Acre

PL que dá nome de padre Paolino a ponte de cidade do AC onde religioso viveu é aprovado

Padre Paolino Baldassari chegou ao Acre em 1954, onde atuou por anos. Ponte sobre o Rio Iaco, em Sena Madureira, vai ligar comunidade isolada ao Segundo Distrito do município, e está prevista para ser inaugurada em dezembro deste ano.

Padre Paolino Baldassari completa 87 anos — Foto: Sérgio Vale/ Secom

A Assembleia Legislativa do Acre aprovou durante sessão nessa quarta-feira (22) um projeto que dá o nome do Frei Paolino Maria Baldassari à ponte sobre o Rio Iaco em Sena Madureira, no interior do estado.

O projeto é de autoria dos parlamentares Gene Diniz, Gilberto Lira, Pablo Bregense e Tanízio Sá, que são do município, e também foi proposto pelo governo do estado. Durante a sessão, Pablo Bregense (PSD) ressaltou que o projeto homenageia uma importante personalidade da região.

“Estou muito emocionado em poder assinar essa presente lei, uma homenagem tão pequena, mas, de grande relevância. É de fato um motivo de orgulho para todos nós de Sena Madureira. Padre Paolino merece”, declarou.

A ponte sobre o Rio Iaco vai ligar uma área isolada ao Segundo Distrito do município, e está prevista para ser inaugurada em dezembro deste ano. De acordo com o governo, a obra tem custo de R$ 36 milhões, e tem ao todo 232 metros de extensão.

Padre Paolino Baldassari chegou ao Acre em 1954, onde atuou por anos em Brasiléia e Sena Madureira. Em 2017, inclusive, a prefeitura do município instituiu o dia 8 de abril, data da morte do padre Paolino, como feriado municipal. Mesmo após sua morte, padre Paolino inspirou as pessoas a fazerem o bem.

“A ponte Padre Paolino vai tirar do isolamento mais de 2.500 pessoas que moram no Segundo Distrito do município. A região é uma das mais antigas da cidade e engloba as comunidades São Francisco, Niterói e Quintal Florestal”, informou o governo.

Padre Paolino Baldassari atuou no Acre por décadas, e inspirou fiéis — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Beatificação

 

Padre Paolino pode ser o primeiro religioso da Amazônia a ser beatificado, que irá elevar, de forma oficial, o sacerdote à condição de “Servo de Deus”. Ele morreu em 8 de abril de 2016, em Rio Branco e o velório do religioso atraiu centenas de pessoas para Sena Madureira, município onde viveu por mais de 40 anos.

Nascido em Bologna, na Itália, ele chegou ao Brasil em 1950, aos 24 anos. Foi ordenado padre três anos depois, em São Paulo. Em 1954, chegou ao Acre, onde realizou trabalhos religiosos em Brasiléia e em Sena Madureira, sendo o principal responsável por mobilizar toda a comunidade na construção da paróquia.

O processo de beatificação teve início ainda em maio do ano passado com uma cerimônia religiosa. O ato foi o primeiro passo oficial para a beatificação. Contudo, o pedido não é à toa. Diversos estudos, pesquisas e análises foram feitos para que o percurso chegasse até esta fase. O aval do Vaticano para a abertura do caso ocorreu em 2019.

Para ser declarado beato pela igreja, é necessário cumprir dois milagres que a ciência, a comissão da causa e científica determinem que não teria outro modo daquilo acontecer se não fosse intervenção divina por meio da intercessão de uma pessoa, no caso, do padre Paolino Baldassari.

Caso sejam comprovados os milagres e padre Paolino venha a ser declarado beato pela igreja, ele será o primeiro pároco da Amazônia a receber o título.

“Agora estamos num segundo momento, igualmente importante, que é a escuta das testemunhas, pessoas que conviveram com frei Paolino e que podem testemunhar sua vida de santidade […] precisamos ao menos de um milagre declarado para que ele possa ser declarado Bem-aventurado, ou, na linguagem popular, beato. Tornando-se, deste modo, essencial que as pessoas nos procurem relatando suas graças e seus milagres alcançados pela intercessão de frei Paolino para que o mesmo possa ser investigado e, uma vez declarado o milagre, o Servo de Deus possa ser chamado Bem-aventurado Paolino Baldassarri”, frisou o frei Moisés.

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Publicado por
G1 Acre