Acre

Poluição do ar em Rio Branco está cinco vezes acima do aceitável pela OMS, apontam sensores

OMS prevê que ar deve ter até 15 microgramas de material particulado por metro cúbico e capital acreana, neste sábado (9), chegou a concentrar 83 microgramas de poluição.

Poluição do ar em Rio Branco está cinco vezes acima do aceitável pela OMS, apontam sensores — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Queimadas, fumaça, tempo seco e ausência de chuvas. Todos esses fatores contribuem para que a qualidade do ar seja inadequada para a saúde. Neste sábado (9), o número de poluentes encontrados no ar em Rio Branco está mais de cinco vezes acima do considerado ideal.

Conforme os sensores que monitoram a qualidade do ar no Acre, por meio do sistema Purple Air, a capital acreana apresentou, neste sábado, um pico de concentração de 83 microgramas por metro cúbico de material particulado.

Esses equipamentos fazem parte de um projeto entre o Ministério Público do Acre (MP-AC), a Universidade Federal do Acre (Ufac) e órgãos de saúde e do meio ambiente do estado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que a quantidade de material particulado por metro cúbico (µg/m³) aceitável é de 15 microgramas. Porém, a partir de 12 µg/m³ já oferece risco em uma exposição prolongada. Até 2021, o valor aceitável era até 25 microgramas, segundo explicou o professor e pesquisador da Ufac, Foster Brown.

Com esse índice registrado neste sábado, segundo a plataforma, alguns membros do público em geral podem sofrer efeitos na saúde com 24 horas de exposição. Já membros de grupos sensíveis podem sofrer efeitos mais graves na saúde.

O professor alerta para os efeitos que a exposição à poluição nesses índices pode causar à saúde humana. “Pode afetar a capacidade cognitiva, e ser um potencial para causa de câncer, entre outras situações, além de problemas respiratórios. Não necessariamente esse impacto vai ser imediato, muitas vezes, as consequências da poluição do ar são demoradas. Por exemplo, no caso de mulher grávida, que o feto está exposto a uma situação problemática.”

Além de Rio Branco, outras cidades acreanas registram altos índices de poluição do ar. Como é o caso do Bujari, que neste sábado teve um pico de 75 µg/m³, ou seja, também está com cinco vezes acima do aceitável pela OMS.

Em seguida aparecem as cidades de Senador Guiomard com 70 µg/m³, Acrelândia com 67 µg/m³, Capixaba 66 µg/m³, Xapuri 52 µg/m³ e Sena Madureira 51 µg/m³.

Entre 1º e 9 de setembro, Acre registrou 976 focos de queimadas — Foto: Victor Lebre/g1

Queimadas no Acre

 

Nos nove primeiros dias de setembro, o Acre registrou 976 focos de queimadas, segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é 5 vezes maior que o registrado no mesmo período no mês anterior.

De 1º a 9 de agosto, o estado acreano teve 194 focos de queimadas. O programa utiliza dados de queimadas captados diariamente pelo satélite de referência Aqua para fazer os levantamentos.

Em todo o mês de agosto deste ano foram contabilizados 1.388 focos no estado, sendo que em julho tinham sido 212 focos de queimadas.

Apesar da alta em relação ao mês de agosto, o número de focos de incêndio reduziu em 73,3% na comparação com o mesmo período de 2022. Nos nove primeiros dias de setembro do ano passado o Acre teve 3.650 focos.

O aumento das queimadas fez com que o governo do Acre a declarasse situação de emergência ambiental no início do mês de julho. Além disso, o estado também enfrenta seca severa, alta nas temperaturas e queda na umidade relativa do ar. Cruzeiro do Sul está entre as 10 cidades que tiveram emergência declarada. Conforme o decreto, a emergência declarada é válida entre os meses de julho a dezembro de 2023.

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Publicado por
G1 Acre