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Cotidiano

Para especialistas, é certa a alta na gasolina com o novo ICMS

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Cobrança será de R$ 1,22 por litro a partir desta quinta-feira

 

A entrada em vigor da alíquota única e fixa do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deverá provocar um aumento no preço da gasolina. A partir desta quinta-feira (1º), a cobrança será de R$ 1,22 por litro em todo o território nacional. Atualmente, as alíquotas são proporcionais ao valor e são definidas por cada estado, variando geralmente entre 17% e 20%.

Os efeitos do novo ICMS no preço praticado na bomba dos postos de combustíveis ainda não são precisos. O aumento, no entanto, é considerado certo por economistas. No Rio de Janeiro, por exemplo, a cobrança é de 18% e atualmente gira em torno de R$ 0,97 por litro se considerarmos o preço médio de revenda de R$ 5,38, registrado no último levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Nesse caso, se a diferença for integralmente repassada ao consumidor, a mudança acarretaria um acréscimo de R$ 0,25 por litro.

“O aumento é inevitável, porque o valor de R$ 1,22 centavos por litro é superior à alíquota média de ICMS que os estados praticam hoje. Tive acesso a cálculos de especialistas do setor que variam de R$ 0,16 a R$ 0,20 o aumento para o consumidor na bomba”, diz Pedro Faria, economista e pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar-UFMG). Ele avalia que a mudança gera simplificação tributária e reduz a espaço para a guerra fiscal entre os estados.

Preços

Além dos tributos, outros fatores exercem influência no preço final cobrado pelos postos de gasolina, tais como os valores de venda nas refinarias, os custos de transporte e as margens de lucro das distribuidoras. Por esta razão, existem variações nas estimativas. A ANP monitora o mercado mas não tem participação na formação dos preços. Não há máximos, mínimos, tabelamento, nem necessidade de autorização para o repasse de reajustes ao consumidor. “Os preços são feitos pelo mercado, pelos agentes que nele atuam, como as refinarias (parte da Petrobras e parte privadas), usinas, distribuidoras e postos de combustíveis”, informa a ANP.

A mudança na cobrança do ICMS da gasolina foi instituída pela Lei Complementar 192 de 2022. O valor das alíquotas fixas foi definido em março deste ano pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). No caso do diesel, a alteração já está valendo desde 1º de maio, com uma cobrança de R$ 0,94 por litro.

Na semana passada, o doutor em direito, advogado e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Gabriel Quintanilha, também havia pontuado em entrevista à Agência Brasil que o novo ICMS causaria o aumento nos preços da gasolina. Segundo ele, no ano passado, durante a tramitação da Lei Complementar 192 de 2022, os preços dos combustíveis estavam muito altos no Brasil e a alíquota fixa por litro foi uma solução apresentada para ajudar a diminuir a oscilação. No entanto, a medida será aplicada em um cenário diferente daquele que motivou o início das discussões.

“O momento em que nós estamos hoje é exatamente esse: uma alíquota ad rem, fixa, por litro de combustível, que vai gerar mais arrecadação do que uma alíquota ad valorem, porque o mercado reagiu e o dólar está mais baixo, assim como o preço do petróleo”, analisou. Para Quintanilha, a alíquota fixa poderia ser boa para o consumidor naquele momento em que começou a ser discutida. Por outro lado, a mudança terá impacto positivo para os estados, porque aumentará a arrecadação.

O Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), que representa as distribuidoras de combustíveis, tem se mostrado favorável à mudança. O gerente jurídico e tributário da entidade Mozart Rodrigues Filho disse à Agência Brasil que a medida traz mais clareza e mais simplificação tanto para o consumidor final, como para as empresas e os estados, que passariam a ter maior previsibilidade de arrecadação e mais facilidade para detectar fraudes tributárias.

Mudanças previstas

O economista Pedro Faria lembra que, no próximo mês, provavelmente ocorrerá um novo aumento. No dia 1º de julho, tributos federais (PIS/Cofins e Cide) devem voltar a incidir integralmente sobre a gasolina e o etanol. Sua cobrança havia sido zerada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado, durante o período eleitoral. Posteriormente, o governo Lula instituiu uma cobrança parcial em vigor até o dia 30 de junho.

Apesar do possível impacto para o consumidor, Pedro Faria destaca que são mudanças que já estavam no horizonte. “É importante ressaltar que tudo isso já está precificado e não é uma novidade. Já está embutido nas expectativas de inflação que a gente vê o Banco Central divulgando. Já está embutido nas estimativas de arrecadação. Todo mundo está levando em conta os efeitos dessas mudanças. E as expectativas de inflação que Banco Central divulga a partir de consultas a agentes do mercado financeiro mostram uma queda. Mesmo sendo agentes que têm uma leitura um pouco mais conservadora da inflação, elas caíram nas últimas quatro semanas. Saíram de 6,05% e foram para 5,71 no último Boletim Focus”.

Pedro Faria observa ainda que o novo ICMS pode não ter vida longa, tendo em vista as discussões em torno da reforma tributária. Segundo ele, o que está em pauta é uma maior simplificação na tributação. A alíquota fixa da gasolina já se insere nessa perspectiva, mas as regras que estão sendo pensadas deverão englobar os combustíveis. “A mudança da gasolina já estava prevista, mas a gente espera que ela seja engolida por essa mudança mais ampla da reforma tributária, que tem esse espírito da simplificação tributária e da geração de ganho de produtividade”.

São Paulo (SP), 24/03/2023 - Trânsito intenso na Avenida Tiradentes, na região da Luz, no segundo dia de greve dos metroviários em São Paulo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Nova cobrança do ICMS deve resultar em aumento na gasolina – Fernando Frazão/Agência Brasil

Política da Petrobras

O novo ICMS para a gasolina entra em vigor apenas duas semanas após a Petrobras anunciar sua nova política de preços, colocando fim ao Preço de Paridade Internacional (PPI) que vigorava há mais de seis anos, durante os governos dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro. No antigo modelo, seguiam-se as tendências do mercado internacional.

Agora, são consideradas as alternativas que o consumidor possui no mercado interno e as condições obtidas pela estatal para produção, importação e exportação. A mudança do PPI foi uma promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral no ano passado.

No mesmo dia em que tornou pública a mudança, a Petrobras oficializou uma redução nos preços praticados para a venda da gasolina, do diesel e do gás de cozinha aos distribuidores. No caso da gasolina, a queda foi de R$ 0,40 por litro. O impacto para o consumidor foi menor. O preço médio do litro da gasolina nos postos de combustível caiu, em média, R$ 0,20 segundo levantamento da ANP divulgado n sexta-feira (26).

Para Pedro Faria, a nova política dá flexibilidade para a Petrobras cumprir a missão de empresa pública e estatal. O economista observa que a estatal precisa atuar na defesa da soberania energética do país, garantindo a disponibilidade de combustíveis a preços estáveis e acessíveis para a economia brasileira.

“Ela pode segurar eventuais aumentos ou até baixar o preço para poder acomodar essa mudança de tributação e depois ela vai liberando e corrigindo a variação. A função da Petrobras, considerando seu caráter público, é justamente suavizar variações para que a gente tenha um preço estável. Não tenha sobe e desce de acordo com o dólar, com a cotação do petróleo ou com mudança de tributação”. Procurada pela Agência Brasil, a Petrobras não informou se pretende fazer algum ajuste nos preços da gasolina para suavizar os efeitos do novo ICMS.

Edição: Aline Leal

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Gleisi Hoffmann admite em entrevista que parte da base do governo pode estar contra Lula em 2026

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Ministra das Relações Institucionais também avaliou a baixa na popularidade do presidente Lula e afirmou que não há problema na comunicação, mas sim a atuação do Planalto que precisa melhorar

Para Gleisi, o patamar de aprovação de 40% de Lula ainda é uma condição suficiente para reversão do quadro negativo. Foto: internet 

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, avalia que as crises do Pix e a fraude do INSS prejudicaram o esforço de recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ofuscando as medidas positivas do governo petista. A ministra reconheceu, em entrevista à Folha de S.Paulo, que parte dos partidos que hoje integram a base de apoio ao governo estará em campo adversário nas eleições de 2026.

Para Gleisi, o patamar de aprovação de 40% de Lula ainda é uma condição suficiente para reversão do quadro negativo. “Tenho certeza que o governo vai melhorar. É mostrando o que está acontecendo para a população, os feitos do governo. Temos tempo para isso”, afirmou a ministra na entrevista, ressaltando que Lula vai viajar mais pelo Brasil para conversar com a população.

Para a ministra, a baixa popularidade do governo não é só um problema de comunicação. “Acho que tem problemas e tem que melhorar”, disse ela. Gleisi citou o peso das crises do Pix e do INSS e ressaltou ainda o papel da oposição ao governo. “Não tínhamos essa oposição militante, que é a da extrema direita, uma oposição de rua, de rede, de Congresso e que disputa o tempo inteiro.”

Sobre o INSS, a ministra disse na entrevista que o governo está “tomando todas as medidas e não restam dúvidas de que esse esquema foi montado no governo passado”. Ela afirmou que a CPMI do INSS é “uma realidade”, mas que o governo não tem “medo nem problema” com a CPMI.

Gleisi defendeu que é preciso ter base forte no Congresso em 2026. Perguntada se vai concorrer, afirmou que ainda não conversou com Lula a respeito. “Acho que eu teria que fazê-lo para ajudar a chapa e ajudar a bancada.”

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BOPE prende homem com mais de 36 quilos de maconha e arsenal em residência no bairro Calafate

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Suspeito foi detido com duas armas de fogo, drogas, rádios comunicadores e celulares; prejuízo ao tráfico é estimado em R$ 110 mil

Uma operação realizada na tarde deste sábado (7) pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE), por meio da Companhia ROTAM, resultou na prisão de Jardemilson Rodrigues de Oliveira, de 34 anos, no bairro Calafate, em Rio Branco. O homem foi flagrado com grande quantidade de drogas, armamento e outros itens relacionados ao tráfico.

A ação teve início após denúncia anônima de que um indivíduo recém-chegado à comunidade estaria portando arma de fogo na cintura. Ao chegarem à rua José Israel Lima, os policiais localizaram Jardemilson, que autorizou a entrada da guarnição em sua residência. Durante a abordagem, os militares encontraram uma pistola calibre .380 com 23 munições e, posteriormente, um revólver calibre .32 escondido sob a cama.

A revista foi intensificada e levou os agentes a um tonel enterrado ao lado da casa, onde estavam escondidos 35 tijolos de maconha — totalizando 36,652 quilos da droga. Outro lote foi encontrado dentro de um carro abandonado no quintal da propriedade. A apreensão representa um prejuízo estimado de R$ 110 mil ao tráfico, segundo a Polícia Militar.

Também foram encontrados no imóvel um saco com cocaína, vários celulares, um rádio comunicador e uma quantia em dinheiro. Diante do flagrante, Jardemilson foi preso por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas, sendo encaminhado à Delegacia Central de Flagrantes (DEFLA) com todo o material apreendido.

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Homem é esfaqueado durante comemoração em frente de casa em Rio Branco

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Vítima foi atingida por três golpes; agressor fugiu a pé e ainda não foi localizado

João Ronilson Soares da Silva, de 52 anos, foi vítima de uma tentativa de homicídio na noite deste domingo (8), enquanto comemorava seu aniversário em frente à própria casa, no beco do Motel Classic, no conjunto Habitat Brasil, em Rio Branco.

De acordo com testemunhas, Ronilson bebia na companhia de duas mulheres quando foi surpreendido por um homem identificado apenas como César, conhecido pelo apelido de “Pagode”. O agressor, armado com uma faca, desferiu três golpes contra a vítima, atingindo sua orelha, o lado direito do peito e as costas. Após o ataque, fugiu do local a pé.

Amigos de João Ronilson acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que enviou uma ambulância de suporte avançado. A vítima foi atendida pelos paramédicos, estabilizada e encaminhada ao Pronto-Socorro de Rio Branco. Segundo o médico da equipe, seu estado de saúde é estável, mas há risco de agravamento.

Policiais Militares realizaram buscas na região, mas até o momento o suspeito não foi localizado. O caso segue sob investigação da Equipe de Pronto Emprego (EPE) da Polícia Civil e será encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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