Gabriela Araujo
Todo início de ano costuma afetar financeiramente a maioria dos lares brasileiros. Afinal, é a época na qual diversas contas se acumulam: IPVA, licenciamento de veículo, IPTU, reajuste de preços, contas pendentes do ano anterior, despesas com viagens de final de ano. Para quem possui filhos em idade escolar, ainda há as despesas com material escolar, matrículas e uniforme, por exemplo.
Essa convergência de gastos pode virar uma verdadeira bola de neve, caso a família não possua um orçamento bem planejado. Logo, a atitude de fazer um levantamento e conhecer a saúde financeira da família é muito importante para não começar o ano com dívidas. O controle, quando feito com antecedência, ajuda a não comprometer o restante do ano.
Ter o controle do orçamento começa por contar com aqueles gastos dados como fixos e se programar para eles. Se existem gastos recorrentes, que aparecem seja mês a mês ou ano a ano, o ideal é separar parte do orçamento para lidar com eles. Porém, o planejamento deve antes começar por saber qual é a receita da família.
Uma vez que a família sabe qual valor possui disponível para pagar as contas, fica mais fácil separar o orçamento entre aquelas que são essenciais e necessárias e as outras que podem ser eliminadas, como, por exemplo, gastos com serviços de streaming que não são tão usados ou pedidos de delivery fora de hora.
No mais, é possível abrir espaço no orçamento com alguns ajustes que o começo de ano possibilita. Por mais que os materiais escolares sofram reajuste com frequência, este é um tópico passível de algumas ações que auxiliam as famílias a poupar algum dinheiro. Porém, é algo que não exime a necessidade do planejamento financeiro.
O primeiro de tudo é saber exatamente quais materiais escolares devem ser comprados. Algumas escolas fazem listas de materiais, o que já ajuda a nortear quais serão os gastos de antemão. Uma pesquisa prévia, que pode ser feita mesmo pela internet, já auxilia a fazer este levantamento. Cabe à família, então, saber se os valores estão dentro do orçamento.
Caso a família não consiga arcar com os custos do material, algumas alternativas se apresentam. A primeira delas é saber se os materiais do ano anterior continuam em condições de uso. Embora lápis, canetas e borrachas dificilmente estejam entre eles, materiais como réguas, lápis de cor e estojos sofrem menos desgaste ao longo do uso. É importante cogitar, portanto, a reutilização destes materiais.
Outra ação importante é pesquisar bastante antes de comprar o material necessário. Cadernos e mochilas, por exemplo, podem ter enorme variação de preço de uma loja para outra, como de site para site. No mais, são materiais que podem ser mais caros apenas por serem de marca ou por estamparem algum personagem. Se este é o caso, explicar a opção para os filhos por um item mais barato é importante, além de ser um aprendizado financeiro.
Ainda há a opção de comprar por atacado. Centros comerciais e atacadistas oferecem descontos importantes para compras grandes, o que é possível fazer se houver uma mobilização de várias famílias para esta finalidade. É possível ainda aproveitar o ensejo e buscar por livros didáticos e apostilas utilizadas por alunos de séries mais avançadas: não é incomum que estes livros não sejam consumíveis e estejam em perfeito estado.
E se, por fim, a escola em que as crianças estão matriculadas seja particular e as mensalidades estejam além da possibilidade da família, é importante procurar bolsas de estudo ou mesmo reconsiderar a escola. Muitas vezes, a escola promove concursos de bolsas ou aceita negociações, desde que demonstrado o interesse pela família.
Já para as unidades escolares, a oferta de descontos é importante para a manutenção dos alunos em um contexto onde as famílias têm sofrido mais com as despesas do cotidiano. O auxílio de serviços que fazem a gestão de mensalidade ajuda nessa contabilidade e pode até mesmo ajudar contra a inadimplência e a evasão escolar.