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Polícia Civil passa a ficar de olho em quem maltratar animais, principalmente a cães e gatos

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Delegado Robert Alencar adverte que a pena para este crime pode chegar até a cinco anos de prisão; a castração, no entanto, é considerada legal

Por Tião Maia, para O Alto Acre

Os animais em situação de rua, principalmente cães e gatos, mesmo os mais abandonados e sardentos, já não estão mais sozinhos. Pelo menos no que depender da Polícia Civil do Acre, que vai aplicar a Lei com rigor para impedir os maus tratos a estes animais.

Abril é o mês no qual é promovida a campanha mundial de combate à crueldade contra os animais e, além do trabalho de repressão, a Polícia Civil vai trabalhar a conscientização como o melhor caminho para sensibilizar a sociedade sobre essa triste realidade, e instruí-la da responsabilidade que todos têm de cuidar e proteger os animais

É o que garante o delegado de polícia Robert Alencar, piauienses que há 14 anos atua na Polícia Civil do Acre, é um dos profissionais da área de segurança pública dedicado na aplicação da legislação que contempla o direito dos animais, não só de cães e gatos, mas, assim como de quaisquer outros animais.

Os maus tratos a cães e gatos, principalmente, cujos direitos, no Direito mais atualizado, foram elevados às mesmas condições dos direitos humanos, podem resultar em penas de cinco anos ou mais de prisão – ou seja, punição com cadeia, em regime fechado. “As ações da Polícia Civil voltadas aos animais são uma tendência a nível nacional da Polícia Judiciária na repressão e prevenção, principalmente com o advento da lei que majorou a pena para os crimes de maus tratos a animais, em específico a cães e gatos, com o advento da ‘Lei Sansão’.

Uma Lei inspirada na tortura e mutilação de um cão em Minas Gerais

A seguir, os principais trechos de uma entrevista com o delegado Robert Alencar:

O Alto Acre – Pois é, a nova lei chama-se Sansão. Por que, uma lei de proteção aos animais leva o nome de um personagem bíblicos? É de fato uma referência ao homem traído por Dalila?

Robert Alencar – Trata-se de uma referência a um cachorro com o nome de Sansão que foi torturado e mutilado no Estado de Minas Gerais, que ficou paraplégico. Em homenagem a ele, foi editada esta lei, que é a de número 14014, de 2020, que aumentou a pena, para cinco anos de prisão, para quem maltratar, especificamente cães e gatos. Então, no Brasil todo, a Polícia Civil passou a fazer esse trabalho de prevenção e repressão. Nós trouxemos aqui para o Acre esta tendência para que o Governo do Estado auxiliasse na sua aplicação dessas medidas a fim de que a gente diminua esse tipo de violência que acontece cotidianamente.

O Alto Acre – Os principais casos de violência eles se dão pelo fato de a pessoa que deveria cuidar do animal ser de índole má ou por abandono?

Robert Alencar – Existem vários fatores. O principal fator é a própria cultura do Estado do Acre, que é muito similar à cultura do Nordeste, seja pela migração ou pela raiz da população na qual os animais sempre foram tratados como objetos, alguns até descartáveis. Os cães, como cães de guarda, e os gatos como meros comedores e ratos. Essa cultura, apesar da globalização, da massificação dos direitos para a proteção dos animais, ainda perdura no Nordeste, onde era comum a morte de burros e jegues, começa a haver movimento para garantir proteção a esses animais. No Nordeste, os animais utilizados em vaquejadas também eram muito maltratados e hoje as vaquejadas são limitadas exatamente pela violência que tais animais sofrem.

O Alto Acre – Está sendo possível fazer esse trabalho aqui no Acre? Se está, isso não é visto o suficiente. O que vemos nas ruas, na Capital e no interior, na região do Alto Acre, principalmente, é o registro de cães e gatos nas ruas. Isso também não é uma forma de violência?

Robert Alencar – O que a gente necessita no nosso Estado do Acre, na Capital Rio Branco, é de apoio às ONGs que trabalham com a recuperação de animais. Preciso de um trabalho forte com a perspectiva de não só tentar punir quem pratica este tipo de crime na modalidade grave, mas também para fazer com que as pessoas entendem que os animais foram elevados à condição de seres humanos. Dentro da evolução do Direito contemporâneo, temos os chamados direitos de quinta geração, que colocam os animais com os mesmos direitos e garantias semelhantes e fundamentais aos dos seres humanos. Ou seja, os animais, principalmente os cães e gatos, adquiriram um status quo no Direito contemporâneo ao do ser humano. Por isso, a questão dos maus tratos, da mutilação, do abandono. Muita gente pensa que maus tratos só ocorre quando você pega um pedaço de madeira e agride o animal. Não, os maus tratos são amplos: é você deixar o animal sem alimentação, com sede, preso indefinidamente e em condições insalubres. Outra coisa que as pessoas confundem muito, em nível de interpretação dos direitos dos animais, é a intensidade. Nós sabemos que muitas vezes o cuidador tem que castiga o animal, porque o animal fez coisa errada. É necessário se repreender o animal – eu falo de animais domésticos. Sem intensidade, não há crimes nisso. Para haver o crime, tem que haver a intensidade. Não é porque deixei o cachorro trancado durante uma hora num quarto que eu cometi maus tratos. Nesse contexto, a gente tem que entender que a lei não contempla só os animais domésticos. A lei é para qualquer tipo de animal. Gado, pássaros, ovinos, caprinos, toda espécie de animal estão sujeitos a ser vítima de maus tratos. A diferença é que a pena é menor. A pena para quem maltratar cães e gatos é de cinco anos e, para os demais animais, é de dois anos.

O Alto Acre – O Acre não tem, pelo menos até aqui, aquelas cenas horríveis das cidades grandes, de cavalos e burros ajudando a catadores de lixo. Aquilo também é crime?

Robert Alencar – Sim, se houver alguém interferindo e manipulando o animal, pode ser caracterizado como maus tratos, uma condição degradante a que o animal está sendo submetido.

O Alto Acre – Como a sociedade recebe esse tipo de trabalho dos senhores da polícia?

Robert Alencar – É um momento de transição. Muitas pessoas conseguem compreender, mas muitas ainda não têm a consciência de perceber que o mundo está mudando, que a sociedade está mudando. Pessoas que não têm conhecimento cultural, sem maior grande instrução, as pessoas das classes menos favorecidas, elas têm muitas dificuldades de compreender isso pelo contexto social em que estão inseridas. Por isso, a importância do trabalho de prevenção. Eu, como delegado, luto para que a Polícia Civil instale uma delegacia para tratar desta questão. Nós temos uma delegacia de combate à crimes ambientais, mas ela não tem uma atuação concisa na defesa dos direitos dos animais. O que falta muito aqui no Acre é uma questão de protocolo: às vezes a gente encontra o animal mal tratado e efetua a prisão do autor, mas o animal não tem para onde ir, não tem onde receber tratamento médico veterinário e não tem nem um abrigo temporário. Recentemente, nós tivemos uma prisão relacionadas a dois Pitu Bulls, que estavam abandonados fazia mais de dez dias numa casa, sem água e alimentação. Nós conseguimos contatos com o centro de zoonose da Prefeitura, mas fomos informados de que eles não poderiam ter a guarda dos animais por falta de infraestrutura.

O Alto Acre – E os animais castrados, principalmente cães e gatos, não são também vítimas de violência?

Robert Alencar – Não, isso e legal. O dono ou o tutor pode até alegar que fez a castração em busca de qualidade de via e de saúde para o animal.

 

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Polícia Boliviana entrega Emblema de Ouro a policiais brasileiros

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Delegado de Policia Civil, Dr. Eustáquio Nomerg Ferreira (dir) e o Inspetor Especial de Policia Civil, Rudimar Brito Alvares (esq), receberam o “Emblema de Ouro”.

Na tarde de sexta-feira, dia 03, foi realizado na cidade de Cobija-BO, sob o comando do Major Edwin Victor Pabón Aliaga, diretor da Força Especial de Luta Contra o Crime – FELCC, numa solenidade onde contou com a presença Sr. Cnl. MSc. Hernán Romero Segovia, Comandante Departamental de Policía – Pando/Bolívia, o evento para a entrega de “Emblema de Ouro”.

Por esse sentido e assim considerar, o Comandante condecorou com o “Emblema de Ouro” o Delegado de Policia Civil, Dr. Eustáquio Nomerg Ferreira e o Inspetor Especial de Policia Civil, Rudimar Brito Alvares, ambos lotados na Delegacia Geral de Polícia Civil em Epitaciolândia.

A condecoração oferecida é destinada àqueles que obtém o reconhecimento ao trabalho e cooperação entre as partes, principalmente entre corporações irmãs onde se destaca o desenvolvimento, melhoramento institucional, segundo a Lei Orgânica do Comando Departamental da Polícia Boliviana de Pando, nº 005/2013.

Segundo Dr. Eustáquio Nomerg Ferreira, “este é o reconhecimento do trabalho desenvolvido entre a Polícia Civil do Acre e as Corporações de Pando. Estamos trabalhando para combater o crime na fronteira e precisamos estar de mãos dadas. Sinto-me honrado em receber essa condecoração”, disse.

Delegado de Policia Civil do município de Epitaciolândia, Dr. Eustáquio Nomerg Ferreira, no momento em que recebe a honraria da Polícia Nacional Boliviana em Cobija/Pando-BO.

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Sem fundamento: Delegado Rêmullo Diniz é absolvido da acusação de peculato 

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O delegado de Polícia Civil Rêmullo Diniz, acusado pelo crime de  peculato, foi absolvido pela Justiça do Acre.

A decisão foi do Juiz da Vara de Delitos de Roubo e Extorsão da Comarca de Rio Branco Gustavo Sirena, que julgou improcedente a denúncia do Ministério Público do Acre.

Em dos trechos da sentença, o magistrado disse que “Não é demais ressaltar que o que existem nos autos, são ilações e Conjecturas desacompanhadas de qualquer prova firme e segura acerca da autoria delitiva.

As denúncias contra Rêmullo Diniz foram feitas em 2019, quando o atual coordenador do GEFRON, foi nomeado pelo Governador Gladson Cameli do PP, secretário de Polícia Civil.

Na época, Diniz foi alvo de dois inquéritos instaurados por delegados da  própria Polícia Civil.

Em dos casos, Rêmullo foi acusado de desviar R$ 3.584, dinheiro que teria sido encontrado com uma de uma vítima de homicídio.

O possível crime, que caracterizou o peculato, teria ocorrido em agosto de 2019, quando o delegado atuava na DHPP.

O ex-secretário de Polícia Civil foi acusado também de fraudar documentos para tentar se livrar do susposto desvio do dinheiro. “Na época foi ouvido num dia e, no outro já foi indiciado’, revelou Diniz.

Ainda na sentença o Juiz Gustavo Sirena disse que a prova oral (depoimentos) não comprova a autoria criminosa.

Além disso, segundo a decisão, só foi  possível extrair, salvo a fala de uma servidora, a existência somente de alguns testemunhos de ouvir dizer, os quais sequer apontam, de forma categórica, que o réu se apropriou do dinheiro em proveito próprio ou alheio.

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Advogado pede cassação de vereador de Epitaciolândia e Mesa Diretora não cumpre regimento interno

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Sessão Extraordinária ocorrida nesta quinta-feira, dia 2, não foi lido a denúncia protocolada pelo advogado em relação ao pedido de cassação do vereador.

Em mais de uma de suas sessões para poucos, a Câmara Municipal de Epitaciolândia realizou uma sessão extraordinária nesta quinta-feira, dia 2, que teve como protagonista, um pedido de cassação do ex-presidente Diojino Guimarães da Silva, que segundo os Autos Nº: 0800007-40.2023.8.01.0004, impetrado pelo Ministério Público do Estado do Acre, resultou no afastamento do vereador de suas funções pública.

A Justiça do Acre por sua vez, após acatar o processo do MPAC, terminou por condenar Diojino a sete anos de reclusão, além do afastamento, por entender que a permanência do mesmo no Legislativo Mirim, poderia dificultar o andamento do processo, que recorre em liberdade.

Diante dos fatos, o advogado Gabriel Thiberio Carrilho Vieira Rossi, registrou uma carta denuncia onde pede que a Mesa Diretora, tomasse providencias para abertura da cassação do mandato de Diojino por definitivo, “em defesa da honra da casa legislativa e pela justiça, representando cada cidadão de Epitaciolândia”.

Segundo o advogado, embasado em Decretos, Leis e Regimento Interno, o Artigo 5º garante o processo legal para que o mesmo seja cassado por definitivo, uma vez que foi comprovado a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa.

Diojino Guimarães – Foto: oaltoacre/arquivo

No Regimento Interno, entre os Artigos 216º, 217º e 218º (resumidamente), a Câmara tem o direito de processar o vereador pelas práticas cometidas, em julgamentos durante Sessões Extraordinárias convocadas, “Quando a deliberação for no sentido da culpabilidade do acusado, expedir-se-á́ decreto legislativo de perda do mandato, do qual se dará́ notícia à Justiça Eleitoral.” Além de decidir sobre a perda do mandato por voto secreto e maioria absoluta, conforme item XX do Artigo 218º.

Tal pedido, pede que medidas sejam tomadas para restaurar a confiança da população do município em seus representantes e que sejam punidos aqueles que desrespeitam a Lei e utilizam de seus cargos para benefício próprio.

Não foi lido em Sessão

O pedido protocolado no dia 30 de Abril, deveria ser posto na pauta do dia, mas, foi devidamente ignorado pela Mesa Diretora, que segundo o presidente Rubenslei Rodrigues (PSD), irá analisar o caso para posterior pronunciamento.

Diante da não leitura durante a Sessão Extraordinária, o advogado Gabriel Thiberio registrou no Ministério Público do Acre, sob o nº 05.2024.00003315-9, sendo encaminhado a Promotoria Cumulativa de Epitaciolândia, para que seja tomada providencias e cumprido o Regimento Interno referente a cassação de Diojino na próxima Sessão que ocorre dia 6 próximo.

Veja Carta Denuncia e decisão do afastamento de vereador

CASSAÇÃO DIOJINO

0800007-40.2023.8.01.0004

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