PARTIU JORGE ARAKEN

Por Sérgio B. Quintanilha

E partiu para a vida espiritual o ex-atleta de basquete do flamengo, o brilhante aluno em todos os cursos que fez, (reprovado na Escola das Agulhas Negras Rio de Janeiro), no exame médico, por ser preto, orador de escol, prolixo ao extremo, possuidor até bem pouco tempo da melhor e maior biblioteca particular de direito e histórias do Acre.

Ex-aluno da Escola Superior de Guerra onde foi também orador de sua turma, como professor, mercê de seu elevado timbre de voz dava aula para sua turma e para as turmas vizinhas, aulas de Direito Processual Civil desde a primeira faculdade no Acre, Faculdade de Direito do Estado do Acre, criada pelo saudoso Prof. Procurador Federal, Jersey Nazareno de Brito Nunes, o Pai do Ensino Superior no Estado do Acre, JORGE ARAKEN FARIA DA SILVA que conheci e convivemos desde os 12 anos de idade, sua genitora era secretária de um de meus tios em seu consultório médico no RJ. Partiu uma das inteligências mais brilhantes e respeitadas de nossa região, professor por dedicação, em diversos níveis e matérias.

Como Juiz, lento nas decisões em face da prolixidade de seus conteúdos, jamais deixou de lamentar o descaminho cultural de nossas escolas, o nível medíocre, segundo ele, e com razão, que vinha descendo morro a baixo a cultura brasileira.

Intransigente defensor da cidadania não desculpava nem perdoava que autoridades, estudantes, atletas, não soubessem de cor o Hino Nacional, não conhecessem os símbolos da república.

Menos um dos raros homens dignos, honesto, trabalhador, responsável, dedicado à cultura jurídica ou não e um exemplo, e que exemplo, de magistrado respeitador das leis, da democracia, mesmo tendo sido defensor intransigente da dita revolução de 64.

Fomos sempre amigos, eu um eterno aluno e ele o irrequieto cultor da dignidade e honradez que deve primar em todos os homens.

 

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Da Redação