“O Ensino Médio brasileiro não serve para nada”, diz secretária-executiva do MEC

Secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães aposta no engajamento de professores e alunos para tirar a reforma do ensino médio do papel. Segundo ela, todos clamam por uma reformulação do setor que “não funciona”. A menos de um ano do fim do mandato Temer, a mudança na etapa aguarda, no entanto, a homologação da Base Nacional Comum (BNCC) do Ensino Médio, que sequer foi apreciada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

Qual foi o motivo do atraso da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que irá nortear os currículos de todo o país, no caso do ensino médio? Esperava-se que tivesse sido concluída em 2017.

Não é que tenha atrasado, é que ela ficou dependendo da aprovação da reforma do ensino médio, que só foi sancionada em fevereiro de 2017. Não tínhamos como acelerar a base do ensino médio, até porque na tramitação da lei da reforma tivemos várias mudanças na proposta. Minha equipe também ficou muito dedicada a atender as demandas de Conselho Nacional de Educação (CNE) durante a análise do documento das duas primeiras etapas. Só tivemos condições de retomar a base do médio em outubro. Agora estamos finalizando e ela deve ser encaminhada no fim do mês.

Você participou ativamente da construção da Base. Qual a principal mudança que o documento trará na etapa do ensino médio?

Partimos de uma legislação nova que estabelece que 1.800 horas, em meio às 3 mil horas que serão obrigatórias até 2020, deverão Maria Helena Guimarães ser dedicadas à BNCC, e o restante, aos itinerários. A mudança radical vem dessa nova arquitetura. A Base só tratará a parte comum obrigatória, não trataremos sobre os itinerários flexíveis. Ela será organizada por áreas do conhecimento, e os dois únicos componentes curriculares (ou seja, disciplinas) tratados são língua portuguesa e matemática, mas os outros estão dentro de cada área. Tenho, por exemplo, a área de ciências humanas, e dentro dela competências relacionadas a história, geografia, sociologia.

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Publicado por
O Globo