PMs presos por tortura de colega são soltos após decisão judicial

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Danilo Martins ficou seis dias internados


Os 14 policiais militares acusados de torturarem o soldado Danilo Martins, durante um curso em Brasília, foram soltos nesta quinta-feira (2) após uma decisão do desembargador Sandoval Oliveira. A ordem de soltura foi emitida para substituir a prisão temporária dos PMs acusados, que agora terão que cumprir medidas cautelares.

Segundo a decisão do desembargador, os policiais liberados estão sujeitos a medidas como a proibição de manter contato entre si ou com a suposta vítima, além de não poderem acessar a unidade militar.

O desembargador explicou que não concordava com a tese de que a prisão temporária era necessária para evitar que os acusados tivessem “acesso aos achados do crime”, destacando que a proibição de acesso à unidade militar já seria uma medida suficiente.

A decisão atende a um pedido feito pela Caserna, órgão que representa os policiais suspeitos do crime.

O desembargador também mencionou que o comandante do Batalhão de Choque, suspeito de ser o mandante da tortura, não estava temporariamente preso, o que na visão da justiça não permitiria um tratamento diferenciado entre os envolvidos.

O juiz enfatizou que o comandante, por ter mais poderes e influência, poderia prejudicar a investigação de maneira mais significativa do que os outros policiais, justificando assim a liberação destes últimos.

Os policiais soltos são:

  • Marco Aurélio Teixeira Feitosa
  • Gabriel Saraiva dos Santos
  • Daniel Barboza Sinésio
  • Wagner Santos Silvares
  • Fábio de Oliveira Flor
  • Elder de Oliveira Arruda
  • Eduardo Luiz Ribeiro da Silva
  • Rafael Pereira Miranda
  • Bruno Almeida da Silva
  • Danilo Ferreira Lopes
  • Rodrigo Assunção Dias
  • Matheus Barros dos Santos Souza
  • Diekson Coelho Peres
  • Reniery Santa Rosa Ulbrich

O caso da suposta tortura ocorreu em 22 de abril e a vítima é Danilo Martins, de 34 anos. Durante um curso de formação do patrulhamento tático móvel, Danilo teria sido submetido a oito horas de agressões físicas e verbais.

Ele relatou ter se inscrito no curso buscando aprimorar suas habilidades como policial, mas ao chegar ao local, foi coagido a assinar um documento de desistência e ameaçado quando se recusou.

Após o episódio, Danilo ficou internado durante seis dias, sendo quatro deles na UTI. A polícia militar continua investigando o caso para esclarecer todas as circunstâncias e responsabilidades envolvidas na alegada tortura do soldado Danilo Martins.

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Fonte: Nacional

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Publicado por
A Gazeta