O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – A convenção nacional do PMDB aprovou no início da tarde deste sábado, 12, uma moção que impede que membros do partido assumam novos cargos no governo da presidente Dilma Rousseff nos próximos 30 dias, prazo dentro do qual a cúpula do partido deve se reunir para definir o possível desembarque da gestão da petista.
A deliberação, segundo dirigentes do partido, passa a valer a partir deste sábado e tem validade até que o diretório se reúna para tomar uma decisão definitiva. Isso impede, na prática, que o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) assuma na próxima semana a Secretaria de Aviação Civil. O ministério foi oferecido pelo Planalto à bancada mineira do PMDB da Câmara em troca de apoio à recondução de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança do partido na Casa.
A expectativa era de que a entrega fosse oficializada na próxima semana. Com a deliberação da convenção, no entanto, os planos de Mauro Lopes devem ficar frustrados.
Inicialmente, o ex-ministro Eliseu Padilha anunciou Lopes como “futuro ministro” e chegou a dizer na convenção que todas a moções deveriam ser aprovadas nos próximos 30 dias, mas as lideranças do PMDB confirmam nos bastidores que o impedimento para assumir novos cargos vale desde já.
O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, entrou em contato com o diretório mineiro do PMDB para acordar a validade da restrição desde já.
O ex-ministro Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao PMDB, confirmou o veto a Mauro Lopes.