Polícia ouviu oito pessoas em investigação sobre assassinato de ex-prefeito de cidade do AC

Gedeon Barros foi morto dentro do carro em Rio Branco no último dia 20 — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre

Por Iryá Rodrigues

A Polícia Civil ouviu ao menos oito pessoas até esta segunda-feira (31) na investigação sobre o assassinato do ex-prefeito Gedeon Sousa Barros, de 52 anos, morto com tiros na cabeça no último dia 20, em Rio Branco.

A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelo caso, Marcus Cabral, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo ele, as investigações estão em andamento e seguem em sigilo.

“O que a Polícia Civil pode afirmar é que as investigações estão em andamento, dia e noite tem investigadores trabalhando, não só nesse caso, mas como nos demais. Já foram várias pessoas ouvidas, tanto na capital quanto também no interior, na cidade de Plácido de Castro. Na verdade, para não atrapalhar as investigações, a gente mantém o sigilo, e o que podemos afirmar é que as investigações continuam e em breve estaremos com esse inquérito devidamente elucidado”, disse Cabral.

O ex-prefeito foi assassinado na manhã do dia 20 de maio no bairro Santa Inês, no Segundo Distrito de Rio Branco. Dois homens chegaram em uma moto e executaram o ex-gestor, fugindo em seguida para o bairro Belo Jardim, onde se concentraram as buscas da polícia. Barros estava dentro do carro e foi atingido com disparos de arma de fogo na cabeça.

A esposa do ex-prefeito prestou depoimento na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) ainda na quinta (20), horas após o ex-gestor ser morto.

Amigos e familiares fizeram uma homenagem ao ex-prefeito nesse domingo (30) em Plácido de Castro — Foto: Reprodução

Homenagem

Um grupo de amigos e familiares fez uma homenagem ao ex-prefeito nesse domingo (30) na cidade de Plácido de Castro. Vestidos de branco, eles percorreram pelas principais ruas do município e relembraram da trajetória do gestor.

A viúva de Gedeon, Lúcia Barros, usou as redes sociais nesse domingo para agradecer as homenagens e também para pedir Justiça pela morte do marido. O G1 tentou contato com ela nesta segunda-feira (31), mas até última atualização desta reportagem não obteve sucesso.

“Obrigada a todos os amigos por esse lindo gesto de carinho realizado no dia de hoje, quero que saibam que meu coração estava presente em cada passo dado nessa caminhada. É muito reconfortante ouvir cada palavra e ler cada mensagem de apoio. Irei estar de luto eternamente, mas irá doer menos sempre que me recordar das palavras de carinho direcionadas a mim e a toda a minha família. Gedeon sempre estará vivo em nossas memórias, e eternas serão as lembranças que guardarei do meu esposo. Que cada semente do bem plantada por ele possa dar frutos de generosidade, bondade, lealdade, fé e esperança em uma sociedade mais justa, livre de perseguições, onde possamos viver em paz e cuidarmos de quem amamos. Seguimos com a esperança de que a #JustiçaporGedeon seja feita.”

Gedeon foi prefeito de Plácido de Castro entre 2017 e 2020 — Foto: Arquivo pessoal

Ameaças

A polícia informou que o ex-prefeito estaria sofrendo ameaças. No entanto, segundo o delegado, ainda não tinha sido confirmado nenhum registro de boletim de ocorrência relatando as supostas ameaças.

“As guarnições que chegaram no local, colheram informações de que dois indivíduos em uma motocicleta vermelha se aproximaram do veículo onde a vítima estava e sem anunciar assalto, esses indivíduos efetuaram por volta de dois disparos”, informou o tenente da Polícia Militar Karllos Antoniete.

O corpo de Barros foi transladado para a cidade da Palmas (TO) na tarde de sexta-feira (21). No sábado (22), foi levado para a cidade Fátima, onde foi sepultado no mesmo local onde o pai dele está enterrado.

Ex-gestor era investigado pela PF

Barros foi prefeito da cidade de Plácido de Castro entre os anos de 2017 a 2020, quando ele concorreu à reeleição, mas foi derrotado nas urnas no ano passado. O ex-prefeito era empresário e foi gestor da cidade apenas por um mandato.

Durante a gestão, Barros teve o nome divulgado em uma lista de nove prefeitos de nove cidades do Acre, como ficha suja do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC), de agosto do ano passado. Os gestores têm condenações transitado em julgado nos últimos oito anos. As condenações incluem diversos processos, entre os quais desvios ou problemas na administração do dinheiro público.

Investigações da Polícia Federal na Operação Contágio, também apurou supostas irregularidades em licitações que teriam ocorrido no primeiro semestre do ano de 2020 no município. Conforme a PF, um dos contratos investigados envolvia mais de R$ 500 mil para a compra de equipamentos de proteção individual (EPI’s) para profissionais da saúde que atuavam no combate à pandemia causada pela Covid-19, na mandato dele.

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Publicado por
G1 Acre