PF desarticula organização criminosa que movimentou R$ 362 milhões no Amazonas

Entre os alvos estão empresários, políticos, servidores e até policiais civis; dinheiro teria origem no tráfico de drogas e pode ter financiado campanhas eleitorais

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29), a Operação Linhagem, que tem como alvo uma organização criminosa acusada de movimentar cerca de R$ 362 milhões nos últimos anos, com recursos provenientes, principalmente, do tráfico de drogas. A ação ocorreu em Manaus, Presidente Figueiredo, Tabatinga e Santo Antônio do Içá, no estado do Amazonas.

Os mandados foram cumpridos em condomínios de luxo da capital amazonense, como o Forest Hill, onde foram apreendidos dinheiro em espécie e drogas, segundo informações do Portal do Holanda. A operação mira empresários, políticos, servidores públicos e laranjas utilizados para ocultar o patrimônio ilícito.

Entre os investigados estão o ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Tonantins, Radson Alves de Souza, e sua esposa, Emile Gomes Lasmar, apontados como integrantes do núcleo financeiro da quadrilha. Outro grupo familiar citado na investigação é do ex-vereador de Santo Antônio do Içá, Rodolfo Ferreira de Magalhães, e seu filho, Ricardo Gouveia Magalhães.

As apurações, que começaram há mais de um ano, indicam que parte do dinheiro lavado pela organização pode ter sido usado para financiar campanhas eleitorais, o que revela o alto grau de sofisticação e influência do grupo criminoso.

Além de empresários e políticos, dois policiais civis também estão entre os alvos da operação, levantando suspeitas de infiltração da organização em órgãos públicos. A PF informou que o grupo utilizava laranjas, como secretárias, empregadas domésticas e parentes, para mascarar a movimentação milionária.

As medidas cumpridas incluem prisões, busca e apreensão de bens e documentos. Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.

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Assessoria