Brasil

Pais de família se juntam aos professores e exigem a renúncia do ministro da Educação Édgar Pary na Bolivia

Manifesto de pais de familias e professores. por La Voz del Norte

Por: La Voz del Norte
Professores iniciarão nesta quarta-feira os bloqueios nas estradas e nas mil esquinas nas cidades capitais. Educação convoca-os para o diálogo.
Pais de família dos departamentos de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz exigem a renúncia do ministro da Educação, Édgar Pary, porque asseguram que existe uma “mercantilização da educação e uma improvisação do plano curricular”, por isso juntam-se aos protestos dos professores que reiniciarão protestos com um bloqueio dos mil cantos nas cidades capitais e nas vias troncais do país.
Entretanto, na tarde desta quarta-feira Pary convocou o magistério para um novo diálogo, mas o magistério não aceitou a consulta.
“Desde a semana passada pedimos diálogo ao ministro da Educação, mas ele não nos ouviu. Agora não queremos mais falar, queremos o seu impeachment”, afirmou a secretária de Transparência do Departamento de Pais de Família de La Paz, Maria Elena Flores.
Por isso, ele garantiu que a partir desta quarta-feira se juntarão à mobilização do magistério e realizarão o bloqueio dos mil cantos na cidade de La Paz.
O executivo nacional da Confederação dos Trabalhadores de Mestres Urbanos da Bolívia (CTUB), Patricio Molina, disse à Página Sete que os pais de família de Cochabamba, Santa Cruz e da Regional Andrés Ibáñez também confirmaram o seu apoio ao setor, pois lutarão por “algo justo”.
Recordou que uma luta do setor não é vista há mais de 20 anos, mas salientou que é hora de algumas melhorias na educação boliviana, pois o défice histórico cresce assim como a procura de itens para o setor.

Manifesto de pais de familias e professores. por La Voz del Norte

“Até hoje já são necessários mais de 10.000 itens e só nos disseram que este ano serão entregues 2.500 itens, falta muito”, disse. Destacou que há centenas de professores que trabalham horas grátis por causa do déficit histórico. “Eles são pagos por 88 horas quando trabalham 120”, indicou.
Por isso, a CTUB emitiu ontem o instrutivo 05/2023 no qual todos os professores são instruídos a “não trabalhar as horas do déficit histórico ad honorem, mesmas que o Ministério da Educação não pretende cancelar esta gestão”.
O documento indica que, no caso de existirem autoridades que os obrigem a trabalhar essas horas, devem enviar sua denúncia ao CTEUB para iniciar processos legais.
Molina explicou à Página Sete que estão cansados de existir esta desproporcionalidade e que o currículo educacional seja improvisado. “Nós informámos o ministro que não estamos a rejeitar a mudança, mas pedimos que se trave e que, de acordo com um diagnóstico que se faça, sejam apresentadas propostas ao Congresso Educacional onde se trabalhe um plano curricular entre todos.”
Lamentou que exista “uma prepotência” de parte da autoridade educacional máxima e, por isso, insiste na aplicação deste currículo.
Por causa disso, anunciou que a partir desta quarta-feira os protestos estão radicalizados e o bloqueio dos mil cantos será realizado nas cidades capitais e nas regionais irá bloquear as principais vias de acesso.
“As 31 Federações realizaremos os bloqueios de estradas. Os mestres de Uyuni, Villazón, Tupiza, Bermejo, Yacuiba bloquearão as vias de acesso a esses setores, mas também a estrada para a Argentina e Puerto Suárez e a Chiquitanía para o Brasil”, precisou Molina, embora avisou que o seu setor não pede o impeachment de Pary. “Só queremos soluções para estes problemas”.
Flores disse que eles também vão se juntar aos bloqueios dos mil cantos, porque estão cansados da educação ter mercantilizado. “Nós pagamos aos professores de computação, aos auxiliares de infância. Às vezes não temos dinheiro, mas temos que pagar pela educação dos nossos filhos.”
Pary reiterou o seu convite ao magistério para se reunir e “debater” sobre as suas exigências e indicou que nos últimos anos foram entregues mais de 7.500 itens ao setor e que está sendo dado maior orçamento ao setor.
Além disso, indicou que a aplicação do currículo “será gradualmente” e que agora se procura aprofundar a aplicação da lei educacional.

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Jonys David (Ceara)