Obras da BR e Cidade do Povo entram na tesoura de Dilma e ficam comprometidas

Os dois projetos estão inseridos diretamente no corte de gastos a ser realizado pelo governo Dilma Rousseff ao longo de 2015

Fábio Pontes, da ContilNet Notícias

O anúncio do corte de quase R$ 70 bilhões do orçamento do governo federal feito nesta sexta-feira (22) pode atingir em cheio duas das principais vitrines eleitorais do governo Tião Viana (PT) no Acre: a reconstrução da BR-354 entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, e as obras daquele que vem sendo vendido, desde 2010, como o maior programa habitacional da história acreana: a Cidade do Povo e suas 10 mil casas.

Obras da Cidade do Povo podem estar comprometidas por causa do corte no orçamento do País

Os dois projetos estão inseridos diretamente no corte de gastos a ser realizado pelo governo Dilma Rousseff ao longo de 2015. O Minha Casa Minha Vida, principal financiador da Cidade do Povo, terá corte de R$ 6,9 bilhões. Ele está inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que sofrerá redução na ordem de R$ 25,7 bilhões. Além de incentivos às políticas de habitação, o PAC contém verbas para construção e recuperação de rodovias, como a BR-364.

A estrada, que já teve orçamento de quase R$ 1,5 bilhão, precisará ser reconstruída, já que todo o asfalto existente não existe. Em abril o Ministério dos Transportes já tinha anunciado o comprometimento das principais obras viárias em todo o País. Desde 2012 o governo do Acre passou a responsabilidade da BR–364 para o governo federal. Com o corte oficializado, os trabalhos de recuperação ficam incertos para começar.

O que mais pode tirar o sono do Palácio Rio Branco, porém, é o grau de comprometimento da Cidade do Povo, a menina dos olhos de ouro de Tião Viana. Conforme Contilnet Notícias antecipou, das 10 mil unidades prometidas pelo governo em 2010, pouco mais de 2.800 foram entregues. Em sua campanha de reeleição, Viana prometeu outras 11 mil moradias.

Em 2010 a construção da Cidade do Povo tinha custo superior a R$ 1 bilhão, sendo o governo federal seu principal financiador, por meio do Minha Casa Minha Vida. Quando de sua visita ao Acre, em março último, Dilma prometeu agilizar a entrega de mais moradias diante da calamidade causada pela cheia histórica do rio Acre. Desde então pouco aconteceu, com o governador Tião Viana tendo que ir a Brasília pedir pressa na liberação dos recursos.

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Publicado por
Alexandre Lima