Para Marina Silva, presidente Dilma colhe ‘herança maldita’ de seu primeiro governo

Por MARCELA JANSEN – A Gazeta

“Não se pode enveredar por uma aventura”. Essa é a opinião da ex-ministra do Meio Ambiente e líder da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, sobre a ideia de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), levada a cabo pelo presidente nacional do PSDB e pelo senador por Minas Gerais Aécio Neves.

Para a acreana, a presidenta Dilma Rousseff (PT) vive uma espécie de ‘cassação branca’, na qual quem comanda a política é o PMDB, na figura do vice-presidente Michel Temer, e a economia é tocada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

“Na realidade de hoje, é como se a presidente só estivesse manejando a crise. A economia está nas mãos do Levy e a política está nas mãos do PMDB. Na prática, você já tem quase uma cassação branca de um governo que acaba de ser eleito”, disse ela.

Marina acredita que Dilma tem ‘responsabilidade política indireta patente’ nos escândalos da Petrobras. “Como você é ministro de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e presidente da República e tudo isso acontece?” Mas ressalta que não há, no momento, elementos que justifiquem o eventual impeachment da presidenta.

Ela pede que setores da oposição se movam com responsabilidade no debate do impeachment, a exemplo do PSB (sigla que lhe cedeu a legenda para a disputa de 2014), que afasta a ideia. A ex-senadora sustenta que não pode se deixar levar pelas manifestações das ruas.

“O impeachment está previsto na Constituição. Não é ilegal, nem é ilegítimo se referir a ele como alternativa. Mas, para chegar a ele, existem vários elementos. Não é só o desgaste político. Os que têm responsabilidade política não podem passar por cima da materialidade dos fatos”, declarou a ex-petista.

Marina frisa que Dilma está colhendo a ‘herança maldita’ de seu primeiro governo, quando tentou conduzir a economia e, segundo Marina, fracassou.

Para ela, o país não teria chegado a uma crise política dessa dimensão se PT e PSDB tivessem estabelecido uma “agenda essencial”, em vez de reivindicarem o “monopólio” da inclusão social, no caso do primeiro, ou da estabilidade econômica, no caso do segundo.

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Alexandre Lima