Flagrante ocorreu em uma pista de pouso em Penápolis, interior de São Paulo. Wesley Evangelista Lopes já havia ganhado notoriedade após queda de avião no Acre em maio
A Polícia Federal prendeu em flagrante o piloto Wesley Evangelista Lopes, de 39 anos, enquanto ele transportava quase 450 quilos de cocaína em uma pista de pouso em Penápolis, no interior de São Paulo. O momento da prisão foi registrado em vídeo, que mostra o piloto sendo abordado pelas autoridades no local.
Wesley já era conhecido nacionalmente desde maio deste ano, quando caiu com um avião de pequeno porte no Rio Tarauacá, no município de Tarauacá, no Vale do Juruá, interior do Acre. Na época, as imagens do resgate do avião, retirado do rio com a ajuda de um batelão fluvial, viralizaram nas redes sociais e foram amplamente repercutidas na internet.
A queda foi investigada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), mas o motivo do acidente não foi completamente esclarecido. A suspeita inicial era de que o avião, um Cessna Aircraft 150H, fabricado em 1968, teria caído devido a excesso de peso. Apesar de haver especulações sobre uma possível ligação do voo com o reconhecimento de área para o tráfico de drogas, nenhuma prova concreta foi apresentada na época.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava com a documentação em dia e em condições regulares de operação.
Ligação com o tráfico de drogas
Agora, com a prisão em São Paulo, as suspeitas que já pairavam sobre o piloto ganham força. Ele foi flagrado pelas equipes da Polícia Federal transportando quase meia tonelada de cocaína. A abordagem ocorreu no momento em que Wesley se preparava para decolar em uma pista clandestina.
A operação faz parte de um esforço conjunto para combater o tráfico aéreo de drogas, uma prática cada vez mais comum em regiões de floresta e fronteira. As pistas de pouso clandestinas são frequentemente usadas para o embarque e desembarque de drogas provenientes de países vizinhos.
Com a prisão de Wesley Evangelista Lopes, as autoridades devem aprofundar as investigações sobre a possível conexão entre o acidente no Rio Tarauacá e o tráfico de drogas na região do Vale do Juruá, área de forte atuação de grupos criminosos dedicados ao transporte de entorpecentes.
A Polícia Federal informou que o piloto será indiciado por tráfico de drogas e associação criminosa, podendo pegar uma pena de até 15 anos de prisão. O caso também será apurado para verificar se o piloto possui ligação com facções criminosas que operam rotas do narcotráfico na região amazônica.
A prisão reforça as investigações em torno do uso de pequenas aeronaves para o transporte de drogas, especialmente em áreas de difícil acesso na região Norte do Brasil. O combate ao tráfico aéreo tem contado com operações conjuntas entre a Polícia Federal, a Força Aérea Brasileira (FAB) e os órgãos de segurança pública dos estados.