A Polícia Civil do Tocantins concluiu nesta terça-feira (29) a primeira fase da Operação Via Avaritia, que investiga um esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos durante gestões anteriores do governo estadual. Ao todo, 26 pessoas foram indiciadas, entre elas o ex-governador Mauro Carlesse (Agir), quatro ex-secretários de Estado e diversos servidores públicos.
Segundo as investigações, o grupo desviou mais de R$ 10,3 milhões por meio de contratos fraudulentos destinados à manutenção de imóveis públicos. O esquema envolvia empresas de fachada, superfaturamento e lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras detectadas em outros estados, como o Distrito Federal, Goiás e Santa Catarina.
A Polícia Civil afirma que o grupo ignorou repetidos alertas de órgãos de controle e manteve os pagamentos mesmo após o início das investigações. Além disso, há indícios de que os investigados utilizaram a própria estrutura governamental para tentar obstruir o avanço das apurações. Parte dos recursos desviados teria sido usada, inclusive, para custear um curso de Medicina em uma instituição particular.
A apuração revelou um ciclo completo de corrupção, que começava com a manipulação dos processos licitatórios e seguia até saques em espécie e transferências indiretas de valores. Com a conclusão da primeira fase, o caso segue agora para o Poder Judiciário, que deverá analisar os indiciamentos e eventuais denúncias.