Operação Xeque-mate desarticula líderes de organização criminosa em três estados

Nesta sexta-feira, 24, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e órgãos do Sistema de Segurança Pública anunciaram em coletiva de imprensa os resultados da Operação Xeque-mate, deflagrada no início da manhã nos estados do Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.

A Operação visou desarticular as principais lideranças de uma organização criminosa com atuação dentro e fora do Brasil. No Acre, os alvos eram responsáveis por determinar todas as atividades criminosas praticadas pela facção. Além de Rio Branco, a ação foi desencadeada nos municípios de Senador Guiomard e Feijó.

No total, foram cumpridos 25 mandados de prisão e quatro de busca e apreensão contra pessoas que exerciam posição de liderança na organização criminosa, de onde partiam ordens para crimes praticados na Região Norte e até mesmo em outros países. Também foram identificados mandantes e executores de três homicídios registrados no Acre.

“A importância da operação está relacionada especificamente à análise e identificação de novas lideranças existentes no Acre e na Região Norte, que determinavam a realização de crimes e toda a atuação da facção criminosa. Para realizar um trabalho como esse é necessária uma atuação conjunta entre o Ministério Público e os órgãos de segurança pública”, explicou o procurador Danilo Lovisaro, coordenador do Gaeco.

A atuação dos alvos da Operação Xeque-mate

A operação Xeque-mate é resultado de seis meses de investigação. Identificado como ‘Tabuleiro da Sintonia Geral’, o núcleo era dividido entre os que ficavam encarregados de manter o controle sobre os demais membros, representar os interesses da organização dentro dos presídios de todo o Estado, defender a facção nas cidades do interior e os que cuidavam do cumprimento das normas do grupo, cuja desobediência poderia resultar em punição, indo de suspensão do integrante até a sua execução.

Com a instalação de bloqueadores de sinais de celular em presídios de Rio Branco, essa liderança passou a ser exercida por criminosos de outros estados, além dos que estavam em liberdade ou presos em cidades do interior do Acre.

Apesar de três estados terem sido foco da Operação, foram encontrados documentos que podem identificar crimes e criminosos presentes em outros 18 estados, bem como em dois países da América Latina. “Isso demonstra a extensão dos laços das organizações criminosas e a necessidade de um trabalho integrado nacional e internacional”, destacou o promotor Bernardo Albano, coordenador-adjunto do Gaeco.

Trabalho integrado

A procuradora-geral de Justiça, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues, ressaltou as medidas adotadas pelo MPAC para fortalecer o combate ao crime organizado, bem como as parcerias institucionais. “Esse trabalho foi possível graças ao esforço que o Ministério Público do Acre tem feito para fortalecer o combate ao crime organizado, que passa pelo ampliação do número de integrantes do Gaeco, o fortalecimento dos instrumentos de investigação, além do trabalho integrado com os demais MPs, órgãos do Sistema de Segurança Pública  e o Poder Judiciário”, comentou.

O secretário de Segurança do Acre, Vanderley Thomas, destacou os avanços no combate às organizações criminosas. “Há tempos passamos da fase em que se cumpriam prisões baseados no faro policial, e estamos trabalhando utilizando as tecnologias e métodos de inteligência que têm se revelado muito importantes no enfrentamento da criminalidade”, acrescentou.

Também participaram da coletiva, o subsecretário da Polícia Civil, Josemar Portes; o delegado Alcino Sousa; o diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Aberson Carvalho; e os promotores Marcela Cristina Ozório e Ildon Maximiano, que também são membros do Gaeco.

Kelle Souza- Agência de Notícias do MPAC

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