazê-los pensar em ações de desenvolvimento que de fato possuem embasamento”, afirmou.
“Falam muito do desmatamento no Brasil, mas nós somos os que melhor cuidamos das nossas florestas. Na Califórnia as florestas estão em chamas, a mídia não fala sobre isso, se fosse aqui a imprensa mundial estaria nos condenando, porque a floresta amazônica é fruto de disputas. 87% do bioma amazônico está preservado, nós preservamos mais que qualquer outro país no mundo.
O pós-doutor seguiu apresentando dados referentes à produção na Amazônia e tambémcomo outros países faturam em cima de produtos advindos daqui.
De acordo com ele, por ser tão rica em biodiversidade, a área gera disputas fora do país, e poderosos tentam impedir que a nação usufrua daquilo que a pertence, vendendo falsas ideologias que são abraçadas por aqueles que lucram com o subdesenvolvimento do país.
“A Amazônia não é fonte de unidade para a América do Sul, é o Oceano Atlântico. O desmatamento total da Amazônia não afetaria o clima global, mas afeta o clima local. A floresta absorve 9G1C/ano pela fotossíntese, 100% das emissões humanas atuais. Teremos desenvolvimento quando investirmos em produção de energia e minérios”, concluiu.
Do evento participaram como convidados especiais o governador Gladson Cameli (Progressista), o chefe da Casa Civil, Ribamar Trindade, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano, o secretário de Saúde, Alysson Bestene, o secretário de Educação, Mauro Sérgio, o técnico-diretor do Sebrae, Lauro da Veiga Santos, o secretário de Produção e Agronegócio, Edvan Azevedo, o secretário Estado de Indústria Comércio e Tecnologia (Seict), Anderson Lima, a secretária de Empreendedorismo e Turismo, Eliane Sinhasique, e Tião Bicalom, presidente da Emater.
Disse mais. “Queremos pensar em estratégias e caminhos para ver o Acre progredir”, disse Marcio Bittar.
Na ocasião, Gladson seguiu o sentimento de gratidão de Bittar e falou sobre importância da construção de um espaço em que as diferenças e as opiniões sejam compartilhadas, principalmente sobre um assunto tão polêmico como o desenvolvimento sustentável.
“A ideia do Marcio de trazer uma pessoa para discutir essas questões ambientais, envolvendo a Amazônia e os nossos interesses econômicos, mostra que existe uma pluralidade considerada no nosso governo, um respeito às diferenças e às opiniões no trato com nossos demais representantes e com a sociedade. Pelo interesse de mostrar um governo que apoia a liberdade de crenças e de expressão, defendemos como legítima esta prática. Por isso, quero agradecê-los por essa oportunidade e dizer que somos a favor do desenvolvimento”, explicou.
O secretário de Saúde, Alysson Bestene, aproveitou a oportunidade para saudar os presentes e abordar a necessidade de eventos desta natureza para o progresso do estado.
“Eu agradeço a todos que estão aqui e podem prestigiar um momento de tamanha importância como esse. O senador Márcio foi inteligente quando fez essa proposta de receber no nosso Acre uma pessoa que vem com outra perspectiva, nos acrescentar novas formas e mudar, de certa forma, nosso entendimento. Esse é o modelo de governo que queremos: o que agrega conhecimento e põe em prática o que planeja”, enfatizou.